A EDUCAÇÃO E A SAÚDE SÃO TAREFAS DE TODOS OS CIDADÃOS *

 
Clara Castilho MEDIUMClara Castilho
Psicóloga, Direção da Casa da Praia
6 de Setembro de 2013 **
 

Faz sentido o Centro Doutor João dos Santos- Casa da Praia estar aqui hoje neste encontro e é de direito. Porque foi o último serviço do Centro de Saúde Mental Infantil de Lisboa, que João dos Santos criou em 1975. E porque, no seu último dia de vida acabou a obra “Um psicanalista na escola – a Casa da Praia”.

Na história desta CASA, existem dois períodos:

– o primeiro entre 1975 e 1992, como serviço especializado do Centro de Saúde Mental Infantil e Juvenil de Lisboa, extinto em Julho deste último ano, com a reestruturação dos Centros de Saúde Mental;

– o segundo desde 1992, assegurado pelo CENTRO DE PEDAGOGIA TERAPÊUTICA – Associação sem fins lucrativos, constituída com o propósito de dar continuidade à obra e divulgação de ideias de João dos Santos. Foi esta Associação, formada por discípulos e amigos do Mestre, que possibilitou a continuidade da “Casa da Praia” como Instituição Particular de Solidariedade Social (I.P.S.S.) em 1993, com a designação de CENTRO DOUTOR JOÃO DOS SANTOS – CASA DA PRAIA.

Outros aqui falarão sobre a importância de João dos Santos nos vários sectores em que deixou a sua marca. Falemos então da Casa da Praia. E porque quis João dos Santos fazer esta experiência? Nos serviços do Centro de Saúde Mental Infantil verificava-se que uma parte significativa das queixas, que levavam as famílias das crianças à consulta, eram as dificuldades escolares, associadas ou não a outros sintomas. Assim, ele pretendeu testar a intervenção da pedagogia em crianças com determinadas características, embora sob orientação terapêutica, com uma metodologia que depois designou “Pedagogia Terapêutica”.

Centremo-nos na época que se vivia. Decorria o ano de 1974 e todo o ambiente era favorável à mudança e concretização de projetos antes idealizados e nunca concretizados. E foi “ali à Junqueira” que nasceu a Casa da Praia, onde com uma perspectiva psicodinâmica e com uma equipa multidisciplinar que ele próprio dirigiu, se aprofundou e desenvolveu as suas ideias na resposta aos problemas das crianças potencialmente inteligentes mas que, por razões de ordem emocional e comportamental, não conseguem adaptar-se ou interessar-se pelo que a escola pretende ensinar. Procurar-se-ia proporcionar um espaço relacional de segurança, contentor e organizador, onde as crianças que “recusam aprender, pensar, ou usar o pensamento”[1] pudessem estabelecer uma relação afectiva e de confiança com os adultos que, indo ao encontro dos seus interesses e necessidades,  tentavam compreender o que estaria na origem das dificuldades.

Este modelo de intervenção contrariava a visão compartimentada de que quem trata da saúde não ensina. Propunha a ideia de que quem ensina pode influenciar na “cura”, proporcionando um espaço de transição entre o ambiente familiar e o ambiente formal da escola. Educação e saúde são tarefas de todos os cidadãos (JS.1988) e têm que ser vistas como áreas complementares.

A pedagogia terapêutica – a nossa metodologia privilegiada – baseia-se na observação sistemática da criança e avaliação de resultados, utilizando os meios da pedagogia, não tanto para avaliação dos seus saberes escolares, mas como instrumentos ao dispor da criança do ponto de vista projectivo e do seu funcionamento mental. Procurando uma forma mais direta de comunicar com a criança, o adulto deve ser capaz de empatizar, de se oferecer como modelo ou ser o espelho que reflete os sentimentos e emoções expressos pela criança. Tendo em conta a fase de comunicação em que a criança se encontra, permite-se-lhe a reconstrução de etapas do desenvolvimento que não foram devidamente experimentadas ou vividas.

A própria Instituição é também ela terapêutica, pois valoriza e organiza todas as actividades da criança, implicando no processo educativo todos os adultos nela existentes, procurando-se propiciar um espaço e um tempo de que as crianças precisam para a possível reconstrução das suas próprias histórias de vida, de um equilíbrio emocional capaz de poder constituir a base do desenvolvimento das suas capacidades e descobrir o gosto pelo conhecimento.

Actualmente, na Casa da Praia, o trabalho é desenvolvido por uma equipa multidisciplinar formada por professores e educadores, psicólogos, um psicomotricista, um técnico de serviço social e um pedopsiquiatra, contando com a colaboração pontual de outros técnicos, em função dos projectos em decurso. A equipa constitui a base motor de toda a dinâmica de funcionamento da instituição.

O perfil das nossas crianças mantém na sua generalidade as características apontadas pelo seu fundador: potencial intelectual de base essencial para poder aprender e relacionar-se, de forma a poder integrar-se do ponto de vista pessoal, escolar e social. No entanto, por motivos vários de ordem emocional, apresentam como sintoma de “alerta” um desempenho escolar que fica aquém das suas reais capacidades cognitivas.

Não sendo a expressão dos sintomas alheia às mudanças de carácter social que se foram operando nas últimas décadas, continua a predominar a patologia do agir, caracterizado pela impulsividade, agitação, instabilidade e agressividade.[2] É, ainda, significativo o número de casos de inibição da comunicação/relação, da capacidade de imaginar, fantasiar, com um pensamento ligado ao concreto que não lhes permite desenvolver a capacidade simbólica fundamental para poder aceder ao domínio da cultura escrita.

Nelas também encontramos uma auto-imagem desvalorizada ou defensivamente omnipotente que lhes dificulta lidar com as exigências com que se defrontam em meio escolar. Apesar de na maioria dos casos se mostrarem crianças curiosas, apelativas, ávidas de fazer, têm dificuldade em organizar-se para investir na realização, facilmente desistindo em consequência da sua baixa tolerância à frustração.

Do ponto de vista da formulação do diagnóstico clínico, na Casa da Praia faz-se uma leitura psicodinâmica dos sinais e dos sintomas que as crianças apresentam. O maior grupo de crianças inclui-se nos quadros de funcionamento psíquico da linha depressiva, muitas vezes com falhas precoces e primárias da sua estrutura narcísica, expressas por um padrão comportamental agido e impulsivo, suscetível de evoluir para quadros de patologias limite.

Encontram-se, ainda, crianças na linha das imaturidades globais quer por pouca estimulação sócio-cultural, quer por pobreza de existência e consistência dos adultos de referência. E outras podem desde logo inserir-se nas estruturas limite ou borderline, sendo crianças que preocupam pelos riscos de poderem evoluir para quadros futuros de características sociopáticas ou psicopáticas.

Os casos de características psicóticas excluem-se do apoio pedagógico-terapêutico. Foi um princípio que João dos Santos clarificou, considerando que a Pedagogia Terapêutica não era resposta útil ou eficaz para crianças com perturbações deste espectro e que necessitam de um outro suporte terapêutico.

Porém, em caso de serem referenciadas crianças que não se enquadram no perfil da nossa resposta, são sempre encaminhadas para os serviços da respectiva competência.

O apoio à criança não é possível sem a colaboração da família, pelo que se impõe cada vez mais uma colaboração permanente e continuada entre técnicos e pais, conforme ensinou João dos Santos, realizando-se através de consultas terapêuticas, em que se procura a sua adesão ao projecto de intervenção [3]. Isto exige dos técnicos disponibilidade para as ouvir, aprender a sua linguagem e vivências, entender o seu sofrimento e, por vezes, revolta [4].

Os pedidos de observação das crianças surgem normalmente, dos educadores, professores, médicos dos centros de saúde, departamentos de pedopsiquiatria ou outras instituições e, também, das próprias famílias. Frequentam, na sua maioria, escolas ou instituições da zona envolvente, com idades compreendidas entre os 5 e os 12 anos.

É efectuada uma observação psicopedagógica da criança por um professor ou educador, em ambiente informal e na qual são utilizados materiais com que a criança está familiarizada. As crianças com indicação para apoio são, na sua maioria, integradas em grupo – modelo privilegiado de intervenção. Em situações excepcionais, podem necessitar de apoio pedagógico-terapêutico individual temporário ou de acompanhamento psicoterapêutico.

A intervenção pedagógico-terapêutica procura, através de instrumentos da pedagogia “descobrir não só o que a criança tem dentro de si para dar, mas também aumentar a sua capacidade de descobrir o que se passa nela própria ao nível da fantasia, das emoções e dos sentimentos[4]. Assim, o desenvolvimento da fantasia e da imaginação, o registo de marcos temporais de referência, o respeito e o estímulo das diferentes formas de comunicação, a valorização da auto-imagem e confiança, são princípios presentes no quotidiano da intervenção, com destaque particular para as vivências colectivas, através do planeamento e realização de projectos de trabalho, exposições, conferências e festas, entre outros.

As actividades de livre expressão – oral, gráfica, plástica, corporal…- são um recurso facilitador do emergir das vivências, dos saberes, dos sentires e das motivações das crianças, ligando-os ao registo escrito, sempre que possível.

Como outra estratégia fundamental na Pedagogia Terapêutica está a intervenção psicomotora:

 “Só se desenvolve a inteligência pela acção e só se pensa com símbolos ou palavras, portanto, quanto maior for a capacidade de expressão, corporal e verbal, maior será a qualidade de inteligência e riqueza de pensamento” – [5]

Na relação que se estabelece entre as próprias crianças, entre a criança e o adulto, e a criança e o grupo, propicia-se uma aprendizagem que tem em vista a sua “…integração ao grupo e à sociedade[6] e se materializa  na reunião semanal. Este é um encontro propício à consciência do valor e do espaço próprio de cada um e à descoberta do sentido da regra, como forma de contribuir para uma integração mais equilibrada no grupo restrito e alargado – a comunidade.

O Centro Doutor João dos Santos mantém na sua essência os objectivos gerais preconizados há cerca de 40 anos. Mas, para além disto, a realização de projectos inovadores no campo da investigação-acção, têm merecido o apoio e empenho técnico e humano de todos os que assumiram responsabilidades de direcção formal, técnica e científica desta instituição enquanto IPSS.

Da avaliação e discussão dos casos pudemos perceber que grande parte das dificuldades remetiam para falhas precoces que poderiam ter sido evitadas. Assim, implementaram-se projectos de prevenção em jardins de infância, junto de crianças a frequentar o último ano do pré-escolar. Estes projectos permitiram que os educadores pudessem aperceber-se de que certas formas de funcionamento da criança poderiam constituir “sinais de alerta” a necessitar de uma análise mais aprofundada.

No âmbito do trabalho com pais, enriqueceu-se a intervenção com a implementação de programas de formação parental ao longo de 4 anos: projecto “De pais para filhos” (2008-2011) e “Prevenir para incluir” (2012), aprovados e apoiados pela Fundação Calouste Gulbenkian. De facto, verifica-se que os pais, em dinâmicas de grupo, são mais abertos e sensíveis à mudança, pelo facto de as sugestões partirem de outros pais que sentem como próximos no enfrentar de dificuldades semelhantes.

Enquadrado numa das áreas prioritárias do Plano Nacional de Saúde (2011-2014), estamos a implementar um projecto de intervenção – “Do agir ao Pensar”- apoiado pelo Alto Comissariado para a Saúde que foi aprovado pelo período de 4 anos, com base no reforço da vertente terapêutica das terapias expressivas em crianças com um padrão comportamental extremamente agido. Visa a prevenção de futuros desajustamentos comportamentais e sociais das crianças alvo, nomeadamente com risco de enveredarem por percursos de delinquência e/ou dependência de substâncias tóxicas.

O reconhecimento do trabalho que se desenvolve é-nos confirmado pelo feedback de famílias, escolas e mesmo pelas próprias crianças em etapas posteriores do seu desenvolvimento como, por exemplo, através das respostas a questionários de follow-up. Os convites à participação ou colaboração dos técnicos da equipa da Casa da Praia em diversas estruturas, constituem também o reflexo do impacto do seu papel na comunidade. Destaca-se a participação na Rede Social de Lisboa – fórum de articulação entre autarquia e entidades públicas e privadas, na Comissão de Protecção de Crianças e Jovens de Lisboa Ocidental e no Fórum dos Direitos da Criança.

A formação de técnicos tem sido uma das nossas preocupações e assim são facultados estágios a psicólogos clínicos, psicomotricistas, técnicos de serviço social e internos de pedopsiquiatria. A organização de encontros e seminários periódicos de carácter científico e a apresentação de comunicações sobre o trabalho da instituição têm sido um compromisso assumido por todos os órgãos de Direção e pelos técnicos da Equipa.

***

Fixemo-nos num exemplo concreto. Vou apresentar uma pequena vinheta clínica que evidencia o perfil característico de um das muitas centenas de crianças referenciadas à Casa da Praia, ao longo dos seus quase 40 anos de existência. Escolhemos este porque foi o último a ser discutido em reunião psicopedagógica com o Dr. João dos Santos em Março de 1987.

Trata-se do Manuel, de 9 anos que frequentava uma escola da freguesia da Ajuda, pelo 2º ano, praticamente não tendo feito qualquer aprendizagem. A escola considerava que era uma criança com um funcionamento intelectual deficitário e que necessitava de encaminhamento para uma escola de ensino especial. A médica de Saúde Escolar, com quem articulávamos, teve dúvidas quanto ao “deficit” e encaminhou-o para ali ser observado.

Na altura, era uma criança de contacto reservado mas afectuoso, estabelecendo com o adulto uma relação marcada pela comunicação não verbal, sobretudo através do desenho e com uma agitação psicomotora quando se sentia exposto perante os outros. Do seu desenvolvimento destacava-se um atraso na aquisição da linguagem.

Inseria-se numa família de baixo nível sócio-económico e cultural, mas organizada e preocupada com o seu “menino”, pronta para o que fosse melhor.

João dos Santos presente na reunião, com a sua postura discreta mas questionante do sentir do observador perante cada criança em concreto, considerou que se tratava de uma criança com uma forte inibição da comunicação, com dificuldades em imaginar, exprimir as suas ideias e, por conseguinte, corresponder a uma linguagem que exigia uma capacidade simbólica para entender e apreender os signos e sinais que o domínio da escrita exige. Lembrou que uma pressão excessiva na alfabetização desta criança poderia agravar o seu prognóstico evolutivo.

O Manuel foi admitido e integrado num grupo pedagógico-terapêutico, onde através de actividades de livre expressão corporal, gráfica e plástica, deveria ser feito como que um trabalho de “desintoxicação” [7] das exigências da aprendizagem formal a que tinha dificuldade em corresponder, como referiu ainda João dos Santos.

Gradualmente, começou a fazer progressos na aprendizagem e na relação com pares e adultos que lhe possibilitaram retomar o seu percurso escolar, concluir o 1º ciclo e ser orientado para um curso pré-profissional numa instituição da zona. De criança inibida e fechada sobre si, passou a ser um menino com capacidade de iniciativa, reconhecido pelos pares, despertando em todos uma forte empatia.

Num questionário de follow-up, realizado no ano de 2000, junto de crianças que tinham frequentado a Casa da Praia, entre 1975 e 1992, o Manuel foi um dos que então respondeu. Com 21 anos de idade, trabalhava como electricista, tendo tirado o curso profissional de electricidade, equivalente ao 9º ano.

Tinha muitas recordações da Casa da Praia e ainda se lembrava do motivo por que a frequentara – dificuldades na fala e na escrita. Vivia então em casa dos pais.
No questionário efectuado, escreveu: “Continuem com o excelente trabalho que fizeram ao longo dos anos. E ajudem as pessoas com mais dificuldades”.

Há dois meses trás, soubemos que, agora com 34 anos de idade, se mantém na mesma profissão, na mesma empresa onde, após o curso, fizera o seu estágio. Constituiu família e vive em casa própria.

Falando sobre o seu passado, refere com entusiasmo:
“Na minha infância houve duas experiências que me marcaram – a passagem pela Casa da Praia e a instituição onde tirei o curso… Ainda me lembro das coisas que construía na Casa da Praia – tabuleiros de jogos em madeira, tapeçarias – e de outras actividades como os teatros e os acampamentos…”

***

João dos Santos acompanhou o trabalho da Casa da Praia até Março de 1987, mesmo depois da sua aposentação, tendo-o feito em conjunto com Teresa Ferreira, entretanto designada chefe de equipa e que deu continuidade ao trabalho do Mestre. Em Julho de 1992 deu-se a extinção da Casa da Praia, no âmbito da reestruturação dos serviços de Saúde Mental.

A orientação clínica e psicopedagógica da equipa, a partir de 2001, data do falecimento de Teresa Ferreira, foi assegurada por Pedro Strecht, com a colaboração de Emílio Salgueiro na discussão e supervisão de casos e na formação interna da equipa.

A viabilidade desta instituição, do ponto de vista financeiro, tem sido possível pelo Acordo com a Segurança Social, a cedência das instalações pela Câmara Municipal de Lisboa, o destacamento de docentes do Ministério da Educação, alguns apoios por parte do Ministério da Saúde e, ainda, pela colaboração voluntária de técnicos especialistas, tanto na formação da equipa, como na supervisão de casos.

Apesar destes apoios, os custos de uma instituição que se preza pela exigência da qualidade dos serviços que presta são bastante elevados. A angariação de fundos através do mecenato, de donativos e organização de eventos torna-se, pois, indispensável. A receptividade que se tem sentido por parte da sociedade civil, no que respeita a estas iniciativas, constituiu um forte estímulo a quem assume a responsabilidade de dar cumprimento aos objectivos do Centro Doutor João dos Santos – Casa da Praia. Lembramos os vários presidentes da direcção: Emílio Salgueiro, Pedro Morato e Pedro Strecht, a quem agradecemos toda a dedicação, tempo de vida pessoal e impulso que sempre implementaram na instituição, resistindo a “marés” menos favoráveis e ajustando o trabalho às novas realidades.

A visão inovadora de João dos Santos é bem actual, quando afirma:

“Para nos mostrarmos educadores do nosso tempo, teríamos de mostrar […] como é que ensinamos as crianças a brincar com o tempo; como é que as ensinamos a fazer nada ou dito de outra forma, como é que as preparamos para parar o corpo e exercitar o pensamento; como é que as preparamos para respeitar o tempo que é invenção do homem e património dos homens; como é que as preparamos para respeitar e fazer respeitar o tempo que cada um cria, para ser preenchido pela reflexão e pela obra criativa essencial – a do próprio Eu”. [8]

É isto que temos em mente quando todos os dias prestamos homenagem ao Mestre, depois de termos tido o privilégio de conviver, aprender e usufruir dos seus ensinamentos. Pegando no desenho do barco feito pelo Manuel, na “Praia” onde nos situamos, podemos dizer que João dos Santos continua a acompanhar-nos, sendo o esclarecido timoneiro.

 

BIBLIOGRAFIA

Castilho, C., Salgueiro, E. (coord). O segredo do Homem é a própria infância: O Centro Doutor João dos Santos – Casa da Praia: 30 anos depois. Lisboa: Assírio e Alvim.

Ferreira,T. (2002) – Em Defesa da Criança- Teoria e prática psicanalítica da Infância. Lisboa: Assírio & Alvim.

Goldschmidt, T – A intervenção com famílias num modelo integrado – In O segredo do Homem é a própria infância – O Centro Doutor João dos Santos – Casa da Praia: 30 anos depois. (pp. 207-217). Lisboa: Assírio & Alvim.

Ramos, F., Silvério, I. (1999). A Casa da Praia: modelo de intervenção. “Pare, Escute e Pense”. Actas do 1º. Encontro do Centro Doutor João dos Santos. Lisboa: Centro Doutor João dos Santos-Casa da Praia, pp. 47-61

Rodrigues, A., Ribeiro, A., Castilho, C., Gamito, D., Raposo, H., Poppe, F., Oliveira, L., Morato, P.P. (2011). Para Pais sobre Filhos: Um Projecto de Intervenção com Famílias. In Crianças e Jovens em risco: a Família no centro da intervenção. Pp. 227-249. Coord. Daniel Sampaio, Hugo Cruz e Maria João Leote. Lisboa/Cascais:F. Calouste Gulbenkian / Princípia.

Salgueiro, E. Castilho, C., Silvério, I., Gamito, D. (2004). Projecto de Prevenção em Saúde Mental Infantil. Crises e Rupturas – a criança, a escola e a família em sofrimento. Actas do 3º. Encontro do Centro Doutor João dos Santos, (pp. 175-207).Lisboa: Centro Doutor João dos Santos – Casa da Praia.

Salgueiro, E., Castilho, C., Dores,M.L. (2002) – Follow-up – 25 anos da Casa da Praia. Transições- da 1ª. Infância à Adolescência. Actas do 2º. Encontro do Centro Doutor João dos Santos (pp. 271-287).Lisboa: Centro Doutor João dos Santos – Casa da Praia.

Santos, J. (1982) – A caminho de uma utopia…Um Instituto da criança. Lisboa: Livros Horizonte.

Santos, J. (1982 ) – Ensaios sobre educação – I.A criança quem é?”. Lisboa: Livros Horizonte.

Santos, J. (1983) – Ensaios sobre educação – II. O falar das letras. Lisboa: Livros Horizonte.

Santos, J. (1988 ) – A Casa da Praia – O psicanalista na escola. Lisboa: Livros Horizonte.

Santos, J. (2005) – Pedagogia Terapêutica – in O segredo do Homem é a própria infância: O Centro Doutor João dos Santos – Casa da Praia: 30 anos depois. Lisboa: Assírio e Alvim. pag-311-322.

Santos, J., Berge, A. (1976) – A higiene mental na escola. Lisboa: Livros Horizonte.

Strecht, P-  A reconstrução dos afectos – In O segredo do Homem é a própria infância – O Centro Doutor João dos Santos – Casa da Praia: 30 anos depois. (pp. 121-134). Lisboa:  Assírio & Alvim, pag.295-308

 


[1] Ferreira, T. (2002) – Em Defesa da Criança- Teoria e prática psicanalítica da Infância. Lisboa: Assírio & Alvim.

[2] Strecht, P (2005) – A reconstrução dos afectos – In O segredo do Homem é a própria infância – O Centro Doutor João dos Santos – Casa da Praia: 30 anos depois. (pp. 121-134). Lisboa: Assírio & Alvim. Lisboa,

[3] Santos, J. (1983) – Ensaios sobre educação – II. O falar das letras. Lisboa: Livros Horizonte, pág. 103

[4] Santos, J. (2005) – Pedagogia Terapêutica – in O segredo do Homem é a própria infância: O Centro Doutor João dos Santos – Casa da Praia: 30 anos depois., (pág. 311-322). Lisboa: Assírio & Alvim.

[5] Santos, J. (1982) – Ensaios sobre educação – I.A criança quem é?. Lisboa: Livros Horizonte, pág. 42

[6] Santos, J. (1983) – Ensaios sobre educação – II. O falar das letras. Lisboa: Livros Horizonte.

[7] Santos, J., Berge, A. (1976) – A higiene mental na escola. Lisboa: Livros Horizonte.

[8] Santos, J. (1983) – Ensaios sobre educação – II. O falar das letras. Lisboa: Livros Horizonte, pág. 149

 
*      Santos, J. (1982) – A caminho de uma utopia… Um Instituto da criança. Lisboa: Livros Horizonte.
**   Comunicação  na Conferência “João dos Santos no século XXI” proferida pela Dra. Clara Castilho, 6 de Setembro de 2013

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  • Ligações:


  •  

    Cecília Menano, João dos Santos e Maria Emília Brederode Santos em conversa

    Clique na seguinte ligação para para visualizar este vídeo do Instituto de Tecnologia Educativa – RTP (1975) A Escolinha de Arte de Cecília Menano – com Cecília Menano, João dos Santos e Maria Emília Brederode Santos, que foi muito generosamente disponibilizado pelo Dr Daniel Sasportes (19 minutos). [Clique nesta ligação]

     


  • Photomaton

    Photomaton

    O filme “PHOTOMATON-Retratos de João dos Santos”, realizado por Tiago Pereira e Sofia Ponte é uma produção da Fundação Calouste Gulbenkian e da RTP2 e é colocado neste site com a muito generosa autorização da Fundação Calouste Gulbenkian.

     

  • Crianças Autistas by Ernesto de Sousa

    Clique na seguinte imagem para aceder ao filme
    "Crianças Autistas" by Ernesto de Sousa"
    e depois carregue no botão "Play".
    (este filme não tem som!)  

    imagem de Criancas Autistas by Ernesto de Sousa

    Crianças Autistas
    Realização de Ernesto de Sousa a partir de uma ideia de João dos Santos, 1967
    Operador de câmara: Costa e Silva
    Filme disponibilizado pelo Centro de Estudos Multidisciplinares (CEMES)
    www.ernestodesousa.com

     

  • Programa IFCE no Ar, Radio Universitária

    Entrevista sobre o andamento do curso à distância “Introdução ao Pensamento de João dos Santos”

    Entrevista gravada com a coordenadora do curso “Introdução ao Pensamento de João dos Santos”, Professora Patrícia Holanda da Linha de História da Educação Comparada da UFC (Universidade Federal do Ceará), com o Doutor Luís Grijó dos Santos (filho de João dos Santos), e a coordenadora pedagógica do curso Professora Ana Cláudia Uchôa Araújo da Directoria da Educação à Distancia do IFCE (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará). A entrevista foi realizada pelo jornalista Hugo Bispo do Programa IFCE no Ar em 3 de Novembro de 2016.

    Para ouvir a gravação desta entrevista clique nesta ligação.

     


     

  • UM PENSADOR EMOCIONADO

    Professor Doutor José Adriano Barata-Moura

     

    Clique nesta LIGAÇÃO para ver o vídeo "João dos Santos - Um Pensador Emocionado" da conferência do Professor Doutor José Barata-Moura, 7 de Setembro de 2013 no congresso “João dos Santos no século XXI”.

     

     

  • Os Dias da Rádio Em Conversa com João Sousa Monteiro

     
     

    Clique nesta LIGAÇÃO para ver o vídeo "Dias da Rádio - Em Conversa com João Sousa Monteiro".
    Vídeo produzido e realizado no âmbito das XXI Jornadas da Prática Profissional: " O Segredo do Homem é a Própria Infância: Pensar em Educação com João dos Santos" que se realizaram na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Santarém nos dias 8 e 9 de novembro de 2013.

     

     

  • Testemunhos

    “Estimada Paula Santos:"

    Não quero deixar de testemunhar que o seu pai, Dr. João dos Santos, foi uma grande referência para mim, no perfil de psicoterapeuta.

    Fui discípulo seu durante um ano no Hospital Santa Maria e, foi para mim uma experiência admirável pela grande capacidade de lidar com uma criança e através dela captar o seu micromundo. Depois, já na sua ausência, sem quaisquer outros dados, no Seminário dos Internos, descrevia, com espanto para nós, as personalidades dos pais, os seus conflitos, a qualidade de relacionamento. Não segui a psicanálise, mas foi com o seu pai, meu grande querido mestre, que me enriqueci no caminho da psiquiatria clássica.

    O Dr. João dos Santos vai ser tardiamente homenageado pela Ordem dos Médicos, depois de tantas honrarias que recebeu e mereceu. Com esta nova Direcção, a Ordem está a tentar repor publicamente, o mérito de médicos ilustres esquecidos, muitos incómodos, para conhecimento das novas gerações de médicos, a bem dos princípios de justiça, dos valores e da história da medicina portuguesa.
    Com os melhores cumprimentos

    Júlio Pêgo (Psiquiatra)”
    Novembro de 2014
    [Ler mais testemunhos]


  • Notícias

    “A Neurose de Angústia”
    A edição eBook para Kindle do livro “A Neurose de Angústia” está à venda em todos os sites da Amazon.

    [Para mais informações clique aqui]



    "João dos Santos, um caminho diferente na saúde mental"
    Trabalho de métodos qualitativos de Leonor Moreira Rato, supervisado pelo Professor Doutor Miguel Nunes de Freitas do ISPA – Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida. Inclui a transcrição de uma entrevista feita à Professora Doutora Maria Eugénia Carvalho e Branco por Leonor Moreira Rato. [Para mais informações]


    O Senado da Universidade de Lisboa atribui o título de Doutor Honoris Causa ao Pedagogo Sérgio Niza
    A Cerimónia de Investidura do título Doutor Honoris Causa terá lugar no próximo dia 23 de Abril 2015, com início às 18.00 horas, na Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa. [Continuar a Ler]


    Apresentação do livro de Maria Eugénia Carvalho e Branco pelo Professor Doutor António Coimbra de Matos e pelo Dr Pedro Strecht
    Agradeço à Professora Doutora Maria Eugénia Carvalho e Branco o honroso convite para participar na apresentação do seu livro "João dos Santos. A Saúde Mental Infantil em Portugal. Uma Revolução de Futuro".
    É uma honra e um prazer. Duplos:
    1. Pela elegância da forma e riqueza do conteúdo. Como leitor, primeiro foi o espanto, logo de seguida, o conhecimento – no lúcido dizer do filósofo estagirita; mas sobretudo, o que eu senti foi encantamento face à empolgante transmissão do que foi o Homem e do que é a Obra que nos legou. [Continuar a Ler]

    Revista Visão
    A revista Visão publicou na sua edição de 12 a 18 de Dezembro de 2013 (nº 1084) um artigo sobre João dos Santos, “A criança e o mestre”, subscrita pela jornalista e psicóloga Clara Soares. [Ler o artigo completo]

    Escola Superior de Educação de Santarém
    As Jornadas da Prática Profissional da ESES – “Pensar em Educação com João dos Santos” decorreram muitíssimo bem, com muito entusiasmo, envolvendo alunos e professores, enlaçando pensamento e afecto em todos os presentes e em todos os seus momentos, das conferências aos painéis, dos ateliers para adultos aos ateliers com crianças, dos filmes à escuta dos Dias da Rádio – em que pudemos recordar ( e alguns, ouvir pela primeira vez) essas conversas tão especiais. [Continuar a ler]

    “Exposição e Tertúlia João dos Santos
    No ano em que se celebra o Centenário do Nascimento de João dos Santos, a Câmara Municipal de Odivelas associou-se a estas comemorações através da uma Exposição sobre a vida e obra do homenageado inaugurada a dia 23 de Outubro e ainda uma Tertúlia realizada no mesmo dia às 17,30 no Centro de Exposições de Odivelas com o patrocínio da Associação Portuguesa de Psiquiatria da Infância e Adolescência. [Continuar a ler]

    “A Saúde Mental Infantil em Portugal - Uma Revolução de Futuro”
    O lançamento da nova obra de Maria Eugénia Carvalho e Branco ““A Saúde Mental Infantil em Portugal – Uma Revolução de Futuro”” será realizado no dia 8 de Novembro de 2013 pelas 19h30 inserido nas XXI Jornadas da Prática Profissional 2013/2014, da Escola Superior de Educação de Santarém. [Ler mais notícias]

    A Liga Portuguesa de Higiene Mental
    – Associação que mantem como sua principal actividade o funcionamento da linha telefónica de apoio emocional e de Prevenção do Suicídio O SOS VOZ AMIGA – pretende, com o envio desta notícia, associar-se às Comemorações do Centenário de João dos Santos, através da transcrição parcial do Editorial do seu Boletim de Maio 2013, em que são realçadas as valências de uma das Instituições Associativas criadas por João dos Santos: o IAC e posteriormente o SOS Criança. [Ler mais]

    “Vida, Pensamento e Obra de João dos Santos”
    A 2ª Edição (Revista) do livro “Vida, Pensamento e Obra de João dos Santos” de Maria Eugénia Carvalho e Branco acaba de ser publicada pela editora Coisas de Ler. [Ler mais notícias]

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  • A Força das Perguntas

    António Nóvoa
    6 de Setembro de 2013

    João dos Santos é uma presença luminosa do século XX. A sua acção nos domínios da saúde e da educação marca o nosso pensamento mais inteligente, e mais sensível, sobre a infância.
    Os trabalhos deste Centenário, notavelmente dinamizados pelos seus filhos, Paula Santos Lobo e Luís Grijó dos Santos, revelam bem a amplitude, a largueza e a grandeza, daqueles que João dos Santos tocou pelas palavras, pelos gestos, pela relação.
    É uma teia extraordinária de pessoas, de cumplicidades, de afectos, de discípulos no sentido mais nobre do termo. Sim, João dos Santos foi um mestre, um mestre com quem estamos em diálogo neste momento, ao falar dele, ao falar com ele. [Ler texto completo]

     

     



  • João dos Santos

    27 de Novembro de 2014

    João dos Santos é homenageado com a Medalha de Mérito da Ordem dos Médicos

     


  • Como instalar o aplicativo Kindle gratuito

    1. Seleccione o site da Amazon mais conveniente para o seu país (Brasil, Espanha, Estados Unidos, França…)

    2. Baixe o aplicativo de leitura Kindle gratuito:

    Brasil
    Espanha
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    Itália
    Índia

    3. Abra o aplicativo e faça o login usando a sua conta da Amazon... e comece a ler no seu computador, tablet ou smartphone.
     

  • “PEDAGOGIA TERAPÊUTICA
    Diálogos e Estudos Luso-Brasileiros Sobre João dos Santos”

    A 2ª Edição (formato Kindle) do livro “PEDAGOGIA TERAPÊUTICA – Diálogos e Estudos Luso-Brasileiros Sobre João dos Santos” está à venda nos sites da Amazon. [Para mais informações clique nesta ligação]

     


     

  • Aula Inaugural do curso “Introdução ao Pensamento de João dos Santos”

     

    A aula inaugural deste curso foi transmitida ao vivo no último dia 22 de Agosto de 2016, no auditório do Instituto Federal do Ceará. No entanto a gravação continua disponível através da seguinte ligação https://www.youtube.com/watch?v=0OOs7Xy-KOo.

    Para mais informações, por favor veja a nossa página dedicada ao curso Introdução ao Pensamento de João dos Santos.

    Os organizadores do curso podem ser contactados através do seguinte e-mail: pensamentosantiano@gmail.com.

     


  • Como compartilhar trechos dos seus livros no Kindle

     

    Leitores de eBooks no Kindle têm ferramentas à sua disposição que lhes permitem compartilhar trechos de livros via e-mail, Facebook, Twitter, outros serviços mensageiros e via outros aplicativos instalados no seu dispositivo.
    As ferramentas disponíveis estão constantemente em evolução e alguns detalhes variam entre sistemas operacionais, aplicativos e dispositivos.
    No entanto, parece-nos útil descrever este processo simples de compartilhamento para um dispositivo Kindle (Kindle Paperwhite) e um aplicativo (Kindle para iPad).
    Para mais informações clique nesta ligação.

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    Ideias Psicopedagógicas do referencial santiano

    Clique na seguinte ligação, para assistir à gravação em VÍDEO da palestra “Ideias Psicopedagógicas do referencial santiano” proferida pela Professora Patrícia Holanda no XV Congresso de História da Educação do Ceará. A gravação da palestra é seguida dum momento musical e dos lançamentos dos livros "Pedagogia Terapêutica" e “Ensaios sobre Educação – I. A criança quem é?”. Para assistir à gravação clique nesta ligação.

     


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    Cecília Menano, João dos Santos e Maria Emília Brederode Santos em conversa

    Clique na seguinte ligação para para visualizar este vídeo do Instituto de Tecnologia Educativa – RTP (1975) A Escolinha de Arte de Cecília Menano – com Cecília Menano, João dos Santos e Maria Emília Brederode Santos, que foi muito generosamente disponibilizado pelo Dr Daniel Sasportes (19 minutos). [Clique nesta ligação]


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    DIÁLOGOS COM JOÃO DOS SANTOS PELO JARDIM DAS AMOREIRAS

    O eBook intitulado Diálogos com João dos Santos pelo Jardim das Amoreiras apresenta um conjunto de estudos realizados no âmbito do curso Introdução ao Pensamento de João dos Santos: estudo sobre a Pedagogia Terapêutica e foi lançado no dia 23 de Setembro de 2017 no XVI Congresso de História da Educação do Ceará em Icó.

    Clique na seguinte ligação para fazer o download gratuito do eBook Diálogos com João dos Santos pelo Jardim das Amoreiras: https://joaodossantos.files.wordpress.com/2017/09/dic3a1logos-com-joc3a3o-dos-santos-pelo-jardim-das-amoreiras-7-setembro-2017-versao-final.pdf

     

     

  • Comentário à apresentação do Livro “Hiperativos – Psicomotricidade Relacional com crianças Hiperativas” de João Costa, 2017

    Vera Oliveira, psicomotricista
    22 de Novembro de 2017

    Sou leitora do João desde 2001, quando nos conhecemos pela 1ª vez… era eu estagiária na Clínica do Parque… sob sua orientação. Ler é muito mais do que o ato de juntar letras em palavras e palavras em frases. “Ler” vem do latim “lego” que significa reunir, colher, juntar peças… criar… Naquela altura o João, embora ainda não o tivesse passado para o papel, já punha em prática com os meninos (alguns agitados) do parque, que tinham entre outras coisas, muitas dificuldades em aprender… já punha em prática que para fazê-los ler tinham muito mais do que saber juntar letras em palavras e palavras em frases. Tinham sobretudo que sentir – sentir o movimento, os materiais (os poucos que existiam na sala de psicomotricidade do parque naquela atura), sentir o outro! – era o impacto… as sensações… acompanhadas com emoções e afectos que precisavam, para serem capazes de produzir sentimentos. E que seria essa sensorialidade, neste livro designada “sensorialidade afectiva” que, dando lugar às memórias afectivas (como descreve António Damásio) fariam a criança reter alguma coisa, e progressivamente aprender coisas sobre alguma coisa.

    Como eu tenho Lido (sem papel) o João desde 2001, o que eu vou tentar fazer é, com base neste seu livro… uma espécie de lista resumida das razões pelas quais eu Leio o João Costa.

    A 1ª é a seguinte: O João toma posição! E não tem medo de tomar posição –  não toma posiçõezinhas, toma posições… com estardalhaço!

    A posição que ele tem sobre a psicomotricidade é muito clara – é clínica! Não é pedagógica… não é recreativa – é clínica.

    Clique na seguinte ligação para ler o texto completo.

     


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    Imagem - A última entrevista de Armando Leandro à frente da Comissão Nacional da Proteção das Crianças

    Clique na imagem para aceder ao vídeo desta entrevista no site da RTP NOTÍCIAS

    RTP NOTÍCIAS

     

    A última entrevista de Armando Leandro à frente da “COMISSÃO NACIONAL DE PROMOÇÃO DOS DIREITOS E PROTEÇÃO DAS CRIANÇAS E JOVENS”.

    Para mais informações sobre a “Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens” siga esta ligação.

     
     


     

  • BIOGRAFIA

    João dos Santos foi o criador da moderna Saúde Mental Infantil em Portugal e o grande impulsionador da viragem da Psiquiatria Infantil que de uma especialidade enraizada na Psiquiatria de adultos passou a uma especialidade autónoma.

    Foi um dos primeiros psicanalistas portugueses e um dos fundadores da Sociedade Portuguesa de Psicanálise.

    Desenvolveu um olhar novo sobre o valor da arte no desenvolvimento da criança e sobre a educação na família, na escola e na comunidade, criando concepções e ensinamentos originais e modos inovadores de formação de pais e professores.

    Como democrata lutou durante o fascismo pela criação de serviços de saúde mental de qualidade que eram então verdadeiros desafios políticos e que continham a semente da prática e dos princípios científicos que preparavam o futuro.

    O seu percurso académico e a sua sólida formação em Psiquiatria e Psicanálise permitiram-lhe proceder a rigorosas pesquisas sobre a criança. João dos Santos criou uma obra escrita inovadora concretizada numa obra institucional em prol da protecção materno-infantil e da prevenção e intervenção em Saúde Mental Infantil. Obra que ainda hoje ajuda a compreender as causas mais profundas do sofrimento psíquico e das patologias da criança, do adolescente e do jovem.

    João dos Santos começou por ser professor de Educação Física, licenciou-se depois em Medicina, tendo logo orientado o seu interesse e formação para a Psiquiatria. Trabalhou com Vítor Fontes no Instituto António Aurélio da Costa Ferreira e com Barahona Fernandes no Hospital Júlio de Matos onde foi um dinamizador incansável da modernização das clínicas infantis.

    Por motivos políticos (ligação ao Movimento de Unidade Democrática) foi afastado do serviço público.

    Partiu para Paris em 1946 onde sob a orientação de Henri Wallon foi investigador no Centro de Pesquisas Científicas de França (C.N.R.S.) no Laboratório de Biopsicologia da Criança. Trabalhou com G. Heuyer, J. Ajuriaguerra, H. Ey, A. Thomas. Trabalhou também no Serviço de G. Heuyer, primeiro professor de Neuropsiquiatria de França, no Hospital “Enfants Malades” e no Centro Alfred Binet, dirigido por Serge Lebovici. Aqui, entre outros, trabalhava também René Diatkine que seguia como Lebovici as novas correntes psicodinâmicas e se tornaram psicanalistas. Lebovici foi o pioneiro da Psicanálise infantil em França.

    Colaborou ainda com M. Bachet, psiquiatra da penitenciária de Fresnes.

    Regressou a Portugal em 1950.

    João dos Santos criou, com colaboradores, a seção de Higiene Mental do Centro de Assistência Materno-infantil Sofia Abecassis, o Colégio Eduardo Claparède, os dois primeiros Centros Psicopedagógicos portugueses, um na Voz do Operário outro no Colégio Moderno, o Centro Infantil Helen Keller, a Liga Portuguesa de Deficientes Motores, a Associação Portuguesa de Surdos, a Liga Portuguesa contra a Epilepsia. Colaborou na criação do Centro de Saúde Mental Infantil de Lisboa de que foi o seu primeiro director. Aí existiram desde o início, equipas de serviço ambulatório no Dispensário Central e no Dispensário do Hospital Dona Estefânia, além da equipa das clínicas infantis do Hospital Júlio de Matos. Mais tarde foram criados outros serviços como o Laboratório de Electroencefalografia, Laboratório de Bioquímica, a Escola dos Cedros – serviço de adolescentes, a Casa da Praia – Externato de Pedagogia Experimental e a Unidade de Primeira Infância (UPI).

    João dos Santos foi o inspirador da criação do Instituto de Apoio à Criança (IAC).

    Foi Professor na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação e na Escola Nacional de Saúde Pública.

    Em 1984 foi agraciado pelo Presidente da República, General António Ramalho Eanes, com o grau de Comendador da Ordem de Benemerência.

    Em 1985, a Faculdade de Motricidade Humana atribuiu a João dos Santos o título de Doutor Honoris Causa.

    As comemorações deste centenário visam divulgar o pensamento de João dos Santos, ainda hoje tão inovador, com o objectivo de se fazer uma reflexão que indo ao passado, passe pelo presente e se projecte no futuro. Este percurso no tempo e nos lugares, passando pelas várias áreas da sua prática e saber, vai certamente permitir tecer sentidos entre elas e incentivar novas ideias e novas práticas para o futuro.

    Actividades de comemoração do centenário estão a ser organizadas juntamente com a família de João dos Santos, várias personalidades das áreas da saúde, da educação e da cultura e instituições que estiveram a ele ligadas: Associação Portuguesa de Psiquiatria da Infância e da Adolescência, Casa da Praia – Centro Doutor João dos Santos, Departamento de Pedopsiquiatria do Hospital Dona Estefânia, Faculdade de Motricidade Humana, Faculdade de Psicologia, Instituto de Educação, Jardim Infantil Pestalozzi – Fundação Lucinda Atalaya, Sociedade Portuguesa de Psicanálise e outras.

    Várias iniciativas estão já em preparação como a publicação da obra inédita de João dos Santos, reedição de livros já esgotados e encontros a realizar em Setembro.

    Paula Santos Lobo e Luís Grijó dos Santos

     

    Joao dos Santos – capa da nota biográficaClique aqui para fazer o download desta brochura biográfica em formato PDF

     
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  • João dos Santos

    1913 - 1987

    O livro “Prevenir a doença e promover a saúde” de João dos Santos (Ed. Póstuma) foi publicado pela editora Coisas de Ler no dia 4 de Junho de 2013. [Bibliografia]