
Clique na imagem para ver o vídeo “João dos Santos – Um Pensador Emocionado” da conferência do Professor Doutor José Barata-Moura, 7 de Setembro de 2013 no congresso “João dos Santos no século XXI”

O dom da ubiquidade é, ao que parece, um subtil atributo divino. Faz com que deus esteja em toda a parte, desde logo, porque, literalmente: não é coisa nenhuma. O asserto é acertado. Ainda que a especulação teológica, para a contento o resolver, trate de lhe confeccionar um agasalho nas convenientes roupagens do mistério.
Pela minha parte, devolvido às modéstias do prosaico – que, no momento em que me estais a ver, deverão colocar-me à distância de uns milhares de quilómetros –, só me restam as ajudas do bombom da obliquidade, para, com o socorro desta mediação tecnológica, vos proporcionar, desde a solitária gravação antecipada em estúdio, um simulacro de presença.
Penitencio-me pelo reforço do incómodo.
Ao vivo, já seria penoso. Passado pela máquina, e ao contrário de determinadas viandas, ainda menos comestível se torna.
No entanto, foi a engenhosa maneira encontrada para que pudesse, como queria, corresponder ao muito honroso convite a este (ab)uso da palavra.
§ 2. O osso.
No melindroso confronto com esta situação de artificial proximidade fingida, cresce em mim o sentimento de não trazer nos alforjes fazenda que mereça ser exibida como dito.
Na lida com as perplexidades, o que conta é o jogo do desempate.
Invoco, para isso, em meu auxílio uma profunda reflexão de João dos Santos. É acerca do inesperado que à espera está no bojo daquele discurso que de um orador é esperado.
Lembra ele, numa das suas saborosas recolecções:
«A S. Tomé, que fica ali mesmo no equador e na linha do Ilhéu das Rolas, fui a pedido, para ensinar umas coisas que sei, quer dizer aprender a falar sobre umas coisas que eles sabem.»[1].
Que condensado exemplo magistral de como a ironia não é graçola trocadilhada, mas veículo ao serviço do sapador no desmontar das armadilhas!
Aquilo que imediatamente toma o viso de uma inversão fácil corresponde afinal ao difícil caminho de con-vocar a re-versão. O segredo do ensinante revelado: aprender a falar de coisas… que o outro sabe.
E, neste domínio, João dos Santos é sempre um mestre. Pela cultura continuada deste aprendizado vivo.
§ 3. Conforto.
Ficam de certa maneira desatados, pela avocação da voz do «nós», alguns dos primeiros envencilhos do nó.
Fraco aprendiz do ofício da ensinança – que aliás hoje, pese embora o púlpito, nem ensaiado será –, falarei então de João dos Santos… de quem todos vós sabeis muito melhor do que eu.
Confortado, no meu des-conforto, por uma certeza. Pela garantia de que as três ou quatro coisas que vou dizer serão convertidas, por vós, em objecto investido pela afectividade[2]. Isto é, em termo (de amor) enriquecedoramente incorporado ao ser, que — nesta e por esta relação, co-memorado — activa os traços de uma espessura que, do mesmo passo, destarte, se re-descobre.
Vamos então a uns breves apontamentos descosidos, porque, francamente, mal-alinhavados.
§ 4. A lição.
João dos Santos educou. Crianças e adultos.
Educou crianças, cuja normalidade era por adultos questionada. Educou adultos a re-questionarem uma infância (não raro, amarrotada) que trans-portam. Educou uns e todos, sem «adulteramento» dos mais pequenos. Sem «infantilização» dos já crescidos. Percebendo que, no quotidiano acto recíproco de educar, pulsa a dinâmica imperceptível de um relacionamento dos diferentes.
João dos Santos educou, educando-se.
Na rebeldia aos atabafos (duros, e fofos). No assentimento às entregas que pro-movem (porque de amar se nutrem). Mostrando, no sentir em pensamento amadurecido, a vivacidade inapagada de um certo olhar de criança em criação. Aquele olhar que às evidências imediatas do real estabelecido é capaz de rasgar, em horizonte, latências de um possível a requerer expressão materializada.
João dos Santos reflectiu, em profundidade, a educação que praticou.
Des-construindo inchadas sabenças bacocas, e fantásticos arsenais da frase-feita, que, mancos na fantasia que reprimem, mal entendem os males que fazem. Pondo no centro intencionado do interesse um objecto que é sujeito. Lembrando que, a quem seja observado, o observador também interessa.
João dos Santos perdura como educador.
Nos salutares intempestivos de uma interpelação constante, que guarda o viço da tempestividade. Na sageza aguda do que ao pensar nos des-dobra, para que retomado seja. Ultrapassando as ressequidas bitolas da medição habitual dos tempos. No durar transformado de caminhos que ajudou a transformar.
Porquê?
Penso que a resposta, desarmante, é simples.
Aquilo que custa – e ao alcance de qualquer um não está – é armar as condições que lhe conferem o potencial de respondimento.
João dos Santos educou, e continua a educar, porque se lhe aplica por inteiro algo para que desde cedo alertou:
«Quem educa são as personagens verdadeiras e não as figuras ideais.»[3].
«Personagens verdadeiras» não é apenas gente de carne e osso[4], mas os actores de uma inter-acção afectiva que, autores e agentes, são realmente pessoas[5]. A chave do inexistente enigma reside, ao final dos balanços, na con-vivência efectiva de uma humanidade em partilha. Releva da qualidade do ser, que se tem porque se entrega. Não das fosforescências aparentadas do artifício que se condescende em exibir.
E esta é, através de tudo, a grande lição de vida que, a meu ver, de João dos Santos podemos retirar. Indo ao gosto de com ele aprender.
§ 4. Relacionalidades.
A excelência que esta lição trans-mite troca as voltas a qualquer paradigma da linearidade. Com-porta um feixe de complexidades – inclusivamente, no modo como são trabalhadas – que lhe definem a riqueza intrínseca e lhe modulam os caudais do impacte.
Vem tudo repassado de uma dimensão dialéctica constitutiva, que, não sendo como tal assinalada, importa não perder das vistas.
Segundo João dos Santos, «Ser autónomo é ter uma vida interior e vida interior é a solidão da infância mais remota.»[6].
Todavia, no estaleiro, naquele devir de criação em obra no qual cada ser humano in-siste[7], nunca se é pessoa sozinho: «A autonomia de cada Ser implica espaço para se mover e pessoas para dialogar. A educação exige espaço livre para brincar e adultos para conversar.»[8].
Daí, o carácter primacial, porque fundante, de que se revestem os tabuleiros da relacionalidade, enquanto sistema (polimórfico e polifónico) de intercomunicações[9].
Desde o originário investimento do objecto maternal por parte do bébé (num ambiente, ao início, simbiótico)[10], até ao incitamento programático convivente expresso na palavra-de-ordem: «pôr a sua criança interna em contacto com as crianças reais»[11], passando por aquela reversibilidade que se cruza em situações de observação clínica[12], e à qual nem sempre se presta a atenção que requer.
Neste quadro, gostaria ainda de sublinhar um ponto.
Para João dos Santos, o sentimento de se funcionar internamente bem[13] não deixa de remeter ele próprio para uma estrutura dialógica, em que o decisivo assoma num entre-câmbio de alteridades que em conjunto se entre-descobrem na diferença:
«A saúde mental é fundamentalmente diálogo, e diálogo é a comunicação que visa a compreender que o outro sente, vê ou ouve aquilo que nós sentimos, vemos ou ouvimos, de forma diferente.»[14].
Sobre o fundo da unidade do real, que os trajectos do viver habitam, inscreve-se uma multiplicidade de formas de individualizadamente o sentir, e de lhe interpretar os sentidos. E é no encontro destes des-encontros que as plataformas da interioridade se forjam, organizam e re-configuram, vivem.
Somos, na verdade da nossa realidade, seres humanos – em que cada um se vai construindo como singularidade única[15] –, dentro de um lábil entramado dialéctico de relações (e de ralações).
§ 6. Um pensar emocionado.
A dialogia – presente, e actuando, nas figuras matemáticas elementares do 2 ou do 3 (já que João dos Santos encara a função paternal como o «terceiro» que também re-presenta a cultura)[16] – institui-se como o solo humanizado e humanizante de onde o pensamento toma o voo. Porque é de um voo – com altura, raso, ao qual cortaram a asa – que efectivamente se trata.
Não basta, porém, reconhecer que o pensar «é o nosso instrumento fundamental de apreensão do mundo externo»[17], ou – numa outra direcção – ter na devida conta que, sem o «segredo» (aferrolhado) de uma «vida interior» (povoada de ideias que só cada um sabe) a própria ex-posição ao outro (em que nos vimos a constituir como pessoas) se tornaria insuportável[18].
Se bem entendo aquilo para que João dos Santos aponta, a genuína questão que importa é a de compreender as texturas – de relacionalidade afectiva, de trans-gresssão fantasiada, de gestualidades expressivas em condensado – de onde brota a função pensante, que a envolvem e que a prolongam.
Por isso, há-de o pensar ser emocionado, sob pena de carecer do travejamento daquele inter-esse, daquele estar entre ou no meio de um mundo vivenciado, que lhe desperta a interrogação e o anima à busca de respondimentos:
«Só se aprende a pensar no exercício dos sentimentos e emoções, e não nas fórmulas, esquemas e definições prefabricados. […]. A emoção está na base de toda a aprendizagem; a criança aprende quando o seu interesse é suscitado afectivamente ou sentimentalmente pelos problemas: aprende a falar porque a mãe lhe fala; aprende a servir-se do lápis porque vê os adultos servirem-se dele; pinta porque a cor e a descoberta da forma a colocam em contacto com os outros e com o meio … porque a emocionam.»[19].
Por isso — contra uma (em demasia, corrente) redução (intentada) do pensar às formas degradadas daquele cômputo maquinal que não transcende o registo exterior das operacionalizações de rasteiro recorte pragmatista –, há que compenetrar-se de que «a importância do sonho e da fantasia infantil e adulta é que é isso que está na base do pensamento»[20]:
«O saber não tem cabimento, não tem espaço onde caber, se a imaginação lhe não cede o lugar ou se a imaginação não foi estimulada numa relação individualizada, privilegiada. O pensar nasce do sonho. Deixem as crianças sonhar! Deixem-nas tranquilamente sonhar nos braços da mãe; deixem-nas fabricar os sonhos no sono tranquilo da protecção de um ambiente morno de calor e morno de espiritualidade. O calor da paixão, o frio da tristeza, o terror do destino não pode ser dado, tem que ser criado na relação com outrem.»[21].
Por isso, num leque alargado de modalidades que abrem ao sonhado um espaço meta-onírico de realização, a actividade expressiva desempenha em todo o processo um insubstituível papel:
«O pensamento vive da sua possibilidade de expressão pela palavra, pela grafia, pela atitude, pelo movimento. […]. Quanto maior fôr o número de instrumentos expressivos postos ao serviço do homem, maiores possibilidades terá o seu pensamento de se desenvolver, de se exprimir, de se realizar ou agir.»[22].
Em suma, e com sumo:
«As emoções sentem-se, os sentimentos vivem-se; os gestos explicitam o que dentro de nós se passa; o traço perpetua o que vivenciamos no limite do que condescendemos em mostrar.»[23].
O pulsar de todos estes aspectos, de todas estas vertentes, de todos estes apelos, encontra na teoria, na prática, e na convivialidade, de João dos Santos uma exuberante e permanente instanciação.
É o motivo pelo qual — como emocionada homenagem — escolhi para título desta conferência de pensamentos: «João dos Santos. Um pensar emocionado».
Do ponto de vista do utilizador, que lhe frequenta os escritos ou que na memória o revive, o adjectivo mais certeiro seria, sem dúvida: emocionante.
§ 7. Coda.
Já vai longa a falação. É tempo de rematar.
Duas notas mais. De retrospecção, e de prospecto. À uma no novelo.
A primeira nota devolve-nos ao João dos Santos poeta.
Poeta das restrições (hetero-impostas), que ordenam (desde fora), porque nos emperram (o dentro). Sobremaneira, o poeta da ambição (auto-confessada), que não se desfaz em lamento (melancólico), mas é moldura (apercebida) da finitude das derivas:
«Era assim que eu gostaria, SER MILENÁRIO.
Um caçador de imagens,
um retentor do tempo.
Um caçador de imagens da natureza que me envolve,
das pedras que os homens aqui puseram,
que os homens dispuseram
para que nós soubéssemos HOJE,
que outros homens aqui estiveram.
Um retentor do tempo UNIVERSAL.
Um retentor do tempo que se gera na profundidade do meu SER.
Sem os ponteiros do relógio a espicaçarem-me os sentidos.
Sem a quadrícula dos horários,
dos diários,
semanários,
mensários,
centenários.
Dum SER, dum ESTAR, que fosse apenas assim:
um confrontar dos milénios da existência da natureza da Terra,
da natureza dos homens.»[24].
A medida que não estreita é aquela que não perde o pé na des-mesura.
Exalação de um contemplativo que anseia, num momento sublime que a serra-mãe do Gerês proporciona, repescar eternidades do naufrágio?
Talvez melhor: rebate de um pensador que apreende nas retenções do que devém o embasamento que lança e perspectiva a protensão.
A derradeira nota refere-se ao compromisso cívico.
Com penetrante lucidez assumido. Sempre. Na ironia dos momentos. No divergir das estações. Jamais regateado.
Num troço de autobiografia, pode ler-se:
«Desde jovem compreendi que a Educação e a Saúde tinham que ver com a democracia e que eram incompatíveis com a ausência de liberdade. Lutei como pude, no meu desajeitamento político.»[25].
Há «sem jeitos» porém que – pela crítica dos trejeitos, e pela sinalização do que faz falta ajeitar – dão muito jeito.
Claro está, não aos «jeitosos da política» que, a golpe de jeitinhos na fachada do parecer, enjeitam os trabalhos exigentes da transformação do ser.
Mas é nesses desafios que o pensamento de João dos Santos mora. É para essas lavranças que se mantém interpelante.
Ao trabalho, portanto.
Muito obrigado pela atenção da escuta.
Lisboa, Julho de 2013.
[1] João dos SANTOS, «Educação, Instrução e Cultura. Ideias frescas de um curso de férias à beira-mar» (1980), Ensaios sobre Educação. II: O falar das letras (1983, doravante: EE II), III, 11; Lisboa, Livros Horizonte, 19912, p. 174.
[2] Cf. João dos SANTOS, A Casa da Praia. O psicanalista na escola (1988), III; Lisboa, Livros Horizonte, 20074, pp. 33-34, bem como «As coisas e os objectos. Guardei um seixo da praia» (1969), Ensaios sobre Educação. I: A criança quem é? (1982, doravante: EE I), VI, 2; Lisboa, Livros Horizonte, 1982, pp. 160-162.
[3] João dos SANTOS, «Motivação e Educação. A linguagem não é só o que verbalmente se diz» (1966), EE I, II, 1, p. 58.
[4] «A juventude parte à descoberta do mundo, mas descobre a maior parte das vezes personagens em vez de pessoas, literatura em vez de aventura.», João dos SANTOS, «Algumas considerações sobre urbanismo e cultura» (1966); EE I, V, 6, p. 131.
[5] «A criança modela-se. Ajuda-a a modelar-se oferecendo-lhe tudo quanto tenhas de mais autêntico dentro de ti.», João dos SANTOS, «A criança é obra de si própria» (1978); EE I, VI, p. 309.
[6] João dos SANTOS, «O segredo é a própria infância» (1980); EE II, VI, p. 313.
[7] «A criança é obra de si própria como o Homem é a criação ou a criança de si mesmo. O Homem é uma experiência infantil de criatividade. O Homem é a perene experiência do seu corpo modelado pelo gesto e pela troca de gestos. Do seu espaço e da comunicação de espaços. Da projecção da sua liberdade interior ou fantasia, na realidade da Obra.», João dos SANTOS, «A criança é obra de si própria» (1978); EE I, VI, p. 309.
[8] João dos SANTOS, «Objecto funcional, função materna, função paterna. Algo se move, é o amor» (1981); EE II, II, 10, p. 114.
[9] «Em psicologia moderna a relação é encarada como um sistema de comunicação que permite trocas de sentimentos, emoções e conhecimentos, através das várias formas de linguagem que o homem utiliza e, portanto, não só da fala, mas também das atitudes, mímica e gesto.», João dos SANTOS, «Motivação e Educação. A linguagem não é só o que verbalmente se diz» (1966); EE I, II, 1, p. 56.
[10] «Na realidade, a organização do Eu da criança tem como ponto de partida o seu investimento do objecto maternal, através do movimento dos sentidos, impulsos e necessidades biológicas básicas, e por outro lado, e a presença e disponibilidade e de movimentos de aproximação, distanciação e até a ausência que a mãe introduz na relação. O bébé só se distingue do seu objecto mãe no jogo expressivo das suas necessidades e das respostas objectivas, gratificantes ou frustrantes. A base de apoio psicológico do bébé é, portanto, a mãe, ou o objecto que desempenha a função maternal, que é o primeiro objecto em simbiose inicial com o bébé.», João dos SANTOS, A Casa da Praia, III; ed. cit., p. 35.
[11] Cf. João dos SANTOS, Se não sabe porque é que pergunta? Conversas com João Sousa Monteiro (1988), 24; Lisboa, Assírio & Alvim, 20046, pp. 143-145.
[12] «Para que eu possa observar uma criança e portanto ajudá-la e amá-la, é preciso que me coloque em situação de ser observado por ela. E não sei o que é mais importante, se é a criança ser olhada, não é só ser olhada, é ser “vista”, se é ver o outro.», João dos SANTOS, Se não sabe porque é que pergunta?, 14; ed. cit., p. 95.
[13] Cf. João dos SANTOS, Se não sabe porque é que pergunta?, 1; ed. cit., p. 21.
[14] João dos SANTOS, «Algumas considerações sobre urbanismo e cultura» (1966); EE I, V, 6; EE I, p. 146.
E o texto prossegue, na mesma página:
«Dialogar é constatar que o que cada um nos comunica não é a verdade, nem a realidade mas a forma como cada um sente e interpreta a verdade e a realidade. Dialogar é falar sobre a nossa maneira de ser ou, dito doutra forma, da maneira como se organizaram as nossas imagens fundamentais ou objectos, como cada um adquiriu experiência e é capaz de trocar palavras, ideias, sentimentos, emoções ou coisas. […]. Dizer palavras não é dialogar. Dialogar é aceitar a possibilidade de eu e outro nos encontrarmos no entendimento dum mesmo objecto ou de fundirmos os nossos objectos.».
[15] Cf. João dos SANTOS, «Ser único, viver a solidão, morrer só» (1978); EE II, VI, pp. 316-317.
[16] Cf. João dos SANTOS, Se não sabe porque é que pergunta?, 1; ed. cit., pp. 18-19.
[17] João dos SANTOS, Se não sabe porque é que pergunta?, 5; ed. cit., p. 43.
[18] «Ninguém suportaria viver esfolado, sem pele, ninguém suportaria que os outros vissem todas as suas ideias. O que é fundamental para a nossa existência e para a nossa coexistência, para a nossa relação e para a nossa constituição como pessoas, é termos um segredo, é termos uma vida interior. Das nossas ideias só nós sabemos, e justamente por isso, porque a linguagem serve para dizer o que a gente sente, e serve, ao mesmo tempo, para camuflar o que a gente sente.», João dos SANTOS, Se não sabe porque é que pergunta?, 1; ed. cit., p. 21.
[19] João dos SANTOS, «Os castigos na Educação. O castigo regulamentado» (1957); EE I, I, 2, p. 35.
«A leitura é dos sinais que ali estão… e que são acompanhados ou que evocam emoções, engramas; lê-se dentro das emoções provocadas, pelos sinais. […]. Não vemos os sinais quando já sabemos ler, vemos imagens, sentimos personagens, revivemos situações…», João dos SANTOS, «Lê-se dentro das emoções provocadas», É através da via emocional que a criança apreende o mundo exterior, ed. Paula Grijó dos Santos Maia Lobo, Lisboa, Assírio & Alvim, 2009, p. 53.
[20] João dos SANTOS, Se não sabe porque é que pergunta?, 5; ed. cit., pp. 43.
«Ora o sonho é a realidade interior… Negar o sonho é reduzir o homem à condição de máquina… A máquina computa ou executa, não imagina nem sonha.», João dos SANTOS, «Sobre a literatura infantil. Uma narrativa sem murmúrios nem vogais… portanto sem os sons da dor e do prazer» (1980); EE II, III, 9, p. 161.
[21] João dos SANTOS, «Como a criança se faz homem» (1979); EE II, VI, p. 306.
[22] João dos SANTOS, «Como e quando ensinar. Quem sabe Pedagogia?» (1953); EE I, I, 1, p. 33.
«Só se desenvolve a inteligência pela acção e só se pensa com símbolos ou palavras; portanto quanto maior fôr a capacidade de expressão, corporal e verbal maior será a qualidade da inteligência e a riqueza do pensamento.», João dos SANTOS, «O ensino de crianças deficientes. Nem tudo se desenvolve e cresce como as plantas trepadoras» (1953); EE I, I, 5, p. 50.
[23] João dos SANTOS, «Desvendar a loucura. É talvez abusivo expôr Jaime» (1980); EE II, IV, 6, p. 232.
[24] Joãos dos SANTOS, «Ser milenário» (1979), É através da via emocional que a criança apreende o mundo exterior, IV; ed. cit., p. 252.
[25] João dos SANTOS, «A minha educação foi a de esperança» (1974); EE I, Fecho, p. 210.