UM PENSADOR EMOCIONADO

 
Barata-Moura MEDIUMJosé Adriano Barata-Moura *
7 de Setembro de 2013 **
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Clique na imagem para ver o vídeo “João dos Santos – Um Pensador Emocionado” da conferência do Professor Doutor José Barata-Moura, 7 de Setembro de 2013 no congresso “João dos Santos no século XXI”

Professor Doutor Jose Barata-Moura - video site
 
 
 
 
§ 1. Penitenciação.

O dom da ubiquidade é, ao que parece, um subtil atributo divino. Faz com que deus esteja em toda a parte, desde logo, porque, literalmente: não é coisa nenhuma. O asserto é acertado. Ainda que a especulação teológica, para a contento o resolver, trate de lhe confeccionar um agasalho nas convenientes roupagens do mistério.

Pela minha parte, devolvido às modéstias do prosaico – que, no momento em que me estais a ver, deverão colocar-me à distância de uns milhares de quilómetros –,  só me restam as ajudas do bombom da obliquidade, para, com o socorro desta mediação tecnológica, vos proporcionar, desde a solitária gravação antecipada em estúdio, um simulacro de presença.

Penitencio-me pelo reforço do incómodo.

Ao vivo, já seria penoso. Passado pela máquina, e ao contrário de determinadas viandas, ainda menos comestível se torna.

No entanto, foi a engenhosa maneira encontrada para que pudesse, como queria, corresponder ao muito honroso convite a este (ab)uso da palavra.

§ 2. O osso.

No melindroso confronto com esta situação de artificial proximidade fingida, cresce em mim o sentimento de não trazer nos alforjes fazenda que mereça ser exibida como dito.

Na lida com as perplexidades, o que conta é o jogo do desempate.

Invoco, para isso, em meu auxílio uma profunda reflexão de João dos Santos. É acerca do inesperado que à espera está no bojo daquele discurso que de um orador é esperado.

Lembra ele, numa das suas saborosas recolecções:

«A S. Tomé, que fica ali mesmo no equador e na linha do Ilhéu das Rolas, fui a pedido, para ensinar umas coisas que sei, quer dizer aprender a falar sobre umas coisas que eles sabem.»[1].

Que condensado exemplo magistral de como a ironia não é graçola trocadilhada, mas veículo ao serviço do sapador no desmontar das armadilhas!

Aquilo que imediatamente toma o viso de uma inversão fácil corresponde afinal ao difícil caminho de con-vocar a re-versão. O segredo do ensinante revelado: aprender a falar de coisas… que o outro sabe.

E, neste domínio, João dos Santos é sempre um mestre. Pela cultura continuada deste aprendizado vivo.

§ 3. Conforto.

Ficam de certa maneira desatados, pela avocação da voz do «nós», alguns dos primeiros envencilhos do nó.

Fraco aprendiz do ofício da ensinança – que aliás hoje, pese embora o púlpito, nem ensaiado será –, falarei então de João dos Santos… de quem todos vós sabeis muito melhor do que eu.

Confortado, no meu des-conforto, por uma certeza. Pela garantia de que as três ou quatro coisas que vou dizer serão convertidas, por vós, em objecto investido pela afectividade[2]. Isto é, em termo (de amor) enriquecedoramente incorporado ao ser, que — nesta e por esta relação, co-memorado — activa os traços de uma espessura que, do mesmo passo, destarte, se re-descobre.

Vamos então a uns breves apontamentos descosidos, porque, francamente, mal-alinhavados.

§ 4. A lição.

João dos Santos educou. Crianças e adultos.

Educou crianças, cuja normalidade era por adultos questionada. Educou adultos a re-questionarem uma infância (não raro, amarrotada) que trans-portam. Educou uns e todos, sem «adulteramento» dos mais pequenos. Sem «infantilização» dos já crescidos. Percebendo que, no quotidiano acto recíproco de educar, pulsa a dinâmica imperceptível de um relacionamento dos diferentes.

João dos Santos educou, educando-se.

Na rebeldia aos atabafos (duros, e fofos). No assentimento às entregas que pro-movem (porque de amar se nutrem). Mostrando, no sentir em pensamento amadurecido, a vivacidade inapagada de um certo olhar de criança em criação. Aquele olhar que às evidências imediatas do real estabelecido é capaz de rasgar, em horizonte, latências de um possível a requerer expressão materializada.

João dos Santos reflectiu, em profundidade, a educação que praticou.

Des-construindo inchadas sabenças bacocas, e fantásticos arsenais da frase-feita, que, mancos na fantasia que reprimem, mal entendem os males que fazem. Pondo no centro intencionado do interesse um objecto que é sujeito. Lembrando que, a quem seja observado, o observador também interessa.

João dos Santos perdura como educador.

Nos salutares intempestivos de uma interpelação constante, que guarda o viço da tempestividade. Na sageza aguda do que ao pensar nos des-dobra, para que retomado seja. Ultrapassando as ressequidas bitolas da medição habitual dos tempos. No durar transformado de caminhos que ajudou a transformar.

Porquê?

Penso que a resposta, desarmante, é simples.

Aquilo que custa – e ao alcance de qualquer um não está – é armar as condições que lhe conferem o potencial de respondimento.

João dos Santos educou, e continua a educar, porque se lhe aplica por inteiro algo para que desde cedo alertou:

«Quem educa são as personagens verdadeiras e não as figuras ideais.»[3].

«Personagens verdadeiras» não é apenas gente de carne e osso[4], mas os actores de uma inter-acção afectiva que, autores e agentes, são realmente pessoas[5]. A chave do inexistente enigma reside, ao final dos balanços, na con-vivência efectiva de uma humanidade em partilha. Releva da qualidade do ser, que se tem porque se entrega. Não das fosforescências aparentadas do artifício que se condescende em exibir.

E esta é, através de tudo, a grande lição de vida que, a meu ver, de João dos Santos podemos retirar. Indo ao gosto de com ele aprender.

§ 4. Relacionalidades.

A excelência que esta lição trans-mite troca as voltas a qualquer paradigma da linearidade. Com-porta um feixe de complexidades – inclusivamente, no modo como são trabalhadas – que lhe definem a riqueza intrínseca e lhe modulam os caudais do impacte.

Vem tudo repassado de uma dimensão dialéctica constitutiva, que, não sendo como tal assinalada, importa não perder das vistas.

Segundo João dos Santos, «Ser autónomo é ter uma vida interior e vida interior é a solidão da infância mais remota.»[6].

Todavia, no estaleiro, naquele devir de criação em obra no qual cada ser humano in-siste[7], nunca se é pessoa sozinho: «A autonomia de cada Ser implica espaço para se mover e pessoas para dialogar. A educação exige espaço livre para brincar e adultos para conversar.»[8].

Daí, o carácter primacial, porque fundante, de que se revestem os tabuleiros da relacionalidade, enquanto sistema (polimórfico e polifónico) de intercomunicações[9].

Desde o originário investimento do objecto maternal por parte do bébé (num ambiente, ao início, simbiótico)[10], até ao incitamento programático convivente expresso na palavra-de-ordem: «pôr a sua criança interna em contacto com as crianças reais»[11], passando por aquela reversibilidade que se cruza em situações de observação clínica[12], e à qual nem sempre se presta a atenção que requer.

Neste quadro, gostaria ainda de sublinhar um ponto.

Para João dos Santos, o sentimento de se funcionar internamente bem[13] não deixa de remeter ele próprio para uma estrutura dialógica, em que o decisivo assoma num entre-câmbio de alteridades que em conjunto se entre-descobrem na diferença:

«A saúde mental é fundamentalmente diálogo, e diálogo é a comunicação que visa a compreender que o outro sente, vê ou ouve aquilo que nós sentimos, vemos ou ouvimos, de forma diferente.»[14].

Sobre o fundo da unidade do real, que os trajectos do viver habitam, inscreve-se uma multiplicidade de formas de individualizadamente o sentir, e de lhe interpretar os sentidos. E é no encontro destes des-encontros que as plataformas da interioridade se forjam, organizam e re-configuram, vivem.

Somos, na verdade da nossa realidade, seres humanos – em que cada um se vai construindo como singularidade única[15] –, dentro de um lábil entramado dialéctico de relações (e de ralações).

§ 6. Um pensar emocionado.

A dialogia – presente, e actuando, nas figuras matemáticas elementares do 2 ou do 3 (já que João dos Santos encara a função paternal como o «terceiro» que também re-presenta a cultura)[16] – institui-se como o solo humanizado e humanizante de onde o pensamento toma o voo. Porque é de um voo – com altura, raso, ao qual cortaram a asa – que efectivamente se trata.

Não basta, porém, reconhecer que o pensar «é o nosso instrumento fundamental de apreensão do mundo externo»[17], ou – numa outra direcção – ter na devida conta que, sem o «segredo» (aferrolhado) de uma «vida interior» (povoada de ideias que só cada um sabe) a própria ex-posição ao outro (em que nos vimos a constituir como pessoas) se tornaria insuportável[18].

Se bem entendo aquilo para que João dos Santos aponta, a genuína questão que importa é a de compreender as texturas – de relacionalidade afectiva, de trans-gresssão fantasiada, de gestualidades expressivas em condensado – de onde brota a função pensante, que a envolvem e que a prolongam.

Por isso, há-de o pensar ser emocionado, sob pena de carecer do travejamento daquele inter-esse, daquele estar entre ou no meio de um mundo vivenciado, que lhe desperta a interrogação e o anima à busca de respondimentos:

«Só se aprende a pensar no exercício dos sentimentos e emoções, e não nas fórmulas, esquemas e definições prefabricados. […]. A emoção está na base de toda a aprendizagem; a criança aprende quando o seu interesse é suscitado afectivamente ou sentimentalmente pelos problemas: aprende a falar porque a mãe lhe fala; aprende a servir-se do lápis porque vê os adultos servirem-se dele; pinta porque a cor e a descoberta da forma a colocam em contacto com os outros e com o meio … porque a emocionam.»[19].

Por isso — contra uma (em demasia, corrente) redução (intentada) do pensar às formas degradadas daquele cômputo maquinal que não transcende o registo exterior das operacionalizações de rasteiro recorte pragmatista –, há que compenetrar-se de que «a importância do sonho e da fantasia infantil e adulta é que é isso que está na base do pensamento»[20]:

«O saber não tem cabimento, não tem espaço onde caber, se a imaginação lhe não cede o lugar ou se a imaginação não foi estimulada numa relação individualizada, privilegiada. O pensar nasce do sonho. Deixem as crianças sonhar! Deixem-nas tranquilamente sonhar nos braços da mãe; deixem-nas fabricar os sonhos no sono tranquilo da protecção de um ambiente morno de calor e morno de espiritualidade. O calor da paixão, o frio da tristeza, o terror do destino não pode ser dado, tem que ser criado na relação com outrem.»[21].

Por isso, num leque alargado de modalidades que abrem ao sonhado um espaço meta-onírico de realização, a actividade expressiva desempenha em todo o processo um insubstituível papel:

«O pensamento vive da sua possibilidade de expressão pela palavra, pela grafia, pela atitude, pelo movimento. […]. Quanto maior fôr o número de instrumentos expressivos postos ao serviço do homem, maiores possibilidades terá o seu pensamento de se desenvolver, de se exprimir, de se realizar ou agir.»[22].

Em suma, e com sumo:

«As emoções sentem-se, os sentimentos vivem-se; os gestos explicitam o que dentro de nós se passa; o traço perpetua o que vivenciamos no limite do que condescendemos em mostrar.»[23].

O pulsar de todos estes aspectos, de todas estas vertentes, de todos estes apelos, encontra na teoria, na prática, e na convivialidade, de João dos Santos uma exuberante e permanente instanciação.

É o motivo pelo qual — como emocionada homenagem — escolhi para título desta conferência de pensamentos: «João dos Santos. Um pensar emocionado».

Do ponto de vista do utilizador, que lhe frequenta os escritos ou que na memória o revive, o adjectivo mais certeiro seria, sem dúvida: emocionante.

§ 7. Coda.

Já vai longa a falação. É tempo de rematar.

Duas notas mais. De retrospecção, e de prospecto. À uma no novelo.

A primeira nota devolve-nos ao João dos Santos poeta.

Poeta das restrições (hetero-impostas), que ordenam (desde fora), porque nos emperram (o dentro). Sobremaneira, o poeta da ambição (auto-confessada), que não se desfaz em lamento (melancólico), mas é moldura (apercebida) da finitude das derivas:

«Era assim que eu gostaria, SER MILENÁRIO.
Um caçador de imagens,
um retentor do tempo.
Um caçador de imagens da natureza que me envolve,
das pedras que os homens aqui puseram,
que os homens dispuseram
para que nós soubéssemos HOJE,
que outros homens aqui estiveram.
Um retentor do tempo UNIVERSAL.
Um retentor do tempo que se gera na profundidade do meu SER.
Sem os ponteiros do relógio a espicaçarem-me os sentidos.
Sem a quadrícula dos horários,
dos diários,
semanários,
mensários,
centenários.
Dum SER, dum ESTAR, que fosse apenas assim:
um confrontar dos milénios da existência da natureza da Terra,
da natureza dos homens.»[24].

A medida que não estreita é aquela que não perde o pé na des-mesura.

Exalação de um contemplativo que anseia, num momento sublime que a serra-mãe do Gerês proporciona, repescar eternidades do naufrágio?

Talvez melhor: rebate de um pensador que apreende nas retenções do que devém o embasamento que lança e perspectiva a protensão.

A derradeira nota refere-se ao compromisso cívico.

Com penetrante lucidez assumido. Sempre. Na ironia dos momentos. No divergir das estações. Jamais regateado.

Num troço de autobiografia, pode ler-se:

«Desde jovem compreendi que a Educação e a Saúde tinham que ver com a democracia e que eram incompatíveis com a ausência de liberdade. Lutei como pude, no meu desajeitamento político.»[25].

Há «sem jeitos» porém que – pela crítica dos trejeitos, e pela sinalização do que faz falta ajeitar – dão muito jeito.

Claro está, não aos «jeitosos da política» que, a golpe de jeitinhos na fachada do parecer, enjeitam os trabalhos exigentes da transformação do ser.

Mas é nesses desafios que o pensamento de João dos Santos mora. É para essas lavranças que se mantém interpelante.

Ao trabalho, portanto.

Muito obrigado pela atenção da escuta.

Lisboa, Julho de 2013.


[1]  João dos SANTOS, «Educação, Instrução e Cultura. Ideias frescas de um curso de férias à beira-mar» (1980), Ensaios sobre Educação. II: O falar das letras (1983, doravante: EE II), III, 11; Lisboa, Livros Horizonte, 19912, p. 174.

[2]  Cf. João dos SANTOS, A Casa da Praia. O psicanalista na escola (1988), III; Lisboa, Livros Horizonte, 20074, pp. 33-34, bem como «As coisas e os objectos. Guardei um seixo da praia» (1969), Ensaios sobre Educação. I: A criança quem é? (1982, doravante: EE I), VI, 2; Lisboa, Livros Horizonte, 1982, pp. 160-162.

[3]  João dos SANTOS, «Motivação e Educação. A linguagem não é só o que verbalmente se diz» (1966), EE I, II, 1, p. 58.

[4]  «A juventude parte à descoberta do mundo, mas descobre a maior parte das vezes personagens em vez de pessoas, literatura em vez de aventura.», João dos SANTOS, «Algumas considerações sobre urbanismo e cultura» (1966); EE I, V, 6, p. 131.

[5]  «A criança modela-se. Ajuda-a a modelar-se oferecendo-lhe tudo quanto tenhas de mais autêntico dentro de ti.», João dos SANTOS, «A criança é obra de si própria» (1978); EE I, VI, p. 309.

[6]  João dos SANTOS, «O segredo é a própria infância» (1980); EE II, VI, p. 313.

[7]  «A criança é obra de si própria como o Homem é a criação ou a criança de si mesmo. O Homem é uma experiência infantil de criatividade. O Homem é a perene experiência do seu corpo modelado pelo gesto e pela troca de gestos. Do seu espaço e da comunicação de espaços. Da projecção da sua liberdade interior ou fantasia, na realidade da Obra.», João dos SANTOS, «A criança é obra de si própria» (1978); EE I, VI, p. 309.

[8] João dos SANTOS, «Objecto funcional, função materna, função paterna. Algo se move, é o amor» (1981); EE II, II, 10, p. 114.

[9]  «Em psicologia moderna a relação é encarada como um sistema de comunicação que permite trocas de sentimentos, emoções e conhecimentos, através das várias formas de linguagem que o homem utiliza e, portanto, não só da fala, mas também das atitudes, mímica e gesto.», João dos SANTOS, «Motivação e Educação. A linguagem não é só o que verbalmente se diz» (1966); EE I, II, 1, p. 56.

[10]  «Na realidade, a organização do Eu da criança tem como ponto de partida o seu investimento do objecto maternal, através do movimento dos sentidos, impulsos e necessidades biológicas básicas, e por outro lado, e a presença e disponibilidade e de movimentos de aproximação, distanciação e até a ausência que a mãe introduz na relação. O bébé só se distingue do seu objecto mãe no jogo expressivo das suas necessidades e das respostas objectivas, gratificantes ou frustrantes. A base de apoio psicológico do bébé é, portanto, a mãe, ou o objecto que desempenha a função maternal, que é o primeiro objecto em simbiose inicial com o bébé.», João dos SANTOS, A Casa da Praia, III; ed. cit., p. 35.

[11]  Cf. João dos SANTOS, Se não sabe porque é que pergunta? Conversas com João Sousa Monteiro (1988), 24; Lisboa, Assírio & Alvim, 20046, pp. 143-145.

[12]  «Para que eu possa observar uma criança e portanto ajudá-la e amá-la, é preciso que me coloque em situação de ser observado por ela. E não sei o que é mais importante, se é a criança ser olhada, não é só ser olhada, é ser “vista”, se é ver o outro.», João dos SANTOS, Se não sabe porque é que pergunta?, 14; ed. cit., p. 95.

[13]  Cf. João dos SANTOS, Se não sabe porque é que pergunta?, 1; ed. cit., p. 21.

[14] João dos SANTOS, «Algumas considerações sobre urbanismo e cultura» (1966); EE I, V, 6; EE I, p. 146.

E o texto prossegue, na mesma página:

«Dialogar é constatar que o que cada um nos comunica não é a verdade, nem a realidade mas a forma como cada um sente e interpreta a verdade e a realidade. Dialogar é falar sobre a nossa maneira de ser ou, dito doutra forma, da maneira como se organizaram as nossas imagens fundamentais ou objectos, como cada um adquiriu experiência e é capaz de trocar palavras, ideias, sentimentos, emoções ou coisas. […]. Dizer palavras não é dialogar. Dialogar é aceitar a possibilidade de eu e outro nos encontrarmos no entendimento dum mesmo objecto ou de fundirmos os nossos objectos.».

[15]  Cf. João dos SANTOS, «Ser único, viver a solidão, morrer só» (1978); EE II, VI, pp. 316-317.

[16]  Cf. João dos SANTOS, Se não sabe porque é que pergunta?, 1; ed. cit., pp. 18-19.

[17]  João dos SANTOS, Se não sabe porque é que pergunta?, 5; ed. cit., p. 43.

[18]  «Ninguém suportaria viver esfolado, sem pele, ninguém suportaria que os outros vissem todas as suas ideias. O que é fundamental para a nossa existência e para a nossa coexistência, para a nossa relação e para a nossa constituição como pessoas, é termos um segredo, é termos uma vida interior. Das nossas ideias só nós sabemos, e justamente por isso, porque a linguagem serve para dizer o que a gente sente, e serve, ao mesmo tempo, para camuflar o que a gente sente.», João dos SANTOS, Se não sabe porque é que pergunta?, 1; ed. cit., p. 21.

[19]  João dos SANTOS, «Os castigos na Educação. O castigo regulamentado» (1957); EE I, I, 2, p. 35.

«A leitura é dos sinais que ali estão… e que são acompanhados ou que evocam emoções, engramas; lê-se dentro das emoções provocadas, pelos sinais. […]. Não vemos os sinais quando já sabemos ler, vemos imagens, sentimos personagens, revivemos situações…», João dos SANTOS, «Lê-se dentro das emoções provocadas», É através da via emocional que a criança apreende o mundo exterior, ed. Paula Grijó dos Santos Maia Lobo, Lisboa, Assírio & Alvim, 2009, p. 53.

[20]  João dos SANTOS, Se não sabe porque é que pergunta?, 5; ed. cit., pp. 43.

«Ora o sonho é a realidade interior… Negar o sonho é reduzir o homem à condição de máquina… A máquina computa ou executa, não imagina nem sonha.», João dos SANTOS, «Sobre a literatura infantil. Uma narrativa sem murmúrios nem vogais… portanto sem os sons da dor e do prazer» (1980); EE II, III, 9, p. 161.

[21] João dos SANTOS, «Como a criança se faz homem» (1979); EE II, VI, p. 306.

[22] João dos SANTOS, «Como e quando ensinar. Quem sabe Pedagogia?» (1953); EE I, I, 1, p. 33.

«Só se desenvolve a inteligência pela acção e só se pensa com símbolos ou palavras; portanto quanto maior fôr a capacidade de expressão, corporal e verbal maior será a qualidade da inteligência e a riqueza do pensamento.», João dos SANTOS, «O ensino de crianças deficientes. Nem tudo se desenvolve e cresce como as plantas trepadoras» (1953); EE I, I, 5, p. 50.

[23]  João dos SANTOS, «Desvendar a loucura. É talvez abusivo expôr Jaime» (1980); EE II, IV, 6, p. 232.

[24]  Joãos dos SANTOS, «Ser milenário» (1979), É através da via emocional que a criança apreende o mundo exterior, IV; ed. cit., p. 252.

[25]  João dos SANTOS, «A minha educação foi a de esperança» (1974); EE I, Fecho, p. 210.

*     Professor Doutor José Adriano Barata-Moura

       Professor Catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Reitor da Universidade de Lisboa, 1998-2006
     
**   Transcrição da conferência do Professor Doutor José Adriano Barata-Moura no congresso “João dos Santos no século XXI”, 7 de Setembro de 2013

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  • Ligações:


  •  

    Cecília Menano, João dos Santos e Maria Emília Brederode Santos em conversa

    Clique na seguinte ligação para para visualizar este vídeo do Instituto de Tecnologia Educativa – RTP (1975) A Escolinha de Arte de Cecília Menano – com Cecília Menano, João dos Santos e Maria Emília Brederode Santos, que foi muito generosamente disponibilizado pelo Dr Daniel Sasportes (19 minutos). [Clique nesta ligação]

     


  • Photomaton

    Photomaton

    O filme “PHOTOMATON-Retratos de João dos Santos”, realizado por Tiago Pereira e Sofia Ponte é uma produção da Fundação Calouste Gulbenkian e da RTP2 e é colocado neste site com a muito generosa autorização da Fundação Calouste Gulbenkian.

     

  • Crianças Autistas by Ernesto de Sousa

    Clique na seguinte imagem para aceder ao filme
    "Crianças Autistas" by Ernesto de Sousa"
    e depois carregue no botão "Play".
    (este filme não tem som!)  

    imagem de Criancas Autistas by Ernesto de Sousa

    Crianças Autistas
    Realização de Ernesto de Sousa a partir de uma ideia de João dos Santos, 1967
    Operador de câmara: Costa e Silva
    Filme disponibilizado pelo Centro de Estudos Multidisciplinares (CEMES)
    www.ernestodesousa.com

     

  • Programa IFCE no Ar, Radio Universitária

    Entrevista sobre o andamento do curso à distância “Introdução ao Pensamento de João dos Santos”

    Entrevista gravada com a coordenadora do curso “Introdução ao Pensamento de João dos Santos”, Professora Patrícia Holanda da Linha de História da Educação Comparada da UFC (Universidade Federal do Ceará), com o Doutor Luís Grijó dos Santos (filho de João dos Santos), e a coordenadora pedagógica do curso Professora Ana Cláudia Uchôa Araújo da Directoria da Educação à Distancia do IFCE (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará). A entrevista foi realizada pelo jornalista Hugo Bispo do Programa IFCE no Ar em 3 de Novembro de 2016.

    Para ouvir a gravação desta entrevista clique nesta ligação.

     


     

  • UM PENSADOR EMOCIONADO

    Professor Doutor José Adriano Barata-Moura

     

    Clique nesta LIGAÇÃO para ver o vídeo "João dos Santos - Um Pensador Emocionado" da conferência do Professor Doutor José Barata-Moura, 7 de Setembro de 2013 no congresso “João dos Santos no século XXI”.

     

     

  • Os Dias da Rádio Em Conversa com João Sousa Monteiro

     
     

    Clique nesta LIGAÇÃO para ver o vídeo "Dias da Rádio - Em Conversa com João Sousa Monteiro".
    Vídeo produzido e realizado no âmbito das XXI Jornadas da Prática Profissional: " O Segredo do Homem é a Própria Infância: Pensar em Educação com João dos Santos" que se realizaram na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Santarém nos dias 8 e 9 de novembro de 2013.

     

     

  • Testemunhos

    “Estimada Paula Santos:"

    Não quero deixar de testemunhar que o seu pai, Dr. João dos Santos, foi uma grande referência para mim, no perfil de psicoterapeuta.

    Fui discípulo seu durante um ano no Hospital Santa Maria e, foi para mim uma experiência admirável pela grande capacidade de lidar com uma criança e através dela captar o seu micromundo. Depois, já na sua ausência, sem quaisquer outros dados, no Seminário dos Internos, descrevia, com espanto para nós, as personalidades dos pais, os seus conflitos, a qualidade de relacionamento. Não segui a psicanálise, mas foi com o seu pai, meu grande querido mestre, que me enriqueci no caminho da psiquiatria clássica.

    O Dr. João dos Santos vai ser tardiamente homenageado pela Ordem dos Médicos, depois de tantas honrarias que recebeu e mereceu. Com esta nova Direcção, a Ordem está a tentar repor publicamente, o mérito de médicos ilustres esquecidos, muitos incómodos, para conhecimento das novas gerações de médicos, a bem dos princípios de justiça, dos valores e da história da medicina portuguesa.
    Com os melhores cumprimentos

    Júlio Pêgo (Psiquiatra)”
    Novembro de 2014
    [Ler mais testemunhos]


  • Notícias

    “A Neurose de Angústia”
    A edição eBook para Kindle do livro “A Neurose de Angústia” está à venda em todos os sites da Amazon.

    [Para mais informações clique aqui]



    "João dos Santos, um caminho diferente na saúde mental"
    Trabalho de métodos qualitativos de Leonor Moreira Rato, supervisado pelo Professor Doutor Miguel Nunes de Freitas do ISPA – Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida. Inclui a transcrição de uma entrevista feita à Professora Doutora Maria Eugénia Carvalho e Branco por Leonor Moreira Rato. [Para mais informações]


    O Senado da Universidade de Lisboa atribui o título de Doutor Honoris Causa ao Pedagogo Sérgio Niza
    A Cerimónia de Investidura do título Doutor Honoris Causa terá lugar no próximo dia 23 de Abril 2015, com início às 18.00 horas, na Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa. [Continuar a Ler]


    Apresentação do livro de Maria Eugénia Carvalho e Branco pelo Professor Doutor António Coimbra de Matos e pelo Dr Pedro Strecht
    Agradeço à Professora Doutora Maria Eugénia Carvalho e Branco o honroso convite para participar na apresentação do seu livro "João dos Santos. A Saúde Mental Infantil em Portugal. Uma Revolução de Futuro".
    É uma honra e um prazer. Duplos:
    1. Pela elegância da forma e riqueza do conteúdo. Como leitor, primeiro foi o espanto, logo de seguida, o conhecimento – no lúcido dizer do filósofo estagirita; mas sobretudo, o que eu senti foi encantamento face à empolgante transmissão do que foi o Homem e do que é a Obra que nos legou. [Continuar a Ler]

    Revista Visão
    A revista Visão publicou na sua edição de 12 a 18 de Dezembro de 2013 (nº 1084) um artigo sobre João dos Santos, “A criança e o mestre”, subscrita pela jornalista e psicóloga Clara Soares. [Ler o artigo completo]

    Escola Superior de Educação de Santarém
    As Jornadas da Prática Profissional da ESES – “Pensar em Educação com João dos Santos” decorreram muitíssimo bem, com muito entusiasmo, envolvendo alunos e professores, enlaçando pensamento e afecto em todos os presentes e em todos os seus momentos, das conferências aos painéis, dos ateliers para adultos aos ateliers com crianças, dos filmes à escuta dos Dias da Rádio – em que pudemos recordar ( e alguns, ouvir pela primeira vez) essas conversas tão especiais. [Continuar a ler]

    “Exposição e Tertúlia João dos Santos
    No ano em que se celebra o Centenário do Nascimento de João dos Santos, a Câmara Municipal de Odivelas associou-se a estas comemorações através da uma Exposição sobre a vida e obra do homenageado inaugurada a dia 23 de Outubro e ainda uma Tertúlia realizada no mesmo dia às 17,30 no Centro de Exposições de Odivelas com o patrocínio da Associação Portuguesa de Psiquiatria da Infância e Adolescência. [Continuar a ler]

    “A Saúde Mental Infantil em Portugal - Uma Revolução de Futuro”
    O lançamento da nova obra de Maria Eugénia Carvalho e Branco ““A Saúde Mental Infantil em Portugal – Uma Revolução de Futuro”” será realizado no dia 8 de Novembro de 2013 pelas 19h30 inserido nas XXI Jornadas da Prática Profissional 2013/2014, da Escola Superior de Educação de Santarém. [Ler mais notícias]

    A Liga Portuguesa de Higiene Mental
    – Associação que mantem como sua principal actividade o funcionamento da linha telefónica de apoio emocional e de Prevenção do Suicídio O SOS VOZ AMIGA – pretende, com o envio desta notícia, associar-se às Comemorações do Centenário de João dos Santos, através da transcrição parcial do Editorial do seu Boletim de Maio 2013, em que são realçadas as valências de uma das Instituições Associativas criadas por João dos Santos: o IAC e posteriormente o SOS Criança. [Ler mais]

    “Vida, Pensamento e Obra de João dos Santos”
    A 2ª Edição (Revista) do livro “Vida, Pensamento e Obra de João dos Santos” de Maria Eugénia Carvalho e Branco acaba de ser publicada pela editora Coisas de Ler. [Ler mais notícias]

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  • A Força das Perguntas

    António Nóvoa
    6 de Setembro de 2013

    João dos Santos é uma presença luminosa do século XX. A sua acção nos domínios da saúde e da educação marca o nosso pensamento mais inteligente, e mais sensível, sobre a infância.
    Os trabalhos deste Centenário, notavelmente dinamizados pelos seus filhos, Paula Santos Lobo e Luís Grijó dos Santos, revelam bem a amplitude, a largueza e a grandeza, daqueles que João dos Santos tocou pelas palavras, pelos gestos, pela relação.
    É uma teia extraordinária de pessoas, de cumplicidades, de afectos, de discípulos no sentido mais nobre do termo. Sim, João dos Santos foi um mestre, um mestre com quem estamos em diálogo neste momento, ao falar dele, ao falar com ele. [Ler texto completo]

     

     



  • João dos Santos

    27 de Novembro de 2014

    João dos Santos é homenageado com a Medalha de Mérito da Ordem dos Médicos

     


  • Como instalar o aplicativo Kindle gratuito

    1. Seleccione o site da Amazon mais conveniente para o seu país (Brasil, Espanha, Estados Unidos, França…)

    2. Baixe o aplicativo de leitura Kindle gratuito:

    Brasil
    Espanha
    Estados Unidos
    França
    Reino Unido
    Itália
    Índia

    3. Abra o aplicativo e faça o login usando a sua conta da Amazon... e comece a ler no seu computador, tablet ou smartphone.
     

  • “PEDAGOGIA TERAPÊUTICA
    Diálogos e Estudos Luso-Brasileiros Sobre João dos Santos”

    A 2ª Edição (formato Kindle) do livro “PEDAGOGIA TERAPÊUTICA – Diálogos e Estudos Luso-Brasileiros Sobre João dos Santos” está à venda nos sites da Amazon. [Para mais informações clique nesta ligação]

     


     

  • Aula Inaugural do curso “Introdução ao Pensamento de João dos Santos”

     

    A aula inaugural deste curso foi transmitida ao vivo no último dia 22 de Agosto de 2016, no auditório do Instituto Federal do Ceará. No entanto a gravação continua disponível através da seguinte ligação https://www.youtube.com/watch?v=0OOs7Xy-KOo.

    Para mais informações, por favor veja a nossa página dedicada ao curso Introdução ao Pensamento de João dos Santos.

    Os organizadores do curso podem ser contactados através do seguinte e-mail: pensamentosantiano@gmail.com.

     


  • Como compartilhar trechos dos seus livros no Kindle

     

    Leitores de eBooks no Kindle têm ferramentas à sua disposição que lhes permitem compartilhar trechos de livros via e-mail, Facebook, Twitter, outros serviços mensageiros e via outros aplicativos instalados no seu dispositivo.
    As ferramentas disponíveis estão constantemente em evolução e alguns detalhes variam entre sistemas operacionais, aplicativos e dispositivos.
    No entanto, parece-nos útil descrever este processo simples de compartilhamento para um dispositivo Kindle (Kindle Paperwhite) e um aplicativo (Kindle para iPad).
    Para mais informações clique nesta ligação.

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    Ideias Psicopedagógicas do referencial santiano

    Clique na seguinte ligação, para assistir à gravação em VÍDEO da palestra “Ideias Psicopedagógicas do referencial santiano” proferida pela Professora Patrícia Holanda no XV Congresso de História da Educação do Ceará. A gravação da palestra é seguida dum momento musical e dos lançamentos dos livros "Pedagogia Terapêutica" e “Ensaios sobre Educação – I. A criança quem é?”. Para assistir à gravação clique nesta ligação.

     


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    Cecília Menano, João dos Santos e Maria Emília Brederode Santos em conversa

    Clique na seguinte ligação para para visualizar este vídeo do Instituto de Tecnologia Educativa – RTP (1975) A Escolinha de Arte de Cecília Menano – com Cecília Menano, João dos Santos e Maria Emília Brederode Santos, que foi muito generosamente disponibilizado pelo Dr Daniel Sasportes (19 minutos). [Clique nesta ligação]


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    DIÁLOGOS COM JOÃO DOS SANTOS PELO JARDIM DAS AMOREIRAS

    O eBook intitulado Diálogos com João dos Santos pelo Jardim das Amoreiras apresenta um conjunto de estudos realizados no âmbito do curso Introdução ao Pensamento de João dos Santos: estudo sobre a Pedagogia Terapêutica e foi lançado no dia 23 de Setembro de 2017 no XVI Congresso de História da Educação do Ceará em Icó.

    Clique na seguinte ligação para fazer o download gratuito do eBook Diálogos com João dos Santos pelo Jardim das Amoreiras: https://joaodossantos.files.wordpress.com/2017/09/dic3a1logos-com-joc3a3o-dos-santos-pelo-jardim-das-amoreiras-7-setembro-2017-versao-final.pdf

     

     

  • Comentário à apresentação do Livro “Hiperativos – Psicomotricidade Relacional com crianças Hiperativas” de João Costa, 2017

    Vera Oliveira, psicomotricista
    22 de Novembro de 2017

    Sou leitora do João desde 2001, quando nos conhecemos pela 1ª vez… era eu estagiária na Clínica do Parque… sob sua orientação. Ler é muito mais do que o ato de juntar letras em palavras e palavras em frases. “Ler” vem do latim “lego” que significa reunir, colher, juntar peças… criar… Naquela altura o João, embora ainda não o tivesse passado para o papel, já punha em prática com os meninos (alguns agitados) do parque, que tinham entre outras coisas, muitas dificuldades em aprender… já punha em prática que para fazê-los ler tinham muito mais do que saber juntar letras em palavras e palavras em frases. Tinham sobretudo que sentir – sentir o movimento, os materiais (os poucos que existiam na sala de psicomotricidade do parque naquela atura), sentir o outro! – era o impacto… as sensações… acompanhadas com emoções e afectos que precisavam, para serem capazes de produzir sentimentos. E que seria essa sensorialidade, neste livro designada “sensorialidade afectiva” que, dando lugar às memórias afectivas (como descreve António Damásio) fariam a criança reter alguma coisa, e progressivamente aprender coisas sobre alguma coisa.

    Como eu tenho Lido (sem papel) o João desde 2001, o que eu vou tentar fazer é, com base neste seu livro… uma espécie de lista resumida das razões pelas quais eu Leio o João Costa.

    A 1ª é a seguinte: O João toma posição! E não tem medo de tomar posição –  não toma posiçõezinhas, toma posições… com estardalhaço!

    A posição que ele tem sobre a psicomotricidade é muito clara – é clínica! Não é pedagógica… não é recreativa – é clínica.

    Clique na seguinte ligação para ler o texto completo.

     


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    Imagem - A última entrevista de Armando Leandro à frente da Comissão Nacional da Proteção das Crianças

    Clique na imagem para aceder ao vídeo desta entrevista no site da RTP NOTÍCIAS

    RTP NOTÍCIAS

     

    A última entrevista de Armando Leandro à frente da “COMISSÃO NACIONAL DE PROMOÇÃO DOS DIREITOS E PROTEÇÃO DAS CRIANÇAS E JOVENS”.

    Para mais informações sobre a “Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens” siga esta ligação.

     
     


     

  • BIOGRAFIA

    João dos Santos foi o criador da moderna Saúde Mental Infantil em Portugal e o grande impulsionador da viragem da Psiquiatria Infantil que de uma especialidade enraizada na Psiquiatria de adultos passou a uma especialidade autónoma.

    Foi um dos primeiros psicanalistas portugueses e um dos fundadores da Sociedade Portuguesa de Psicanálise.

    Desenvolveu um olhar novo sobre o valor da arte no desenvolvimento da criança e sobre a educação na família, na escola e na comunidade, criando concepções e ensinamentos originais e modos inovadores de formação de pais e professores.

    Como democrata lutou durante o fascismo pela criação de serviços de saúde mental de qualidade que eram então verdadeiros desafios políticos e que continham a semente da prática e dos princípios científicos que preparavam o futuro.

    O seu percurso académico e a sua sólida formação em Psiquiatria e Psicanálise permitiram-lhe proceder a rigorosas pesquisas sobre a criança. João dos Santos criou uma obra escrita inovadora concretizada numa obra institucional em prol da protecção materno-infantil e da prevenção e intervenção em Saúde Mental Infantil. Obra que ainda hoje ajuda a compreender as causas mais profundas do sofrimento psíquico e das patologias da criança, do adolescente e do jovem.

    João dos Santos começou por ser professor de Educação Física, licenciou-se depois em Medicina, tendo logo orientado o seu interesse e formação para a Psiquiatria. Trabalhou com Vítor Fontes no Instituto António Aurélio da Costa Ferreira e com Barahona Fernandes no Hospital Júlio de Matos onde foi um dinamizador incansável da modernização das clínicas infantis.

    Por motivos políticos (ligação ao Movimento de Unidade Democrática) foi afastado do serviço público.

    Partiu para Paris em 1946 onde sob a orientação de Henri Wallon foi investigador no Centro de Pesquisas Científicas de França (C.N.R.S.) no Laboratório de Biopsicologia da Criança. Trabalhou com G. Heuyer, J. Ajuriaguerra, H. Ey, A. Thomas. Trabalhou também no Serviço de G. Heuyer, primeiro professor de Neuropsiquiatria de França, no Hospital “Enfants Malades” e no Centro Alfred Binet, dirigido por Serge Lebovici. Aqui, entre outros, trabalhava também René Diatkine que seguia como Lebovici as novas correntes psicodinâmicas e se tornaram psicanalistas. Lebovici foi o pioneiro da Psicanálise infantil em França.

    Colaborou ainda com M. Bachet, psiquiatra da penitenciária de Fresnes.

    Regressou a Portugal em 1950.

    João dos Santos criou, com colaboradores, a seção de Higiene Mental do Centro de Assistência Materno-infantil Sofia Abecassis, o Colégio Eduardo Claparède, os dois primeiros Centros Psicopedagógicos portugueses, um na Voz do Operário outro no Colégio Moderno, o Centro Infantil Helen Keller, a Liga Portuguesa de Deficientes Motores, a Associação Portuguesa de Surdos, a Liga Portuguesa contra a Epilepsia. Colaborou na criação do Centro de Saúde Mental Infantil de Lisboa de que foi o seu primeiro director. Aí existiram desde o início, equipas de serviço ambulatório no Dispensário Central e no Dispensário do Hospital Dona Estefânia, além da equipa das clínicas infantis do Hospital Júlio de Matos. Mais tarde foram criados outros serviços como o Laboratório de Electroencefalografia, Laboratório de Bioquímica, a Escola dos Cedros – serviço de adolescentes, a Casa da Praia – Externato de Pedagogia Experimental e a Unidade de Primeira Infância (UPI).

    João dos Santos foi o inspirador da criação do Instituto de Apoio à Criança (IAC).

    Foi Professor na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação e na Escola Nacional de Saúde Pública.

    Em 1984 foi agraciado pelo Presidente da República, General António Ramalho Eanes, com o grau de Comendador da Ordem de Benemerência.

    Em 1985, a Faculdade de Motricidade Humana atribuiu a João dos Santos o título de Doutor Honoris Causa.

    As comemorações deste centenário visam divulgar o pensamento de João dos Santos, ainda hoje tão inovador, com o objectivo de se fazer uma reflexão que indo ao passado, passe pelo presente e se projecte no futuro. Este percurso no tempo e nos lugares, passando pelas várias áreas da sua prática e saber, vai certamente permitir tecer sentidos entre elas e incentivar novas ideias e novas práticas para o futuro.

    Actividades de comemoração do centenário estão a ser organizadas juntamente com a família de João dos Santos, várias personalidades das áreas da saúde, da educação e da cultura e instituições que estiveram a ele ligadas: Associação Portuguesa de Psiquiatria da Infância e da Adolescência, Casa da Praia – Centro Doutor João dos Santos, Departamento de Pedopsiquiatria do Hospital Dona Estefânia, Faculdade de Motricidade Humana, Faculdade de Psicologia, Instituto de Educação, Jardim Infantil Pestalozzi – Fundação Lucinda Atalaya, Sociedade Portuguesa de Psicanálise e outras.

    Várias iniciativas estão já em preparação como a publicação da obra inédita de João dos Santos, reedição de livros já esgotados e encontros a realizar em Setembro.

    Paula Santos Lobo e Luís Grijó dos Santos

     

    Joao dos Santos – capa da nota biográficaClique aqui para fazer o download desta brochura biográfica em formato PDF

     
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  • João dos Santos

    1913 - 1987

    O livro “Prevenir a doença e promover a saúde” de João dos Santos (Ed. Póstuma) foi publicado pela editora Coisas de Ler no dia 4 de Junho de 2013. [Bibliografia]