A Saúde Mental começa na criança

  
foto de Graca Barahona Fernandes MEDIUMDra. Maria da Graça Barahona Fernandes
Psicóloga clínica aposentada

31 de Dezembro de 2013
 

Ocorreram-me de imediato estas afirmações. Será que poderiam ser, entre outras, uma forma de legado de João Santos às futuras gerações?

A Saúde Mental começa na infância. Sem Saúde Mental não há Saúde. Compete à Comunidade que cuida de Crianças Promover a Saúde, Prevenir a doença e intervir o mais precocemente possível – na díade mãe – bebé. Nas minhas recordações são estes alguns dos temas de reflexão e de acção, doadas desde sempre por João dos Santos a todos, muitos, que o conheceram. Por isso, queria agradecer-lhe comovidamente, estas minhas memórias fundadoras do que fui, do que sou e do que espero ainda ser. Conheci João dos Santos ainda criança muito pequena por via da amizade e consideração que meu pai, professor de Psiquiatria, manifestou ao então jovem recém-licenciado em medicina que se formou e trabalhou na Clínica Psiquiátrica Universitária do Hospital Júlio de Matos (anos 42 a 46). Paralelamente foi encarregue pelo Director do Hospital, António Flores, da organização dos dois Pavilhões Infantis. A minha família habitava desde 1942, ano seguinte ao meu nascimento e da minha irmã gémea Isolda, num pavilhão residencial destinado, por inerências de funções, ao director da Clínica Universitária. Foi por isso que cedo me fui apercebendo de deambulações de médicos, enfermeiros e doentes, que passeavam no parque do Hospital, que faziam ginástica nas sombras das ruas daquele mundo em miniatura ou que jardinavam e varriam as folhas secas dos castanheiros e tílias nas frondosas áleas circundantes. Pelo portão particular de acesso à casa familiar entravam muitas visitas lá de casa; havia um senhor que por lá entrava diariamente; atenta à frequência e à amabilidade de quem tinha esse hábito, informei-me e explicaram-me que era um doutor que só podia entrar pela residência e não pelo portão principal. Muito mais tarde vim a saber e compreender as razões deste insólito hábito, relacionado com a proibição dos poderes políticos infligida a João dos Santos de frequentar qualquer Hospital Público. Meu pai não aceitou essa ordem, assegurando a sua presença na Clínica, por acesso do portão da sua casa. Foi assim que se estabeleceu a forte amizade com meu pai, posteriormente alargada a outros elementos da família – a mim, à minha gémea Isolda, e já na adolescência, ao meu irmão António José. Sei como João dos Santos ficou grato pelo gesto de justa solidariedade de meu pai contra uma arbitrariedade policial – facto que cimentou uma amizade e apreço entre os dois – e que surgiram também em mim, anos mais tarde, e em diferentes etapas do meu percurso pessoal e profissional. Por exemplo, recordo ter João dos Santos recomendado aos meus pais uma Professora particular para a minha irmã Isolda que necessitou, por razões de doença, de continuar os estudos em casa. A Professora proposta foi Isabel Pereira, aceite por todos da família com entusiasmo. Refiro-me à Professora e Educadora especializada que reencontrei já nos anos 60 e com quem colaborei no Centro Infantil Helen Keller. Foi um extraordinário relacionamento que perdura até ao presente!

Foi ainda a Isabel, por incentivo de João dos Santos, que me deu a conhecer Maria Amália Borges – outro encontro relevante que me levou a descobrir o pujante pensamento duma pedagoga que se tornou outra grande amiga. M. Amália Borges estava impedida de exerce funções de professora, mas aplicava as técnicas pedagógicas Freinet (ligadas ao Movimento da Escola Moderna), numa escolinha “experimental” e semiclandestina, instalada no sótão da sua residência no bairro das Colónias. Foi aí que adquiri o gosto e vontade de me voluntariar. Com efeito aí fui educadora de infância “improvisada” a troco de me ser proporcionada a vivência de uma escolaridade inclusiva por ter colaborado na experiência, pioneira na época, de uma classe infantil integrando uma criança amblíope com crianças visuais. Manteve-se o entusiasmo e a experiência continuou no Centro H. Keller, no jardim Constantino, em 1963, sobre a orientação de sua Directora Ana Maria Benard da Costa e tendo como colega e Professora Especializada outra grande amiga: a Manuela Cruz. Amparada por estes laços afectivos fui fortemente “instada” a apresentar o relato dessa integração de crianças visuais com uma invisual e concomitantemente autista, numa sessão da Semana de Estudos sobre os problemas da cegueira e do ensino de cegos (organizada em colaboração com o oftalmologista Henrique Moutinho em 1963).

O meu persistente interesse pela pedagogia foi-se fortalecendo até aos tempos bem mais recentes, através do novo Conceito então proposto por João dos Santos – o da Pedagogia Terapêutica – praticada pela “Casa da Praia”, Centro de Estudos Dr. João dos Santos.

Aconteceu também que, ao longo de muitos anos João dos Santos “animava” sessões formativas em Centros de Saúde Materno Infantis (por exemplo no Sofia Abecassis) em Centros Psicopedagógicos (na Voz do Operário, no colégio Moderno e no Colégio Claperède) inspiradas pelas novas recomendações e práticas decorrentes dos movimentos internacionais de Higiene Mental e de Saúde Publica, surgidos nomeadamente nos E.U. Estas notáveis actividades que fui seguindo esporadicamente, impulsionaram-me na dedicação que sempre fui dando aos aspectos da prevenção das dificuldades escolares – ou seja à promoção da Higiene Mental na Escola. Para mim, este tema verdadeiramente identitário, o da Prevenção das perturbações da Saúde Mental e o da actuação na comunidade, nunca mais me abandonou.

A certa altura, já estudante universitária, e por razões pessoais, ausentei-me num semiexílio em França. Mais uma vez João dos Santos, a pedido de meu pai, fez uma série de diligências para amparar a minha estadia; levei comigo o conforto de inúmeras cartas de apresentação e recomendações para técnicos de renome da área da pedagogia e da Saúde M. Infantil, no sentido de poder conhecer e frequentar as respectivas Instituições onde trabalhavam. Foi um precioso auxílio naqueles duros tempos, a que se acrescentaram semelhantes orientações, por parte de Rui Grácio – meu ex-professor de Psicologia e Filosofia no liceu e então Director do Centre de Estudos Pedagógicos da Fundação Gulbenkian. Tudo foi certamente decisivo para que obtivesse uma Bolsa de Estudos destinada a cursar uma licenciatura em Psicologia, na altura inexistente no nosso país. Obtida a almejada bolsa, rumei ao Sul – à Universidade de Toulouse. João dos Santos era aí conhecido pelo responsável da faculdade, Philipe Malrieu, por terem sido ambos discípulos de H. Wallon. Foi mais uma porta “real” que se me abriu, uma vez que esses professores me facultaram o acesso antecipado à biblioteca, aos programas e bibliografia, mesmo sem estar ainda oficialmente inscrita como estudante.

Quando regressei a Portugal, em 1970, já licenciada, tive que realizar uma difícil opção de trabalho, face aos convites dos dois mentores e amigos que tanto me tinham ajudado; a minha fidelidade e gratidão aos dois especialistas em duas áreas que me apaixonavam igualmente – a investigação pedagógica (por via de Rui Grácio) e a psicologia clínica infantil (ligada a João Santos e exercida no Hospital júlio de Matos) – levaram-me a muitas hesitações!

O recuo temporal permite-me considerar que a escolha feita – a da clínica infantil-foi a adequada aos meus interesses e aptidões. Foi assim que a prática e a acção prevaleceram, mesmo sobre o natural imperativo ético de corresponder á Instituição (a fundação Gulbenkian) que me havia facultado a bolsa. Por convite de João dos Santos, regressei mais uma vez como educadora, ao H. Júlio de Matos, onde ainda vivia a minha família. Trabalhei na Clínica Infantil Meninas que havia sido remodelada desde 1951 (com a sua 1ª discípula Margarida Mendo) e por um conjunto de psiquiatras da infância que constituíram a primeira geração de especialistas treinadas e formadas por João dos Santos nos novos modelos de intervenção inovadores, da psiquiatria, da pedopsiquiatria, da pedagogia, da Psicologia, da Psicanálise e da Higiene Mental Infantil. Foi Margarida Mendo, que organizou um Hospital de Dia, transformando, com a aplicação de terapêuticas inovadoras, o pavilhão que se afastou progressivamente do estigma de asilo de pequenos alienados; passou a ser frequentado por crianças com problemas de melhor prognóstico que os anteriores doentes, gravemente perturbados. Praticavam-se algumas formas de Educação pela Arte (defendida por Arquimedes da Silva Santos e aplicada por Cecília Menano num atelier particular); exercitavam-se as crianças em sessões de psicomotricidade praticadas numa piscina interior aquecida e num amplo ginásio. Realizavam-se “saídas” pelo bairro circundante … praticavam-se formas de psicoterapia dita de “maternage”… Foram tempos épicos, duros e inesquecíveis em que João dos Santos surgia cada vez mais em público como “o especialista” em psiquiatria Infantil, inclusivamente, dando aulas por convite de meu pai, no H. de Santa Maria, sobre Psiquiatria e Higiene Mental Infantil- na cadeira do 6º ano do curso de medicina; e também proferindo conferências para a cadeira de Psicologia Médica, por exemplo, sobre “As neuroses Infantis” em 1951.

Para João dos Santos o conceito de Prevenção não tinha limites definidos e alargava-se às crianças sofrendo de doenças orgânicas, físicas ou neurológicas. Por isso, desenvolveu e trabalhou em Associações ligadas a essas perturbações tentando criar serviços de tratamento ambulatório com intuitos Preventivos – o lema era: por serem doentes estas crianças apresentavam-se mais vulneráveis psiquicamente, correndo mais riscos de alterações no seu desenvolvimento. Foi assim que surgiram: uma Associação Portuguesa de Surdos, um Centro de Profilaxia da Cegueira, a Liga Portuguesa contra a Epilepsia, a Liga para Deficientes Motores, o Centro de Paralisia Cerebral, a Associação de Pais e Amigos de Crianças com Deficiência Mental, etc. Mais uma vez João dos Santos mostrou-se como um exemplo de cidadania solidária e um grande motivador de captação de colaboradores empenhados. Recordo-me como colaborei com a Educadora Teresa Guapo na Liga contra a Epilepsia (então dirigida pela Pediatra Ana Jorge), em diferentes capitais de província do Sul de Portugal. Explicitava junto de médicos, enfermeiros e professores, que só algumas dessas crianças, necessitavam de cuidados acrescidos de pedagogia ou de tratamento psicológico para obviar certas vulnerabilidades decorrentes da sua doença e da medicação prescrita.

Entretanto, em 1963 surgiu uma nova Lei de Saúde Mental que possibilitou a criação de Centros de Saúde Mental para adultos e para crianças; eram serviços ambulatórios de atendimento, sectorizados, nos quais a equipa multidisciplinar era a unidade funcional; nos Centros Infantis, à atenção primordial da assistência aos doentes acrescentaram-se o investimento na Saúde Mental da população, por meio de medidas preventivas alargando a sua aplicação às escolas, aos médicos, aos psiquiatras e psicólogos, bem como aos magistrados e serviços tutelares de menores.

Tive o privilégio de ter deambulado vários anos em diversas equipas do Centro de Saúde Mental Infantil de Lisboa espalhadas pela cidade de Lisboa; primeiro, no Dispensário Central da R. João Penha (às Amoreiras), depois no bairro da Encarnação e de novo no H. Júlio de Matos. O manancial de experiências e troca estimulante de conhecimentos e práticas concretizadas em reuniões clínicas e de formação semanais, no seio de equipas de diversificadas profissões, foi um bem precioso – tenho consciência de ter beneficiado de um verdadeiro luxo!

Uma última referência para salientar que como psicóloga nos primeiros anos de trabalho no Centro de Saúde Mental Infantil de Lisboa tive de travar uma luta para afirmar as especificidades da intervenção terapêutica e das técnicas de observação. Quando entrei era a única psicóloga não médica. Por isso tive de procurar outros serviços (em particular no COMP) onde pude desenvolver e aperfeiçoar a minha identidade própria de modo a não me diluir no estatuto exclusivo de psicoterapeuta. Ao contrário, procurei utilizar as metodologias específicas, incluindo as psicométricas, que não gozavam de apreço no Serviço. Foi preciso “engenho e arte” para as aplicar de modo próprio e inserido na equipa; recusei trabalhar “isolada” num laboratório, como se usava na altura. Penso ter conseguido. Recordo que uma vez respondi a João dos Santos que nunca me cansava de aplicar testes – eles eram sempre escolhidos para responder a perguntas de diagnóstico diferencial ou de funcionamento mental específico de cada criança. E, se o teste era sempre igual, rigoroso na sua aplicação estandardizada, a criança, essa, era sempre diferente. Portanto sempre “amei” os testes e nunca os abandonei. Para mim não havia crianças não “testáveis” – aplicar ou não um teste já era, por si, um “teste”, uma situação experimental; interrogava-me: vamos lá ver, como esta criança responde à situação. A aplicação de um teste começa nesse primeiro momento de observar e ser observado utilizando como mediador o material do teste, facilitador da relação. Sempre pensei que se testam dados ou questões que uma criança coloca a um técnico (ou ao próprio psicólogo) – não se testa automaticamente uma criança abstracta; o psicólogo constrói o exame, escolhe os instrumentos, consoante as perguntas e dúvidas colocadas e a responder. Era esta a metodologia que sempre defendi e transmiti com enorme prazer a inúmeros estagiários (as).

Resta-me agradecer a João dos Santos a confiante compreensão que dele sempre tive; e dizer-lhe um muito obrigado pelos conhecimentos e atitudes adquiridas por ter trabalhado com ele como Mestre.

A 31 de Dezembro de 2013

Maria da Graça Barahona Fernandes

Psicóloga clínica aposentada


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  • Ligações:


  •  

    Cecília Menano, João dos Santos e Maria Emília Brederode Santos em conversa

    Clique na seguinte ligação para para visualizar este vídeo do Instituto de Tecnologia Educativa – RTP (1975) A Escolinha de Arte de Cecília Menano – com Cecília Menano, João dos Santos e Maria Emília Brederode Santos, que foi muito generosamente disponibilizado pelo Dr Daniel Sasportes (19 minutos). [Clique nesta ligação]

     


  • Photomaton

    Photomaton

    O filme “PHOTOMATON-Retratos de João dos Santos”, realizado por Tiago Pereira e Sofia Ponte é uma produção da Fundação Calouste Gulbenkian e da RTP2 e é colocado neste site com a muito generosa autorização da Fundação Calouste Gulbenkian.

     

  • Crianças Autistas by Ernesto de Sousa

    Clique na seguinte imagem para aceder ao filme
    "Crianças Autistas" by Ernesto de Sousa"
    e depois carregue no botão "Play".
    (este filme não tem som!)  

    imagem de Criancas Autistas by Ernesto de Sousa

    Crianças Autistas
    Realização de Ernesto de Sousa a partir de uma ideia de João dos Santos, 1967
    Operador de câmara: Costa e Silva
    Filme disponibilizado pelo Centro de Estudos Multidisciplinares (CEMES)
    www.ernestodesousa.com

     

  • Programa IFCE no Ar, Radio Universitária

    Entrevista sobre o andamento do curso à distância “Introdução ao Pensamento de João dos Santos”

    Entrevista gravada com a coordenadora do curso “Introdução ao Pensamento de João dos Santos”, Professora Patrícia Holanda da Linha de História da Educação Comparada da UFC (Universidade Federal do Ceará), com o Doutor Luís Grijó dos Santos (filho de João dos Santos), e a coordenadora pedagógica do curso Professora Ana Cláudia Uchôa Araújo da Directoria da Educação à Distancia do IFCE (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará). A entrevista foi realizada pelo jornalista Hugo Bispo do Programa IFCE no Ar em 3 de Novembro de 2016.

    Para ouvir a gravação desta entrevista clique nesta ligação.

     


     

  • UM PENSADOR EMOCIONADO

    Professor Doutor José Adriano Barata-Moura

     

    Clique nesta LIGAÇÃO para ver o vídeo "João dos Santos - Um Pensador Emocionado" da conferência do Professor Doutor José Barata-Moura, 7 de Setembro de 2013 no congresso “João dos Santos no século XXI”.

     

     

  • Os Dias da Rádio Em Conversa com João Sousa Monteiro

     
     

    Clique nesta LIGAÇÃO para ver o vídeo "Dias da Rádio - Em Conversa com João Sousa Monteiro".
    Vídeo produzido e realizado no âmbito das XXI Jornadas da Prática Profissional: " O Segredo do Homem é a Própria Infância: Pensar em Educação com João dos Santos" que se realizaram na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Santarém nos dias 8 e 9 de novembro de 2013.

     

     

  • Testemunhos

    “Estimada Paula Santos:"

    Não quero deixar de testemunhar que o seu pai, Dr. João dos Santos, foi uma grande referência para mim, no perfil de psicoterapeuta.

    Fui discípulo seu durante um ano no Hospital Santa Maria e, foi para mim uma experiência admirável pela grande capacidade de lidar com uma criança e através dela captar o seu micromundo. Depois, já na sua ausência, sem quaisquer outros dados, no Seminário dos Internos, descrevia, com espanto para nós, as personalidades dos pais, os seus conflitos, a qualidade de relacionamento. Não segui a psicanálise, mas foi com o seu pai, meu grande querido mestre, que me enriqueci no caminho da psiquiatria clássica.

    O Dr. João dos Santos vai ser tardiamente homenageado pela Ordem dos Médicos, depois de tantas honrarias que recebeu e mereceu. Com esta nova Direcção, a Ordem está a tentar repor publicamente, o mérito de médicos ilustres esquecidos, muitos incómodos, para conhecimento das novas gerações de médicos, a bem dos princípios de justiça, dos valores e da história da medicina portuguesa.
    Com os melhores cumprimentos

    Júlio Pêgo (Psiquiatra)”
    Novembro de 2014
    [Ler mais testemunhos]


  • Notícias

    “A Neurose de Angústia”
    A edição eBook para Kindle do livro “A Neurose de Angústia” está à venda em todos os sites da Amazon.

    [Para mais informações clique aqui]



    "João dos Santos, um caminho diferente na saúde mental"
    Trabalho de métodos qualitativos de Leonor Moreira Rato, supervisado pelo Professor Doutor Miguel Nunes de Freitas do ISPA – Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida. Inclui a transcrição de uma entrevista feita à Professora Doutora Maria Eugénia Carvalho e Branco por Leonor Moreira Rato. [Para mais informações]


    O Senado da Universidade de Lisboa atribui o título de Doutor Honoris Causa ao Pedagogo Sérgio Niza
    A Cerimónia de Investidura do título Doutor Honoris Causa terá lugar no próximo dia 23 de Abril 2015, com início às 18.00 horas, na Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa. [Continuar a Ler]


    Apresentação do livro de Maria Eugénia Carvalho e Branco pelo Professor Doutor António Coimbra de Matos e pelo Dr Pedro Strecht
    Agradeço à Professora Doutora Maria Eugénia Carvalho e Branco o honroso convite para participar na apresentação do seu livro "João dos Santos. A Saúde Mental Infantil em Portugal. Uma Revolução de Futuro".
    É uma honra e um prazer. Duplos:
    1. Pela elegância da forma e riqueza do conteúdo. Como leitor, primeiro foi o espanto, logo de seguida, o conhecimento – no lúcido dizer do filósofo estagirita; mas sobretudo, o que eu senti foi encantamento face à empolgante transmissão do que foi o Homem e do que é a Obra que nos legou. [Continuar a Ler]

    Revista Visão
    A revista Visão publicou na sua edição de 12 a 18 de Dezembro de 2013 (nº 1084) um artigo sobre João dos Santos, “A criança e o mestre”, subscrita pela jornalista e psicóloga Clara Soares. [Ler o artigo completo]

    Escola Superior de Educação de Santarém
    As Jornadas da Prática Profissional da ESES – “Pensar em Educação com João dos Santos” decorreram muitíssimo bem, com muito entusiasmo, envolvendo alunos e professores, enlaçando pensamento e afecto em todos os presentes e em todos os seus momentos, das conferências aos painéis, dos ateliers para adultos aos ateliers com crianças, dos filmes à escuta dos Dias da Rádio – em que pudemos recordar ( e alguns, ouvir pela primeira vez) essas conversas tão especiais. [Continuar a ler]

    “Exposição e Tertúlia João dos Santos
    No ano em que se celebra o Centenário do Nascimento de João dos Santos, a Câmara Municipal de Odivelas associou-se a estas comemorações através da uma Exposição sobre a vida e obra do homenageado inaugurada a dia 23 de Outubro e ainda uma Tertúlia realizada no mesmo dia às 17,30 no Centro de Exposições de Odivelas com o patrocínio da Associação Portuguesa de Psiquiatria da Infância e Adolescência. [Continuar a ler]

    “A Saúde Mental Infantil em Portugal - Uma Revolução de Futuro”
    O lançamento da nova obra de Maria Eugénia Carvalho e Branco ““A Saúde Mental Infantil em Portugal – Uma Revolução de Futuro”” será realizado no dia 8 de Novembro de 2013 pelas 19h30 inserido nas XXI Jornadas da Prática Profissional 2013/2014, da Escola Superior de Educação de Santarém. [Ler mais notícias]

    A Liga Portuguesa de Higiene Mental
    – Associação que mantem como sua principal actividade o funcionamento da linha telefónica de apoio emocional e de Prevenção do Suicídio O SOS VOZ AMIGA – pretende, com o envio desta notícia, associar-se às Comemorações do Centenário de João dos Santos, através da transcrição parcial do Editorial do seu Boletim de Maio 2013, em que são realçadas as valências de uma das Instituições Associativas criadas por João dos Santos: o IAC e posteriormente o SOS Criança. [Ler mais]

    “Vida, Pensamento e Obra de João dos Santos”
    A 2ª Edição (Revista) do livro “Vida, Pensamento e Obra de João dos Santos” de Maria Eugénia Carvalho e Branco acaba de ser publicada pela editora Coisas de Ler. [Ler mais notícias]

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  • A Força das Perguntas

    António Nóvoa
    6 de Setembro de 2013

    João dos Santos é uma presença luminosa do século XX. A sua acção nos domínios da saúde e da educação marca o nosso pensamento mais inteligente, e mais sensível, sobre a infância.
    Os trabalhos deste Centenário, notavelmente dinamizados pelos seus filhos, Paula Santos Lobo e Luís Grijó dos Santos, revelam bem a amplitude, a largueza e a grandeza, daqueles que João dos Santos tocou pelas palavras, pelos gestos, pela relação.
    É uma teia extraordinária de pessoas, de cumplicidades, de afectos, de discípulos no sentido mais nobre do termo. Sim, João dos Santos foi um mestre, um mestre com quem estamos em diálogo neste momento, ao falar dele, ao falar com ele. [Ler texto completo]

     

     



  • João dos Santos

    27 de Novembro de 2014

    João dos Santos é homenageado com a Medalha de Mérito da Ordem dos Médicos

     


  • Como instalar o aplicativo Kindle gratuito

    1. Seleccione o site da Amazon mais conveniente para o seu país (Brasil, Espanha, Estados Unidos, França…)

    2. Baixe o aplicativo de leitura Kindle gratuito:

    Brasil
    Espanha
    Estados Unidos
    França
    Reino Unido
    Itália
    Índia

    3. Abra o aplicativo e faça o login usando a sua conta da Amazon... e comece a ler no seu computador, tablet ou smartphone.
     

  • “PEDAGOGIA TERAPÊUTICA
    Diálogos e Estudos Luso-Brasileiros Sobre João dos Santos”

    A 2ª Edição (formato Kindle) do livro “PEDAGOGIA TERAPÊUTICA – Diálogos e Estudos Luso-Brasileiros Sobre João dos Santos” está à venda nos sites da Amazon. [Para mais informações clique nesta ligação]

     


     

  • Aula Inaugural do curso “Introdução ao Pensamento de João dos Santos”

     

    A aula inaugural deste curso foi transmitida ao vivo no último dia 22 de Agosto de 2016, no auditório do Instituto Federal do Ceará. No entanto a gravação continua disponível através da seguinte ligação https://www.youtube.com/watch?v=0OOs7Xy-KOo.

    Para mais informações, por favor veja a nossa página dedicada ao curso Introdução ao Pensamento de João dos Santos.

    Os organizadores do curso podem ser contactados através do seguinte e-mail: pensamentosantiano@gmail.com.

     


  • Como compartilhar trechos dos seus livros no Kindle

     

    Leitores de eBooks no Kindle têm ferramentas à sua disposição que lhes permitem compartilhar trechos de livros via e-mail, Facebook, Twitter, outros serviços mensageiros e via outros aplicativos instalados no seu dispositivo.
    As ferramentas disponíveis estão constantemente em evolução e alguns detalhes variam entre sistemas operacionais, aplicativos e dispositivos.
    No entanto, parece-nos útil descrever este processo simples de compartilhamento para um dispositivo Kindle (Kindle Paperwhite) e um aplicativo (Kindle para iPad).
    Para mais informações clique nesta ligação.

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    Ideias Psicopedagógicas do referencial santiano

    Clique na seguinte ligação, para assistir à gravação em VÍDEO da palestra “Ideias Psicopedagógicas do referencial santiano” proferida pela Professora Patrícia Holanda no XV Congresso de História da Educação do Ceará. A gravação da palestra é seguida dum momento musical e dos lançamentos dos livros "Pedagogia Terapêutica" e “Ensaios sobre Educação – I. A criança quem é?”. Para assistir à gravação clique nesta ligação.

     


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    Cecília Menano, João dos Santos e Maria Emília Brederode Santos em conversa

    Clique na seguinte ligação para para visualizar este vídeo do Instituto de Tecnologia Educativa – RTP (1975) A Escolinha de Arte de Cecília Menano – com Cecília Menano, João dos Santos e Maria Emília Brederode Santos, que foi muito generosamente disponibilizado pelo Dr Daniel Sasportes (19 minutos). [Clique nesta ligação]


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    DIÁLOGOS COM JOÃO DOS SANTOS PELO JARDIM DAS AMOREIRAS

    O eBook intitulado Diálogos com João dos Santos pelo Jardim das Amoreiras apresenta um conjunto de estudos realizados no âmbito do curso Introdução ao Pensamento de João dos Santos: estudo sobre a Pedagogia Terapêutica e foi lançado no dia 23 de Setembro de 2017 no XVI Congresso de História da Educação do Ceará em Icó.

    Clique na seguinte ligação para fazer o download gratuito do eBook Diálogos com João dos Santos pelo Jardim das Amoreiras: https://joaodossantos.files.wordpress.com/2017/09/dic3a1logos-com-joc3a3o-dos-santos-pelo-jardim-das-amoreiras-7-setembro-2017-versao-final.pdf

     

     

  • Comentário à apresentação do Livro “Hiperativos – Psicomotricidade Relacional com crianças Hiperativas” de João Costa, 2017

    Vera Oliveira, psicomotricista
    22 de Novembro de 2017

    Sou leitora do João desde 2001, quando nos conhecemos pela 1ª vez… era eu estagiária na Clínica do Parque… sob sua orientação. Ler é muito mais do que o ato de juntar letras em palavras e palavras em frases. “Ler” vem do latim “lego” que significa reunir, colher, juntar peças… criar… Naquela altura o João, embora ainda não o tivesse passado para o papel, já punha em prática com os meninos (alguns agitados) do parque, que tinham entre outras coisas, muitas dificuldades em aprender… já punha em prática que para fazê-los ler tinham muito mais do que saber juntar letras em palavras e palavras em frases. Tinham sobretudo que sentir – sentir o movimento, os materiais (os poucos que existiam na sala de psicomotricidade do parque naquela atura), sentir o outro! – era o impacto… as sensações… acompanhadas com emoções e afectos que precisavam, para serem capazes de produzir sentimentos. E que seria essa sensorialidade, neste livro designada “sensorialidade afectiva” que, dando lugar às memórias afectivas (como descreve António Damásio) fariam a criança reter alguma coisa, e progressivamente aprender coisas sobre alguma coisa.

    Como eu tenho Lido (sem papel) o João desde 2001, o que eu vou tentar fazer é, com base neste seu livro… uma espécie de lista resumida das razões pelas quais eu Leio o João Costa.

    A 1ª é a seguinte: O João toma posição! E não tem medo de tomar posição –  não toma posiçõezinhas, toma posições… com estardalhaço!

    A posição que ele tem sobre a psicomotricidade é muito clara – é clínica! Não é pedagógica… não é recreativa – é clínica.

    Clique na seguinte ligação para ler o texto completo.

     


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    Imagem - A última entrevista de Armando Leandro à frente da Comissão Nacional da Proteção das Crianças

    Clique na imagem para aceder ao vídeo desta entrevista no site da RTP NOTÍCIAS

    RTP NOTÍCIAS

     

    A última entrevista de Armando Leandro à frente da “COMISSÃO NACIONAL DE PROMOÇÃO DOS DIREITOS E PROTEÇÃO DAS CRIANÇAS E JOVENS”.

    Para mais informações sobre a “Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens” siga esta ligação.

     
     


     

  • BIOGRAFIA

    João dos Santos foi o criador da moderna Saúde Mental Infantil em Portugal e o grande impulsionador da viragem da Psiquiatria Infantil que de uma especialidade enraizada na Psiquiatria de adultos passou a uma especialidade autónoma.

    Foi um dos primeiros psicanalistas portugueses e um dos fundadores da Sociedade Portuguesa de Psicanálise.

    Desenvolveu um olhar novo sobre o valor da arte no desenvolvimento da criança e sobre a educação na família, na escola e na comunidade, criando concepções e ensinamentos originais e modos inovadores de formação de pais e professores.

    Como democrata lutou durante o fascismo pela criação de serviços de saúde mental de qualidade que eram então verdadeiros desafios políticos e que continham a semente da prática e dos princípios científicos que preparavam o futuro.

    O seu percurso académico e a sua sólida formação em Psiquiatria e Psicanálise permitiram-lhe proceder a rigorosas pesquisas sobre a criança. João dos Santos criou uma obra escrita inovadora concretizada numa obra institucional em prol da protecção materno-infantil e da prevenção e intervenção em Saúde Mental Infantil. Obra que ainda hoje ajuda a compreender as causas mais profundas do sofrimento psíquico e das patologias da criança, do adolescente e do jovem.

    João dos Santos começou por ser professor de Educação Física, licenciou-se depois em Medicina, tendo logo orientado o seu interesse e formação para a Psiquiatria. Trabalhou com Vítor Fontes no Instituto António Aurélio da Costa Ferreira e com Barahona Fernandes no Hospital Júlio de Matos onde foi um dinamizador incansável da modernização das clínicas infantis.

    Por motivos políticos (ligação ao Movimento de Unidade Democrática) foi afastado do serviço público.

    Partiu para Paris em 1946 onde sob a orientação de Henri Wallon foi investigador no Centro de Pesquisas Científicas de França (C.N.R.S.) no Laboratório de Biopsicologia da Criança. Trabalhou com G. Heuyer, J. Ajuriaguerra, H. Ey, A. Thomas. Trabalhou também no Serviço de G. Heuyer, primeiro professor de Neuropsiquiatria de França, no Hospital “Enfants Malades” e no Centro Alfred Binet, dirigido por Serge Lebovici. Aqui, entre outros, trabalhava também René Diatkine que seguia como Lebovici as novas correntes psicodinâmicas e se tornaram psicanalistas. Lebovici foi o pioneiro da Psicanálise infantil em França.

    Colaborou ainda com M. Bachet, psiquiatra da penitenciária de Fresnes.

    Regressou a Portugal em 1950.

    João dos Santos criou, com colaboradores, a seção de Higiene Mental do Centro de Assistência Materno-infantil Sofia Abecassis, o Colégio Eduardo Claparède, os dois primeiros Centros Psicopedagógicos portugueses, um na Voz do Operário outro no Colégio Moderno, o Centro Infantil Helen Keller, a Liga Portuguesa de Deficientes Motores, a Associação Portuguesa de Surdos, a Liga Portuguesa contra a Epilepsia. Colaborou na criação do Centro de Saúde Mental Infantil de Lisboa de que foi o seu primeiro director. Aí existiram desde o início, equipas de serviço ambulatório no Dispensário Central e no Dispensário do Hospital Dona Estefânia, além da equipa das clínicas infantis do Hospital Júlio de Matos. Mais tarde foram criados outros serviços como o Laboratório de Electroencefalografia, Laboratório de Bioquímica, a Escola dos Cedros – serviço de adolescentes, a Casa da Praia – Externato de Pedagogia Experimental e a Unidade de Primeira Infância (UPI).

    João dos Santos foi o inspirador da criação do Instituto de Apoio à Criança (IAC).

    Foi Professor na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação e na Escola Nacional de Saúde Pública.

    Em 1984 foi agraciado pelo Presidente da República, General António Ramalho Eanes, com o grau de Comendador da Ordem de Benemerência.

    Em 1985, a Faculdade de Motricidade Humana atribuiu a João dos Santos o título de Doutor Honoris Causa.

    As comemorações deste centenário visam divulgar o pensamento de João dos Santos, ainda hoje tão inovador, com o objectivo de se fazer uma reflexão que indo ao passado, passe pelo presente e se projecte no futuro. Este percurso no tempo e nos lugares, passando pelas várias áreas da sua prática e saber, vai certamente permitir tecer sentidos entre elas e incentivar novas ideias e novas práticas para o futuro.

    Actividades de comemoração do centenário estão a ser organizadas juntamente com a família de João dos Santos, várias personalidades das áreas da saúde, da educação e da cultura e instituições que estiveram a ele ligadas: Associação Portuguesa de Psiquiatria da Infância e da Adolescência, Casa da Praia – Centro Doutor João dos Santos, Departamento de Pedopsiquiatria do Hospital Dona Estefânia, Faculdade de Motricidade Humana, Faculdade de Psicologia, Instituto de Educação, Jardim Infantil Pestalozzi – Fundação Lucinda Atalaya, Sociedade Portuguesa de Psicanálise e outras.

    Várias iniciativas estão já em preparação como a publicação da obra inédita de João dos Santos, reedição de livros já esgotados e encontros a realizar em Setembro.

    Paula Santos Lobo e Luís Grijó dos Santos

     

    Joao dos Santos – capa da nota biográficaClique aqui para fazer o download desta brochura biográfica em formato PDF

     
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  • João dos Santos

    1913 - 1987

    O livro “Prevenir a doença e promover a saúde” de João dos Santos (Ed. Póstuma) foi publicado pela editora Coisas de Ler no dia 4 de Junho de 2013. [Bibliografia]