O LAGO E A CASCATA

Mário de Carvalho MEDIUMMário de Carvalho
Escritor
4 de Junho de 2013 *

Quando uma instituição sabe honrar os que engrandeceram o país fica ela própria mais honrada e engrandecida. Neste sentido, apraz-me saudar A CML e a Empresa pública CTT por estes momentos em que João dos Santos é evocado. Não posso dizer que é lembrado, porque ele não foi esquecido.

Há certas figuras cuja obra ressoa, através dos tempos e das contingências, vibrando em fundo, como um fresco madrigal numa floresta. A presença de João dos Santos, o que escreveu, o que reflectiu, o que ensinou, a sua inteligência inovadora, o seu sentido da descoberta deixaram uma impressão funda nos que lidaram profissionalmente com ele. A sua humanidade e afabilidade, a serenidade e distinção do trato pessoal deixaram uma memória aprazível e benigna em todos.

Chegado a este ponto da minha vida, que já se vai alongando, eu tenho de confessar o privilégio de no decorrer dos tempos ter privado, de uma forma ou doutra, com vários grandes homens, daqueles que contribuíram para sermos mais do que nós, parafraseando a célebre fala do homem do leme, no poema da «Mensagem»: «Aqui ao leme sou mais do que eu». João dos Santos foi, efectivamente, um desses homens.

Conheci-o em família, em rodas de serão, convívio de amigos, sessões informais de confraternização — no «conviver- conversando», para usar a própria expressão de João dos Santos — quando era, pelos mais íntimos, tratado alegremente por «John». Anotei, nestes relances da convivência de outra geração, aquela peculiar fleuma, a tranquilidade repousada de quem às vezes — entre contares e gargalhadas –, no seu sorriso aquiescente, mão pousada sobre o queixo, parecia pensar noutras coisas – e se calhar pensava mesmo. Nunca levantava a voz, não consigo imaginá-lo a dar um grito ou a ter um gesto brusco, ou a descair em qualquer desatino. Exprimia-se baixo, pausadamente, com uma escolha criteriosa da frase. E não recorria nunca à retórica exuberante e consabida de quem pretende a todo o custo persuadir ou divertir. Numa nota mais pessoal, apraz-me recordar a paciência educada com que ouviu a argumentação esquemática e um tanto primária com a qual eu, na minha verdura, me dignava a explicar o mundo e a sociedade. Mas aquela figura pequena, morena, pausada, discreta, que nos habituámos a ver num abandono de perna cruzada, numa sala, ou à mesa dum restaurante, em revoadas de amigos, tinha quase sempre, na sua bela casa de Sesimbra, a presença de um escritor, de um artista, de um cientista, rendido à elegância da sua conversação esclarecida.

Ora essa mesma personalidade branda e recolhida desenvolvia uma actividade assombrosa, pertinaz, de um dinamismo sem limites, contra a inércia do conformismo, contra uma perseguição política cega e mesquinha, contra o marasmo das ideias e a renúncia à indagação. Como foi possível conciliar uma tão grande tranquilidade de espírito, e um vagar sem pressas (sem «stress», diríamos hoje) com uma movimentação criativa tão intensa, quotidiana, variada e continuada? É um mistério de que João dos Santos tinha o segredo e a cuja enunciação responderia, certamente, com um sorriso.

Sobre o amplo labor criativo de João dos Santos, fora do meu pequeno círculo, haverá quem se pronuncie de maneira mais qualificada e conhecedora (embora eu possa declarar que ainda sou beneficiário dessa ressonância, porque tenho netos no Pestalozzi) mas eu gostaria de relatar agora um rasgo de generosidade e espírito solidário que ocorreu comigo e devido a circunstâncias da minha vida pessoal. Esse relato pode começar por uma catedral.

Todos conhecem, pelo menos em reprodução, a célebre escultura de Rodin: duas mãos esguias aproximam-se. Dobram-se, um pouco, uma mais que outra, como para conter qualquer coisa. Quase se tocam como para se acariciar. Desdobram-se para o alto, como a querer o infinito. Estão prestes a entrelaçar-se num enlace de afecto. Estão imóveis, e no entanto, giram e rodam. São duas mãos direitas de homens diferentes. Rodin chamou-lhes «A Catedral». A figura belíssima e um pouco sofrida, recortando-se com suavidade sobre o que podemos imaginar ser um fundo de música, poderá ter para os especialistas, críticos e historiadores todas as leituras que a arte e o seu contexto costumam carregar de polissemia.

Para mim, no momento em que a recebi, em postal ilustrado, endereçado ao estabelecimento prisional de Caxias, com o abraço de João dos Santos, teve um sentido pessoal muito intenso: o de uma afirmação solidária de humanidade, um apelo amigo à coragem, numa circunstância de cerco e isolamento.

Por razões de resistência política, eu tinha sido preso em Abril de 1971, pela DGS, nome com que a polícia política, PIDE, se rebaptizou durante o marcelismo. Na maior parte dos casos, se não em todos, a polícia política maltratava os presos. Alarmada, nomeadamente pela falta de notícias, a minha família requereu a visita de João dos Santos, alegando preocupação pelo meu estado de saúde psíquico. Encontrei há dias, por mero acaso, cópia dessa petição, assinada por minha mulher, pais e sogros. A visita foi para mim, que me encontrava ainda em isolamento, após onze dias de privação do sono, um rasgo de claridade, no meio da incerteza cinzenta e ameaçadora, que me rodeava. Durante breves minutos, na enfermaria do forte de Caxias, aquela presença serena e aquele abraço amigo significaram, por si sós o encorajamento e a solidariedade dos homens livres. Dias mais tarde, receberia, enviado e autografado por João dos Santos o postal com a reprodução da Catedral de Rodin, acompanhado de um livro, também rubricado, que ainda conservo: «Le Guide Marabout du Yoga».

Esta visita de João dos Santos, naquele tempo e condicionalismo tem um duplo significado:

— Por um lado, atesta que o prestígio do grande médico e intelectual que o regime tinha perseguido, privado de emprego e forçado ao exílio, era, na altura imenso, a ponto de obrigar a própria polícia política a uma concessão rara;

— Por outro lado, é mais uma comprovação da disponibilidade generosa e solidária de João dos Santos que nunca se comprometeu, nem vergou ao autoritarismo despótico que então vigorava.

Hoje – e por enquanto – é preciso acrescentar uma palavra para explicar o que este gesto representou. Uma pessoa que já não era jovem, com múltiplas actividades, respeitado no seu meio, com o tempo preenchidíssimo, bem conhecedora, por experiência própria, da capacidade retaliatória do regime, expõe-se novamente, desloca-se à prisão de Caxias, sujeita-se a burocracias, a más memórias, porventura a vexames e incómodos (o que felizmente – sejamos justos – não foi o caso), por causa de um jovem que nem sequer conhecia de muito perto.

Pessoalmente, nunca esqueci, nem esquecerei aqueles momentos de cumplicidade, nem aquele sorriso tranquilo, corajoso e confiante que me é tão grato à lembrança.

Não queria terminar sem umas palavras de apreço pelos ideais de liberdade em que João dos Santos foi educado, na sua família, e que soube, tão elevadamente, transmitir. Muitos da minha geração receberam-nos e transfiguraram-nos, um pouco como a dele já havia feito com o republicanismo dos seus pais. É com ternura que eu evoco as esperança, a confiança e a vontade daqueles jovens, que na demanda de um mundo melhor passaram pelo esperantismo, com a sua promessa de fraternidade universal, pelo campismo e naturismo, como resposta a um ramerrão cinzento e opressivo, e afirmaram uma causa, mesmo quando, após a derrota republicana em Espanha, sofreram o tormento de ver a barbárie Nazi/fascista a alastrar pelo mundo, de uma forma que então parecia irreversível.

Antes de ser fuzilado no Mont Valérien, um homem, um resistente, chamado Gabriel Péri, apelou numa derradeira carta, para «os amanhãs que cantam». A expressão ficou célebre e tem sido vilipendiada, e amplamente escarnecida por muito ignorante-repetidor, por muito comentador cínico ou pela propaganda esmagadora dos interesses dominantes. É como justa provocação que a recupero e proclamo. Creio que esta homenagem a um homem generoso é uma boa ocasião para isso. Notem: o que se propõe são «amanhãs que cantam», não os que excluem, não os que humilham, não os que violentam, não os que dividem. Não os que assassinam… Cantam — como expressão superior de uma afirmação de humanidade. As canções heróicas dessa geração e o canto livre da minha, tão multiplicado e tão intenso, assinalando rebeldia, inconformismo e modernidade vinham anunciar essoutro cântico de uma humanidade mais unida e mais fraterna.

Utopia – aquilo que não tem lugar em parte nenhuma, excepto no coração dos homens. A aspiração por um mundo melhor, mais justo e livre ficou indelével na construção – sempre ameaçada — da nossa própria humanidade. João dos Santos alinhava com aqueles que – estejam onde estiverem — acreditam na possibilidade de um futuro melhor e nunca perdem de vista esse horizonte transformando-o em proposta de vida.

Mário de Carvalho

4/6/2013

 
 
* Discurso proferido pelo Escritor Mário de Carvalho por ocasião do lançamento do livro “Prevenir a doença e promover a saúde” e da apresentação pública do selo do psiquiatra e psicanalista João dos Santos, que se realizou no dia 4 de Junho, na Sala do Arquivo dos Paços do Concelho em Lisboa

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  • Ligações:


  •  

    Cecília Menano, João dos Santos e Maria Emília Brederode Santos em conversa

    Clique na seguinte ligação para para visualizar este vídeo do Instituto de Tecnologia Educativa – RTP (1975) A Escolinha de Arte de Cecília Menano – com Cecília Menano, João dos Santos e Maria Emília Brederode Santos, que foi muito generosamente disponibilizado pelo Dr Daniel Sasportes (19 minutos). [Clique nesta ligação]

     


  • Photomaton

    Photomaton

    O filme “PHOTOMATON-Retratos de João dos Santos”, realizado por Tiago Pereira e Sofia Ponte é uma produção da Fundação Calouste Gulbenkian e da RTP2 e é colocado neste site com a muito generosa autorização da Fundação Calouste Gulbenkian.

     

  • Crianças Autistas by Ernesto de Sousa

    Clique na seguinte imagem para aceder ao filme
    "Crianças Autistas" by Ernesto de Sousa"
    e depois carregue no botão "Play".
    (este filme não tem som!)  

    imagem de Criancas Autistas by Ernesto de Sousa

    Crianças Autistas
    Realização de Ernesto de Sousa a partir de uma ideia de João dos Santos, 1967
    Operador de câmara: Costa e Silva
    Filme disponibilizado pelo Centro de Estudos Multidisciplinares (CEMES)
    www.ernestodesousa.com

     

  • Programa IFCE no Ar, Radio Universitária

    Entrevista sobre o andamento do curso à distância “Introdução ao Pensamento de João dos Santos”

    Entrevista gravada com a coordenadora do curso “Introdução ao Pensamento de João dos Santos”, Professora Patrícia Holanda da Linha de História da Educação Comparada da UFC (Universidade Federal do Ceará), com o Doutor Luís Grijó dos Santos (filho de João dos Santos), e a coordenadora pedagógica do curso Professora Ana Cláudia Uchôa Araújo da Directoria da Educação à Distancia do IFCE (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará). A entrevista foi realizada pelo jornalista Hugo Bispo do Programa IFCE no Ar em 3 de Novembro de 2016.

    Para ouvir a gravação desta entrevista clique nesta ligação.

     


     

  • UM PENSADOR EMOCIONADO

    Professor Doutor José Adriano Barata-Moura

     

    Clique nesta LIGAÇÃO para ver o vídeo "João dos Santos - Um Pensador Emocionado" da conferência do Professor Doutor José Barata-Moura, 7 de Setembro de 2013 no congresso “João dos Santos no século XXI”.

     

     

  • Os Dias da Rádio Em Conversa com João Sousa Monteiro

     
     

    Clique nesta LIGAÇÃO para ver o vídeo "Dias da Rádio - Em Conversa com João Sousa Monteiro".
    Vídeo produzido e realizado no âmbito das XXI Jornadas da Prática Profissional: " O Segredo do Homem é a Própria Infância: Pensar em Educação com João dos Santos" que se realizaram na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Santarém nos dias 8 e 9 de novembro de 2013.

     

     

  • Testemunhos

    “Estimada Paula Santos:"

    Não quero deixar de testemunhar que o seu pai, Dr. João dos Santos, foi uma grande referência para mim, no perfil de psicoterapeuta.

    Fui discípulo seu durante um ano no Hospital Santa Maria e, foi para mim uma experiência admirável pela grande capacidade de lidar com uma criança e através dela captar o seu micromundo. Depois, já na sua ausência, sem quaisquer outros dados, no Seminário dos Internos, descrevia, com espanto para nós, as personalidades dos pais, os seus conflitos, a qualidade de relacionamento. Não segui a psicanálise, mas foi com o seu pai, meu grande querido mestre, que me enriqueci no caminho da psiquiatria clássica.

    O Dr. João dos Santos vai ser tardiamente homenageado pela Ordem dos Médicos, depois de tantas honrarias que recebeu e mereceu. Com esta nova Direcção, a Ordem está a tentar repor publicamente, o mérito de médicos ilustres esquecidos, muitos incómodos, para conhecimento das novas gerações de médicos, a bem dos princípios de justiça, dos valores e da história da medicina portuguesa.
    Com os melhores cumprimentos

    Júlio Pêgo (Psiquiatra)”
    Novembro de 2014
    [Ler mais testemunhos]


  • Notícias

    “A Neurose de Angústia”
    A edição eBook para Kindle do livro “A Neurose de Angústia” está à venda em todos os sites da Amazon.

    [Para mais informações clique aqui]



    "João dos Santos, um caminho diferente na saúde mental"
    Trabalho de métodos qualitativos de Leonor Moreira Rato, supervisado pelo Professor Doutor Miguel Nunes de Freitas do ISPA – Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida. Inclui a transcrição de uma entrevista feita à Professora Doutora Maria Eugénia Carvalho e Branco por Leonor Moreira Rato. [Para mais informações]


    O Senado da Universidade de Lisboa atribui o título de Doutor Honoris Causa ao Pedagogo Sérgio Niza
    A Cerimónia de Investidura do título Doutor Honoris Causa terá lugar no próximo dia 23 de Abril 2015, com início às 18.00 horas, na Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa. [Continuar a Ler]


    Apresentação do livro de Maria Eugénia Carvalho e Branco pelo Professor Doutor António Coimbra de Matos e pelo Dr Pedro Strecht
    Agradeço à Professora Doutora Maria Eugénia Carvalho e Branco o honroso convite para participar na apresentação do seu livro "João dos Santos. A Saúde Mental Infantil em Portugal. Uma Revolução de Futuro".
    É uma honra e um prazer. Duplos:
    1. Pela elegância da forma e riqueza do conteúdo. Como leitor, primeiro foi o espanto, logo de seguida, o conhecimento – no lúcido dizer do filósofo estagirita; mas sobretudo, o que eu senti foi encantamento face à empolgante transmissão do que foi o Homem e do que é a Obra que nos legou. [Continuar a Ler]

    Revista Visão
    A revista Visão publicou na sua edição de 12 a 18 de Dezembro de 2013 (nº 1084) um artigo sobre João dos Santos, “A criança e o mestre”, subscrita pela jornalista e psicóloga Clara Soares. [Ler o artigo completo]

    Escola Superior de Educação de Santarém
    As Jornadas da Prática Profissional da ESES – “Pensar em Educação com João dos Santos” decorreram muitíssimo bem, com muito entusiasmo, envolvendo alunos e professores, enlaçando pensamento e afecto em todos os presentes e em todos os seus momentos, das conferências aos painéis, dos ateliers para adultos aos ateliers com crianças, dos filmes à escuta dos Dias da Rádio – em que pudemos recordar ( e alguns, ouvir pela primeira vez) essas conversas tão especiais. [Continuar a ler]

    “Exposição e Tertúlia João dos Santos
    No ano em que se celebra o Centenário do Nascimento de João dos Santos, a Câmara Municipal de Odivelas associou-se a estas comemorações através da uma Exposição sobre a vida e obra do homenageado inaugurada a dia 23 de Outubro e ainda uma Tertúlia realizada no mesmo dia às 17,30 no Centro de Exposições de Odivelas com o patrocínio da Associação Portuguesa de Psiquiatria da Infância e Adolescência. [Continuar a ler]

    “A Saúde Mental Infantil em Portugal - Uma Revolução de Futuro”
    O lançamento da nova obra de Maria Eugénia Carvalho e Branco ““A Saúde Mental Infantil em Portugal – Uma Revolução de Futuro”” será realizado no dia 8 de Novembro de 2013 pelas 19h30 inserido nas XXI Jornadas da Prática Profissional 2013/2014, da Escola Superior de Educação de Santarém. [Ler mais notícias]

    A Liga Portuguesa de Higiene Mental
    – Associação que mantem como sua principal actividade o funcionamento da linha telefónica de apoio emocional e de Prevenção do Suicídio O SOS VOZ AMIGA – pretende, com o envio desta notícia, associar-se às Comemorações do Centenário de João dos Santos, através da transcrição parcial do Editorial do seu Boletim de Maio 2013, em que são realçadas as valências de uma das Instituições Associativas criadas por João dos Santos: o IAC e posteriormente o SOS Criança. [Ler mais]

    “Vida, Pensamento e Obra de João dos Santos”
    A 2ª Edição (Revista) do livro “Vida, Pensamento e Obra de João dos Santos” de Maria Eugénia Carvalho e Branco acaba de ser publicada pela editora Coisas de Ler. [Ler mais notícias]

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  • A Força das Perguntas

    António Nóvoa
    6 de Setembro de 2013

    João dos Santos é uma presença luminosa do século XX. A sua acção nos domínios da saúde e da educação marca o nosso pensamento mais inteligente, e mais sensível, sobre a infância.
    Os trabalhos deste Centenário, notavelmente dinamizados pelos seus filhos, Paula Santos Lobo e Luís Grijó dos Santos, revelam bem a amplitude, a largueza e a grandeza, daqueles que João dos Santos tocou pelas palavras, pelos gestos, pela relação.
    É uma teia extraordinária de pessoas, de cumplicidades, de afectos, de discípulos no sentido mais nobre do termo. Sim, João dos Santos foi um mestre, um mestre com quem estamos em diálogo neste momento, ao falar dele, ao falar com ele. [Ler texto completo]

     

     



  • João dos Santos

    27 de Novembro de 2014

    João dos Santos é homenageado com a Medalha de Mérito da Ordem dos Médicos

     


  • Como instalar o aplicativo Kindle gratuito

    1. Seleccione o site da Amazon mais conveniente para o seu país (Brasil, Espanha, Estados Unidos, França…)

    2. Baixe o aplicativo de leitura Kindle gratuito:

    Brasil
    Espanha
    Estados Unidos
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    Reino Unido
    Itália
    Índia

    3. Abra o aplicativo e faça o login usando a sua conta da Amazon... e comece a ler no seu computador, tablet ou smartphone.
     

  • “PEDAGOGIA TERAPÊUTICA
    Diálogos e Estudos Luso-Brasileiros Sobre João dos Santos”

    A 2ª Edição (formato Kindle) do livro “PEDAGOGIA TERAPÊUTICA – Diálogos e Estudos Luso-Brasileiros Sobre João dos Santos” está à venda nos sites da Amazon. [Para mais informações clique nesta ligação]

     


     

  • Aula Inaugural do curso “Introdução ao Pensamento de João dos Santos”

     

    A aula inaugural deste curso foi transmitida ao vivo no último dia 22 de Agosto de 2016, no auditório do Instituto Federal do Ceará. No entanto a gravação continua disponível através da seguinte ligação https://www.youtube.com/watch?v=0OOs7Xy-KOo.

    Para mais informações, por favor veja a nossa página dedicada ao curso Introdução ao Pensamento de João dos Santos.

    Os organizadores do curso podem ser contactados através do seguinte e-mail: pensamentosantiano@gmail.com.

     


  • Como compartilhar trechos dos seus livros no Kindle

     

    Leitores de eBooks no Kindle têm ferramentas à sua disposição que lhes permitem compartilhar trechos de livros via e-mail, Facebook, Twitter, outros serviços mensageiros e via outros aplicativos instalados no seu dispositivo.
    As ferramentas disponíveis estão constantemente em evolução e alguns detalhes variam entre sistemas operacionais, aplicativos e dispositivos.
    No entanto, parece-nos útil descrever este processo simples de compartilhamento para um dispositivo Kindle (Kindle Paperwhite) e um aplicativo (Kindle para iPad).
    Para mais informações clique nesta ligação.

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    Ideias Psicopedagógicas do referencial santiano

    Clique na seguinte ligação, para assistir à gravação em VÍDEO da palestra “Ideias Psicopedagógicas do referencial santiano” proferida pela Professora Patrícia Holanda no XV Congresso de História da Educação do Ceará. A gravação da palestra é seguida dum momento musical e dos lançamentos dos livros "Pedagogia Terapêutica" e “Ensaios sobre Educação – I. A criança quem é?”. Para assistir à gravação clique nesta ligação.

     


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    Cecília Menano, João dos Santos e Maria Emília Brederode Santos em conversa

    Clique na seguinte ligação para para visualizar este vídeo do Instituto de Tecnologia Educativa – RTP (1975) A Escolinha de Arte de Cecília Menano – com Cecília Menano, João dos Santos e Maria Emília Brederode Santos, que foi muito generosamente disponibilizado pelo Dr Daniel Sasportes (19 minutos). [Clique nesta ligação]


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    DIÁLOGOS COM JOÃO DOS SANTOS PELO JARDIM DAS AMOREIRAS

    O eBook intitulado Diálogos com João dos Santos pelo Jardim das Amoreiras apresenta um conjunto de estudos realizados no âmbito do curso Introdução ao Pensamento de João dos Santos: estudo sobre a Pedagogia Terapêutica e foi lançado no dia 23 de Setembro de 2017 no XVI Congresso de História da Educação do Ceará em Icó.

    Clique na seguinte ligação para fazer o download gratuito do eBook Diálogos com João dos Santos pelo Jardim das Amoreiras: https://joaodossantos.files.wordpress.com/2017/09/dic3a1logos-com-joc3a3o-dos-santos-pelo-jardim-das-amoreiras-7-setembro-2017-versao-final.pdf

     

     

  • Comentário à apresentação do Livro “Hiperativos – Psicomotricidade Relacional com crianças Hiperativas” de João Costa, 2017

    Vera Oliveira, psicomotricista
    22 de Novembro de 2017

    Sou leitora do João desde 2001, quando nos conhecemos pela 1ª vez… era eu estagiária na Clínica do Parque… sob sua orientação. Ler é muito mais do que o ato de juntar letras em palavras e palavras em frases. “Ler” vem do latim “lego” que significa reunir, colher, juntar peças… criar… Naquela altura o João, embora ainda não o tivesse passado para o papel, já punha em prática com os meninos (alguns agitados) do parque, que tinham entre outras coisas, muitas dificuldades em aprender… já punha em prática que para fazê-los ler tinham muito mais do que saber juntar letras em palavras e palavras em frases. Tinham sobretudo que sentir – sentir o movimento, os materiais (os poucos que existiam na sala de psicomotricidade do parque naquela atura), sentir o outro! – era o impacto… as sensações… acompanhadas com emoções e afectos que precisavam, para serem capazes de produzir sentimentos. E que seria essa sensorialidade, neste livro designada “sensorialidade afectiva” que, dando lugar às memórias afectivas (como descreve António Damásio) fariam a criança reter alguma coisa, e progressivamente aprender coisas sobre alguma coisa.

    Como eu tenho Lido (sem papel) o João desde 2001, o que eu vou tentar fazer é, com base neste seu livro… uma espécie de lista resumida das razões pelas quais eu Leio o João Costa.

    A 1ª é a seguinte: O João toma posição! E não tem medo de tomar posição –  não toma posiçõezinhas, toma posições… com estardalhaço!

    A posição que ele tem sobre a psicomotricidade é muito clara – é clínica! Não é pedagógica… não é recreativa – é clínica.

    Clique na seguinte ligação para ler o texto completo.

     


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    Imagem - A última entrevista de Armando Leandro à frente da Comissão Nacional da Proteção das Crianças

    Clique na imagem para aceder ao vídeo desta entrevista no site da RTP NOTÍCIAS

    RTP NOTÍCIAS

     

    A última entrevista de Armando Leandro à frente da “COMISSÃO NACIONAL DE PROMOÇÃO DOS DIREITOS E PROTEÇÃO DAS CRIANÇAS E JOVENS”.

    Para mais informações sobre a “Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens” siga esta ligação.

     
     


     

  • BIOGRAFIA

    João dos Santos foi o criador da moderna Saúde Mental Infantil em Portugal e o grande impulsionador da viragem da Psiquiatria Infantil que de uma especialidade enraizada na Psiquiatria de adultos passou a uma especialidade autónoma.

    Foi um dos primeiros psicanalistas portugueses e um dos fundadores da Sociedade Portuguesa de Psicanálise.

    Desenvolveu um olhar novo sobre o valor da arte no desenvolvimento da criança e sobre a educação na família, na escola e na comunidade, criando concepções e ensinamentos originais e modos inovadores de formação de pais e professores.

    Como democrata lutou durante o fascismo pela criação de serviços de saúde mental de qualidade que eram então verdadeiros desafios políticos e que continham a semente da prática e dos princípios científicos que preparavam o futuro.

    O seu percurso académico e a sua sólida formação em Psiquiatria e Psicanálise permitiram-lhe proceder a rigorosas pesquisas sobre a criança. João dos Santos criou uma obra escrita inovadora concretizada numa obra institucional em prol da protecção materno-infantil e da prevenção e intervenção em Saúde Mental Infantil. Obra que ainda hoje ajuda a compreender as causas mais profundas do sofrimento psíquico e das patologias da criança, do adolescente e do jovem.

    João dos Santos começou por ser professor de Educação Física, licenciou-se depois em Medicina, tendo logo orientado o seu interesse e formação para a Psiquiatria. Trabalhou com Vítor Fontes no Instituto António Aurélio da Costa Ferreira e com Barahona Fernandes no Hospital Júlio de Matos onde foi um dinamizador incansável da modernização das clínicas infantis.

    Por motivos políticos (ligação ao Movimento de Unidade Democrática) foi afastado do serviço público.

    Partiu para Paris em 1946 onde sob a orientação de Henri Wallon foi investigador no Centro de Pesquisas Científicas de França (C.N.R.S.) no Laboratório de Biopsicologia da Criança. Trabalhou com G. Heuyer, J. Ajuriaguerra, H. Ey, A. Thomas. Trabalhou também no Serviço de G. Heuyer, primeiro professor de Neuropsiquiatria de França, no Hospital “Enfants Malades” e no Centro Alfred Binet, dirigido por Serge Lebovici. Aqui, entre outros, trabalhava também René Diatkine que seguia como Lebovici as novas correntes psicodinâmicas e se tornaram psicanalistas. Lebovici foi o pioneiro da Psicanálise infantil em França.

    Colaborou ainda com M. Bachet, psiquiatra da penitenciária de Fresnes.

    Regressou a Portugal em 1950.

    João dos Santos criou, com colaboradores, a seção de Higiene Mental do Centro de Assistência Materno-infantil Sofia Abecassis, o Colégio Eduardo Claparède, os dois primeiros Centros Psicopedagógicos portugueses, um na Voz do Operário outro no Colégio Moderno, o Centro Infantil Helen Keller, a Liga Portuguesa de Deficientes Motores, a Associação Portuguesa de Surdos, a Liga Portuguesa contra a Epilepsia. Colaborou na criação do Centro de Saúde Mental Infantil de Lisboa de que foi o seu primeiro director. Aí existiram desde o início, equipas de serviço ambulatório no Dispensário Central e no Dispensário do Hospital Dona Estefânia, além da equipa das clínicas infantis do Hospital Júlio de Matos. Mais tarde foram criados outros serviços como o Laboratório de Electroencefalografia, Laboratório de Bioquímica, a Escola dos Cedros – serviço de adolescentes, a Casa da Praia – Externato de Pedagogia Experimental e a Unidade de Primeira Infância (UPI).

    João dos Santos foi o inspirador da criação do Instituto de Apoio à Criança (IAC).

    Foi Professor na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação e na Escola Nacional de Saúde Pública.

    Em 1984 foi agraciado pelo Presidente da República, General António Ramalho Eanes, com o grau de Comendador da Ordem de Benemerência.

    Em 1985, a Faculdade de Motricidade Humana atribuiu a João dos Santos o título de Doutor Honoris Causa.

    As comemorações deste centenário visam divulgar o pensamento de João dos Santos, ainda hoje tão inovador, com o objectivo de se fazer uma reflexão que indo ao passado, passe pelo presente e se projecte no futuro. Este percurso no tempo e nos lugares, passando pelas várias áreas da sua prática e saber, vai certamente permitir tecer sentidos entre elas e incentivar novas ideias e novas práticas para o futuro.

    Actividades de comemoração do centenário estão a ser organizadas juntamente com a família de João dos Santos, várias personalidades das áreas da saúde, da educação e da cultura e instituições que estiveram a ele ligadas: Associação Portuguesa de Psiquiatria da Infância e da Adolescência, Casa da Praia – Centro Doutor João dos Santos, Departamento de Pedopsiquiatria do Hospital Dona Estefânia, Faculdade de Motricidade Humana, Faculdade de Psicologia, Instituto de Educação, Jardim Infantil Pestalozzi – Fundação Lucinda Atalaya, Sociedade Portuguesa de Psicanálise e outras.

    Várias iniciativas estão já em preparação como a publicação da obra inédita de João dos Santos, reedição de livros já esgotados e encontros a realizar em Setembro.

    Paula Santos Lobo e Luís Grijó dos Santos

     

    Joao dos Santos – capa da nota biográficaClique aqui para fazer o download desta brochura biográfica em formato PDF

     
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  • João dos Santos

    1913 - 1987

    O livro “Prevenir a doença e promover a saúde” de João dos Santos (Ed. Póstuma) foi publicado pela editora Coisas de Ler no dia 4 de Junho de 2013. [Bibliografia]