CONFIAR E APRENDER

  
Maria Emilia Brederode Santos MEDIUMDra. Maria Emília Brederode Santos
Membro do Conselho Nacional de Educação

Fevereiro de 2014
 

Recordo o Dr. João dos Santos acima de tudo como alguém em quem se podia confiar e com quem se estava sempre a aprender.

Em momentos de dúvida, perante solicitações pouco claras ou de origem desconhecida, pedia-se opinião ao Dr. João dos Santos e ele estava sempre disponível (como, no meio de tantos afazeres, não sei!) para apreciar o pedido e dar, generosamente, a sua opinião. Fazia-o de forma fundamentada, clarificando o que eram informações objectivas e o que era o seu próprio sentir. E, por isso, qualquer conversa com ele acabava por se tornar numa ocasião de aprendizagem assente na emoção e na reflexão.

As próprias sessões de apreciação de pacientes eram abertas e concebidas como sessões formativas para todos os intervenientes. Recordo-me de ter sido levada [1] a algumas dessas sessões e de nelas ter aprendido o que não se aprendia nas instituições académicas – como no seguinte diálogo:

– “Vou apresentar o caso de XXX. Julgo que sofrerá de uma grave depressão provocada por …”

– “Desculpe, não lhe pedimos ainda um diagnóstico. Pergunto-lhe: o que sentiu quando conversou com esse menino?”

– “Uma grande tristeza…”

– “Então é isso que temos que reconhecer. É daí que partimos.”

E a sessão fluía como uma conversa em que se analisavam tanto os sentimentos dos psicólogos como os das crianças, em que todos participavam e partilhavam saberes e experiências.

No seu “auto-retrato”, incluído na maravilhosa “Autobiografia” que Mª Eugénia Branco teve o condão de lhe organizar, explica e desenvolve esta postura: “… quando me senti mais maduro, mais velho, procurei esquecer tudo o que sabia de técnica e formação profissional para tratar as pessoas num plano mais humano.

Claro que não esqueci todo o saber teórico, mas procurei libertar-me dele. O que me impressiona, sempre me impressionou muito, é que o exercício de psicologia com crianças ou adultos, aqui e em outros países, faz-se de uma maneira que tem mais a ver com a avaliação das funções que com a própria pessoa. Usam-se testes para determinar a memória, a atenção, a inteligência. Não se está em contacto directo com a criança. Há sempre uma barreira feita de preconceitos científicos acerca do que é a afectividade, relacionamento.” [2]

Ora a emoção, a afectividade é, para João dos Santos, o motor do desenvolvimento, da aprendizagem, da vida intelectual: “… em Paris (1946 – 1950) aprendemos com o nosso mestre Henri Wallon a importância da emoção, em Les Origines du Caractère Chez l’Enfant. Este trabalho e o ensino de S. Lebovici permitiu-nos reconhecer a importância dos factores dinâmicos.” [3]

É um tema que aborda recorrentemente e a propósito de vários assuntos:

“Numa outra intervenção, a propósito do desenvolvimento afectivo, procurei demonstrar a impossibilidade de separar, no plano evolutivo e pedagógico, a vida afectiva e cognitiva, acabando por concluir que todos somos, de certa maneira, diminuídos mentais, porquanto em graus variáveis as pessoas não consciencializam, não aproveitam e não desenvolvem todas as suas faculdades psicológicas”. [4]

Sobre o trabalho das equipas também se pronuncia explicitamente:

“A minha convicção é de que as equipas só existem de facto, e só se tornam eficientes, se um objectivo pedagógico muito concreto for constantemente posto à discussão e elaborado por todos. Devo dizer que certas pessoas reagiram muito desfavoravelmente à proposta de discutirmos qual o núcleo de ideias dinamizadoras e o objectivo educativo das equipas, tomando-a por uma crítica às intenções e aos resultados obtidos. Não é a primeira vez que noto entre nós reacções deste tipo, ao apelo para uma reflexão sobre os meios e os fins de cada grupo de trabalho. Curiosa esta sensibilidade dos Portugueses ao apelo para a reflexão em conjunto!” [5]

Esta preocupação com a reflexão conjunta dos profissionais sobre o seu trabalho é de uma enorme actualidade. Inúmeros estudos internacionais definem hoje o professor, por exemplo, como “um profissional reflexivo” e a maioria dos formadores de professores pretendem, justamente, desenvolver nos futuros professores e também nos que já o são, portanto tanto na formação inicial como na formação contínua, competências de trabalho em equipa, de análise do trabalho feito e dos resultados obtidos, capacidades de reflexão conjunta, pois.

No fundo, é sempre a mesma ênfase no funcionamento integrado da reflexão e da emoção que os estudos mais recentes sobre o cérebro, designadamente do casal Damásio, têm vindo a confirmar.

A importância de João dos Santos na Psiquiatria moderna e em especial na Psiquiatria Infantil é bem conhecida e reconhecida. Mas também na educação João dos Santos teve um papel importante e não apenas por esta defesa do papel de reflexão conjunta das equipas de profissionais da criança. Entre outras coisas, ele foi, juntamente com Arquimedes da Silva Santos e Delfim Santos, o elaborador da teoria fundadora, em Portugal, da Educação pela Arte.

Segundo Domingos Morais [6], a conferência de João dos Santos, pronunciada em 1957, “Fundamentos psicológicos da Educação pela Arte”, integrada na série “Educação Estética e Ensino Escolar” [7] e que viria a ser editada dez anos mais tarde, “é justamente considerada como o acto fundador da Educação pela Arte em Portugal ao esclarecer os conceitos de arte infantil, expressões artísticas, educação e ensino artístico”.

Baseando-se sobretudo em Wallon, João dos Santos considera a emoção a base de todos os fenómenos de comunicação ou linguagem. Descreve a evolução psicológica da criança desde a fase vegetativa do recém-nascido em que a comunicação estabelecida pela “mãe”introduz um princípio organizador. Clarifica o papel do adulto educador: “O adulto antecipa o exercício da função simbólica, atribuindo o valor de símbolo a expressões e produções infantis que são apenas simulacro. Esta antecipação é constante, útil e necessária (…) pode ser inútil e nefasta quando o adulto, a par das imposições educativas, não permite os movimentos espontâneos e experiência livre. O símbolo ou linguagem socializada tem evidentemente de ser imposto à criança, mas se essa imposição não é apenas uma antecipação destinada a estimular na criança a actividade simbólica, para se tornar uma automatização de gestos e expressões, faz-se adestramento e não educação. A linguagem não se ensina, aprende-se pelo exercício e integração de todas as formas de comunicação, a começar pelas pré-verbais.” (pp. 29-30)

João dos Santos clarifica que, quando fala de “linguagem” não está obviamente a falar apenas de “expressão verbal” e sim de todas as “fórmulas que permitem a comunicação com os outros e que, portanto, implicam uma integração do indivíduo na sociedade”. Serão linguagem o movimento, o gesto, a expressão mímica como um pouco mais tarde o desenho, a pintura e a escultura, a fala e a escrita ou o som e a música. “Toda a comunicação implica basicamente emoção, sentimento e experiência vivida no contacto com os outros” (p. 32). Mas a linguagem não é só um instrumento de comunicação, é também “um meio de dissimulação de emoções profundas”. A linguagem não tem, por isso, “o carácter objectivo que os educadores às vezes lhe querem atribuir (…) O símbolo é uma forma de interpretar a realidade” e não a própria realidade. Por isso, João dos Santos defende que à criança deve ser reconhecida a liberdade de interpretar de forma diferente da do adulto e de “experimentar, observar e descrever de acordo com o seu próprio sentir”(p. 37). Aqui entraria a Educação pela Arte reconhecendo à criança os seus próprios pontos de vista e sendo “uma das melhores e mais eficientes formas de higiene mental infantil, aquela que permite uma mais perfeita integração das emoções no contexto geral de uma linguagem convencional.

A maior parte das matérias escolares baseia-se numa linguagem e conhecimento abstractos e é portanto frustrante na medida em que impede a expressão de sentimentos profundos, nem sempre verbalizáveis” (p. 37). Defende que a escola admita que “a aprendizagem não pode ser exclusivamente racional, porque a razão tem, geneticamente, um ponto de partida emocional”. (p. 45). Por isso a escola deve permitir a “livre experiência” como base sólida para as aquisições de conhecimento, uma espécie de iniciação “com carácter lúdico” a qualquer matéria “em qualquer grau de ensino”embora à medida que a criança se vai desenvolvendo e amadurecendo esta “livre experiência” possa ser menos necessária. Analisa e descreve esta evolução através do aspecto da “educação pela arte” que melhor conhece (graças à sua estreita e longa colaboração com Cecília Menano): o desenho e pintura infantis.

Numa entrevista que lhe fiz no programa televisivo “Falar Educação” com a professora Cecília Menano sobre a Educação pela Arte, [8] ele defende a prática do desenho, da pintura e outras actividades plásticas pela criança para “descarregar afecto, emoção” que nem sempre se pode fazer sobre o meio físico e social e por isso é saudável e eficaz que a criança o possa fazer sobre uma “produção” sua de “tipo artístico”. Mais: “a expressão gráfico-pictural tem uma grande importância na aquisição dos símbolos”, na aprendizagem do gesto, do traço.

A importância da livre expressão e da prática do desenho, da pintura e de outras actividades plásticas por parte da criança pré-escolar é hoje consensual. Mas João dos Santos defendia que continuava a ter importância na criança mais crescida e no adolescente “que têm uma grande necessidade de expandir aquilo que têm dentro de si”.

Defendeu e lançou as bases de uma “Pedagogia Terapêutica”, mais ligada às dificuldades de aprendizagem, conceito que reelaborou com base nas suas experiências psico-pedagógicas no Colégio Claparède, no Colégio Moderno, no Centro Helen Keller e integrando o grupo de fundadores do Movimento da Escola Moderna em Portugal. [9]

Define a sua “Pedagogia Terapêutica” como “uma maneira de actuar junto das crianças que se apresentam aos professores e pais com dificuldades escolares temporárias (…) não pretende ser uma ciência mas uma actuação prática” que procurará institucionalizar, criando um projecto alternativo de atendimento a crianças com problemas escolares, a Casa da Praia, hoje Centro de Estudos João dos Santos – Casa da Praia.

Eulália Barros, depois de historiar o percurso de João dos Santos e de analisar o seu conceito de “Pedagogia Terapêutica”, define-o assim: “… para João dos Santos, a PT é um modelo de intervenção que sintetiza a perspectiva clínica, a compreensão psicológica, a aplicação pedagógica e a educação familiar”, baseando-se sobretudo na Pedagogia Curativa de Debesse. [10]

A herança de João dos Santos é, assim, ao mesmo tempo, múltipla e diversa nas várias áreas de que se ocupou – motricidade infantil, pedopsiquiatria, educação, pedagogia terapêutica… – e una na sua centração na criança como ser integral bem como na importância reconhecida à emoção, à criatividade e à fantasia como suportes inseparáveis das aprendizagens. A celebração do seu centenário, organizada pelos seus filhos Paula Santos Lobo e Luis Grijó dos Santos, é um testemunho vibrante dessa riqueza.

Maria Emília Brederode Santos

Fevereiro de 2014

 

[1] Por quem já não recordo mas aqui deixo os meus agradecimentos à Graça Barahona, Isabel Empis, Mª João Pena e Mª José Gonçalves porque alguma delas foi.

[2] Maria Eugénia Carvalho e Branco, Vida, Pensamento e Obra de João dos Santos, Livros Horizonte, 2000, p. 65.

[3]Op. Cit., p. 60.

[4] Op. Cit. p. 162.

[5] Op. Cit. p. 162 e 163.

[6] Domingos Morais “As expressões artísticas e a educação artística através da (pela) arte em Portugal”, in Clara Castilho e Pedro Strecht João dos Santos, Memórias para o Futuro, Ed. Centro Doutor João dos Santos, Lisboa, 2013, p.157.

[7] João dos Santos, Nikias Skapinakis, L. Francisco Rebelo, Nuno Portas, João de Freitas Branco e Rui Grácio, Educação Estética e Ensino Escolar, Publ. Europa-América, Lisboa, 1966.

[8] “Educação pela Arte – A Escolinha de Arte de Cecília Menano”, in “Falar Educação”, programa televisivo coordenado por Maria Emília Brederode Santos, do Instituto de Tecnologia Educativa, transmitido por RTP em 1975/76. Entrevista conduzida por Maria Emília Brederode Santos a Cecília Menano e João dos Santos e transcrita por Mª João Craveiro Lopes.

[9] Ver o historial descrito por Eulália Barros in Andar na Escola com João dos Santos, Lisboa, Ed. Caminho, 1999.

[10] Idem, p. 104.


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  • Ligações:


  •  

    Cecília Menano, João dos Santos e Maria Emília Brederode Santos em conversa

    Clique na seguinte ligação para para visualizar este vídeo do Instituto de Tecnologia Educativa – RTP (1975) A Escolinha de Arte de Cecília Menano – com Cecília Menano, João dos Santos e Maria Emília Brederode Santos, que foi muito generosamente disponibilizado pelo Dr Daniel Sasportes (19 minutos). [Clique nesta ligação]

     


  • Photomaton

    Photomaton

    O filme “PHOTOMATON-Retratos de João dos Santos”, realizado por Tiago Pereira e Sofia Ponte é uma produção da Fundação Calouste Gulbenkian e da RTP2 e é colocado neste site com a muito generosa autorização da Fundação Calouste Gulbenkian.

     

  • Crianças Autistas by Ernesto de Sousa

    Clique na seguinte imagem para aceder ao filme
    "Crianças Autistas" by Ernesto de Sousa"
    e depois carregue no botão "Play".
    (este filme não tem som!)  

    imagem de Criancas Autistas by Ernesto de Sousa

    Crianças Autistas
    Realização de Ernesto de Sousa a partir de uma ideia de João dos Santos, 1967
    Operador de câmara: Costa e Silva
    Filme disponibilizado pelo Centro de Estudos Multidisciplinares (CEMES)
    www.ernestodesousa.com

     

  • Programa IFCE no Ar, Radio Universitária

    Entrevista sobre o andamento do curso à distância “Introdução ao Pensamento de João dos Santos”

    Entrevista gravada com a coordenadora do curso “Introdução ao Pensamento de João dos Santos”, Professora Patrícia Holanda da Linha de História da Educação Comparada da UFC (Universidade Federal do Ceará), com o Doutor Luís Grijó dos Santos (filho de João dos Santos), e a coordenadora pedagógica do curso Professora Ana Cláudia Uchôa Araújo da Directoria da Educação à Distancia do IFCE (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará). A entrevista foi realizada pelo jornalista Hugo Bispo do Programa IFCE no Ar em 3 de Novembro de 2016.

    Para ouvir a gravação desta entrevista clique nesta ligação.

     


     

  • UM PENSADOR EMOCIONADO

    Professor Doutor José Adriano Barata-Moura

     

    Clique nesta LIGAÇÃO para ver o vídeo "João dos Santos - Um Pensador Emocionado" da conferência do Professor Doutor José Barata-Moura, 7 de Setembro de 2013 no congresso “João dos Santos no século XXI”.

     

     

  • Os Dias da Rádio Em Conversa com João Sousa Monteiro

     
     

    Clique nesta LIGAÇÃO para ver o vídeo "Dias da Rádio - Em Conversa com João Sousa Monteiro".
    Vídeo produzido e realizado no âmbito das XXI Jornadas da Prática Profissional: " O Segredo do Homem é a Própria Infância: Pensar em Educação com João dos Santos" que se realizaram na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Santarém nos dias 8 e 9 de novembro de 2013.

     

     

  • Testemunhos

    “Estimada Paula Santos:"

    Não quero deixar de testemunhar que o seu pai, Dr. João dos Santos, foi uma grande referência para mim, no perfil de psicoterapeuta.

    Fui discípulo seu durante um ano no Hospital Santa Maria e, foi para mim uma experiência admirável pela grande capacidade de lidar com uma criança e através dela captar o seu micromundo. Depois, já na sua ausência, sem quaisquer outros dados, no Seminário dos Internos, descrevia, com espanto para nós, as personalidades dos pais, os seus conflitos, a qualidade de relacionamento. Não segui a psicanálise, mas foi com o seu pai, meu grande querido mestre, que me enriqueci no caminho da psiquiatria clássica.

    O Dr. João dos Santos vai ser tardiamente homenageado pela Ordem dos Médicos, depois de tantas honrarias que recebeu e mereceu. Com esta nova Direcção, a Ordem está a tentar repor publicamente, o mérito de médicos ilustres esquecidos, muitos incómodos, para conhecimento das novas gerações de médicos, a bem dos princípios de justiça, dos valores e da história da medicina portuguesa.
    Com os melhores cumprimentos

    Júlio Pêgo (Psiquiatra)”
    Novembro de 2014
    [Ler mais testemunhos]


  • Notícias

    “A Neurose de Angústia”
    A edição eBook para Kindle do livro “A Neurose de Angústia” está à venda em todos os sites da Amazon.

    [Para mais informações clique aqui]



    "João dos Santos, um caminho diferente na saúde mental"
    Trabalho de métodos qualitativos de Leonor Moreira Rato, supervisado pelo Professor Doutor Miguel Nunes de Freitas do ISPA – Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida. Inclui a transcrição de uma entrevista feita à Professora Doutora Maria Eugénia Carvalho e Branco por Leonor Moreira Rato. [Para mais informações]


    O Senado da Universidade de Lisboa atribui o título de Doutor Honoris Causa ao Pedagogo Sérgio Niza
    A Cerimónia de Investidura do título Doutor Honoris Causa terá lugar no próximo dia 23 de Abril 2015, com início às 18.00 horas, na Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa. [Continuar a Ler]


    Apresentação do livro de Maria Eugénia Carvalho e Branco pelo Professor Doutor António Coimbra de Matos e pelo Dr Pedro Strecht
    Agradeço à Professora Doutora Maria Eugénia Carvalho e Branco o honroso convite para participar na apresentação do seu livro "João dos Santos. A Saúde Mental Infantil em Portugal. Uma Revolução de Futuro".
    É uma honra e um prazer. Duplos:
    1. Pela elegância da forma e riqueza do conteúdo. Como leitor, primeiro foi o espanto, logo de seguida, o conhecimento – no lúcido dizer do filósofo estagirita; mas sobretudo, o que eu senti foi encantamento face à empolgante transmissão do que foi o Homem e do que é a Obra que nos legou. [Continuar a Ler]

    Revista Visão
    A revista Visão publicou na sua edição de 12 a 18 de Dezembro de 2013 (nº 1084) um artigo sobre João dos Santos, “A criança e o mestre”, subscrita pela jornalista e psicóloga Clara Soares. [Ler o artigo completo]

    Escola Superior de Educação de Santarém
    As Jornadas da Prática Profissional da ESES – “Pensar em Educação com João dos Santos” decorreram muitíssimo bem, com muito entusiasmo, envolvendo alunos e professores, enlaçando pensamento e afecto em todos os presentes e em todos os seus momentos, das conferências aos painéis, dos ateliers para adultos aos ateliers com crianças, dos filmes à escuta dos Dias da Rádio – em que pudemos recordar ( e alguns, ouvir pela primeira vez) essas conversas tão especiais. [Continuar a ler]

    “Exposição e Tertúlia João dos Santos
    No ano em que se celebra o Centenário do Nascimento de João dos Santos, a Câmara Municipal de Odivelas associou-se a estas comemorações através da uma Exposição sobre a vida e obra do homenageado inaugurada a dia 23 de Outubro e ainda uma Tertúlia realizada no mesmo dia às 17,30 no Centro de Exposições de Odivelas com o patrocínio da Associação Portuguesa de Psiquiatria da Infância e Adolescência. [Continuar a ler]

    “A Saúde Mental Infantil em Portugal - Uma Revolução de Futuro”
    O lançamento da nova obra de Maria Eugénia Carvalho e Branco ““A Saúde Mental Infantil em Portugal – Uma Revolução de Futuro”” será realizado no dia 8 de Novembro de 2013 pelas 19h30 inserido nas XXI Jornadas da Prática Profissional 2013/2014, da Escola Superior de Educação de Santarém. [Ler mais notícias]

    A Liga Portuguesa de Higiene Mental
    – Associação que mantem como sua principal actividade o funcionamento da linha telefónica de apoio emocional e de Prevenção do Suicídio O SOS VOZ AMIGA – pretende, com o envio desta notícia, associar-se às Comemorações do Centenário de João dos Santos, através da transcrição parcial do Editorial do seu Boletim de Maio 2013, em que são realçadas as valências de uma das Instituições Associativas criadas por João dos Santos: o IAC e posteriormente o SOS Criança. [Ler mais]

    “Vida, Pensamento e Obra de João dos Santos”
    A 2ª Edição (Revista) do livro “Vida, Pensamento e Obra de João dos Santos” de Maria Eugénia Carvalho e Branco acaba de ser publicada pela editora Coisas de Ler. [Ler mais notícias]

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  • A Força das Perguntas

    António Nóvoa
    6 de Setembro de 2013

    João dos Santos é uma presença luminosa do século XX. A sua acção nos domínios da saúde e da educação marca o nosso pensamento mais inteligente, e mais sensível, sobre a infância.
    Os trabalhos deste Centenário, notavelmente dinamizados pelos seus filhos, Paula Santos Lobo e Luís Grijó dos Santos, revelam bem a amplitude, a largueza e a grandeza, daqueles que João dos Santos tocou pelas palavras, pelos gestos, pela relação.
    É uma teia extraordinária de pessoas, de cumplicidades, de afectos, de discípulos no sentido mais nobre do termo. Sim, João dos Santos foi um mestre, um mestre com quem estamos em diálogo neste momento, ao falar dele, ao falar com ele. [Ler texto completo]

     

     



  • João dos Santos

    27 de Novembro de 2014

    João dos Santos é homenageado com a Medalha de Mérito da Ordem dos Médicos

     


  • Como instalar o aplicativo Kindle gratuito

    1. Seleccione o site da Amazon mais conveniente para o seu país (Brasil, Espanha, Estados Unidos, França…)

    2. Baixe o aplicativo de leitura Kindle gratuito:

    Brasil
    Espanha
    Estados Unidos
    França
    Reino Unido
    Itália
    Índia

    3. Abra o aplicativo e faça o login usando a sua conta da Amazon... e comece a ler no seu computador, tablet ou smartphone.
     

  • “PEDAGOGIA TERAPÊUTICA
    Diálogos e Estudos Luso-Brasileiros Sobre João dos Santos”

    A 2ª Edição (formato Kindle) do livro “PEDAGOGIA TERAPÊUTICA – Diálogos e Estudos Luso-Brasileiros Sobre João dos Santos” está à venda nos sites da Amazon. [Para mais informações clique nesta ligação]

     


     

  • Aula Inaugural do curso “Introdução ao Pensamento de João dos Santos”

     

    A aula inaugural deste curso foi transmitida ao vivo no último dia 22 de Agosto de 2016, no auditório do Instituto Federal do Ceará. No entanto a gravação continua disponível através da seguinte ligação https://www.youtube.com/watch?v=0OOs7Xy-KOo.

    Para mais informações, por favor veja a nossa página dedicada ao curso Introdução ao Pensamento de João dos Santos.

    Os organizadores do curso podem ser contactados através do seguinte e-mail: pensamentosantiano@gmail.com.

     


  • Como compartilhar trechos dos seus livros no Kindle

     

    Leitores de eBooks no Kindle têm ferramentas à sua disposição que lhes permitem compartilhar trechos de livros via e-mail, Facebook, Twitter, outros serviços mensageiros e via outros aplicativos instalados no seu dispositivo.
    As ferramentas disponíveis estão constantemente em evolução e alguns detalhes variam entre sistemas operacionais, aplicativos e dispositivos.
    No entanto, parece-nos útil descrever este processo simples de compartilhamento para um dispositivo Kindle (Kindle Paperwhite) e um aplicativo (Kindle para iPad).
    Para mais informações clique nesta ligação.

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    Ideias Psicopedagógicas do referencial santiano

    Clique na seguinte ligação, para assistir à gravação em VÍDEO da palestra “Ideias Psicopedagógicas do referencial santiano” proferida pela Professora Patrícia Holanda no XV Congresso de História da Educação do Ceará. A gravação da palestra é seguida dum momento musical e dos lançamentos dos livros "Pedagogia Terapêutica" e “Ensaios sobre Educação – I. A criança quem é?”. Para assistir à gravação clique nesta ligação.

     


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    Cecília Menano, João dos Santos e Maria Emília Brederode Santos em conversa

    Clique na seguinte ligação para para visualizar este vídeo do Instituto de Tecnologia Educativa – RTP (1975) A Escolinha de Arte de Cecília Menano – com Cecília Menano, João dos Santos e Maria Emília Brederode Santos, que foi muito generosamente disponibilizado pelo Dr Daniel Sasportes (19 minutos). [Clique nesta ligação]


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    DIÁLOGOS COM JOÃO DOS SANTOS PELO JARDIM DAS AMOREIRAS

    O eBook intitulado Diálogos com João dos Santos pelo Jardim das Amoreiras apresenta um conjunto de estudos realizados no âmbito do curso Introdução ao Pensamento de João dos Santos: estudo sobre a Pedagogia Terapêutica e foi lançado no dia 23 de Setembro de 2017 no XVI Congresso de História da Educação do Ceará em Icó.

    Clique na seguinte ligação para fazer o download gratuito do eBook Diálogos com João dos Santos pelo Jardim das Amoreiras: https://joaodossantos.files.wordpress.com/2017/09/dic3a1logos-com-joc3a3o-dos-santos-pelo-jardim-das-amoreiras-7-setembro-2017-versao-final.pdf

     

     

  • Comentário à apresentação do Livro “Hiperativos – Psicomotricidade Relacional com crianças Hiperativas” de João Costa, 2017

    Vera Oliveira, psicomotricista
    22 de Novembro de 2017

    Sou leitora do João desde 2001, quando nos conhecemos pela 1ª vez… era eu estagiária na Clínica do Parque… sob sua orientação. Ler é muito mais do que o ato de juntar letras em palavras e palavras em frases. “Ler” vem do latim “lego” que significa reunir, colher, juntar peças… criar… Naquela altura o João, embora ainda não o tivesse passado para o papel, já punha em prática com os meninos (alguns agitados) do parque, que tinham entre outras coisas, muitas dificuldades em aprender… já punha em prática que para fazê-los ler tinham muito mais do que saber juntar letras em palavras e palavras em frases. Tinham sobretudo que sentir – sentir o movimento, os materiais (os poucos que existiam na sala de psicomotricidade do parque naquela atura), sentir o outro! – era o impacto… as sensações… acompanhadas com emoções e afectos que precisavam, para serem capazes de produzir sentimentos. E que seria essa sensorialidade, neste livro designada “sensorialidade afectiva” que, dando lugar às memórias afectivas (como descreve António Damásio) fariam a criança reter alguma coisa, e progressivamente aprender coisas sobre alguma coisa.

    Como eu tenho Lido (sem papel) o João desde 2001, o que eu vou tentar fazer é, com base neste seu livro… uma espécie de lista resumida das razões pelas quais eu Leio o João Costa.

    A 1ª é a seguinte: O João toma posição! E não tem medo de tomar posição –  não toma posiçõezinhas, toma posições… com estardalhaço!

    A posição que ele tem sobre a psicomotricidade é muito clara – é clínica! Não é pedagógica… não é recreativa – é clínica.

    Clique na seguinte ligação para ler o texto completo.

     


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    Imagem - A última entrevista de Armando Leandro à frente da Comissão Nacional da Proteção das Crianças

    Clique na imagem para aceder ao vídeo desta entrevista no site da RTP NOTÍCIAS

    RTP NOTÍCIAS

     

    A última entrevista de Armando Leandro à frente da “COMISSÃO NACIONAL DE PROMOÇÃO DOS DIREITOS E PROTEÇÃO DAS CRIANÇAS E JOVENS”.

    Para mais informações sobre a “Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens” siga esta ligação.

     
     


     

  • BIOGRAFIA

    João dos Santos foi o criador da moderna Saúde Mental Infantil em Portugal e o grande impulsionador da viragem da Psiquiatria Infantil que de uma especialidade enraizada na Psiquiatria de adultos passou a uma especialidade autónoma.

    Foi um dos primeiros psicanalistas portugueses e um dos fundadores da Sociedade Portuguesa de Psicanálise.

    Desenvolveu um olhar novo sobre o valor da arte no desenvolvimento da criança e sobre a educação na família, na escola e na comunidade, criando concepções e ensinamentos originais e modos inovadores de formação de pais e professores.

    Como democrata lutou durante o fascismo pela criação de serviços de saúde mental de qualidade que eram então verdadeiros desafios políticos e que continham a semente da prática e dos princípios científicos que preparavam o futuro.

    O seu percurso académico e a sua sólida formação em Psiquiatria e Psicanálise permitiram-lhe proceder a rigorosas pesquisas sobre a criança. João dos Santos criou uma obra escrita inovadora concretizada numa obra institucional em prol da protecção materno-infantil e da prevenção e intervenção em Saúde Mental Infantil. Obra que ainda hoje ajuda a compreender as causas mais profundas do sofrimento psíquico e das patologias da criança, do adolescente e do jovem.

    João dos Santos começou por ser professor de Educação Física, licenciou-se depois em Medicina, tendo logo orientado o seu interesse e formação para a Psiquiatria. Trabalhou com Vítor Fontes no Instituto António Aurélio da Costa Ferreira e com Barahona Fernandes no Hospital Júlio de Matos onde foi um dinamizador incansável da modernização das clínicas infantis.

    Por motivos políticos (ligação ao Movimento de Unidade Democrática) foi afastado do serviço público.

    Partiu para Paris em 1946 onde sob a orientação de Henri Wallon foi investigador no Centro de Pesquisas Científicas de França (C.N.R.S.) no Laboratório de Biopsicologia da Criança. Trabalhou com G. Heuyer, J. Ajuriaguerra, H. Ey, A. Thomas. Trabalhou também no Serviço de G. Heuyer, primeiro professor de Neuropsiquiatria de França, no Hospital “Enfants Malades” e no Centro Alfred Binet, dirigido por Serge Lebovici. Aqui, entre outros, trabalhava também René Diatkine que seguia como Lebovici as novas correntes psicodinâmicas e se tornaram psicanalistas. Lebovici foi o pioneiro da Psicanálise infantil em França.

    Colaborou ainda com M. Bachet, psiquiatra da penitenciária de Fresnes.

    Regressou a Portugal em 1950.

    João dos Santos criou, com colaboradores, a seção de Higiene Mental do Centro de Assistência Materno-infantil Sofia Abecassis, o Colégio Eduardo Claparède, os dois primeiros Centros Psicopedagógicos portugueses, um na Voz do Operário outro no Colégio Moderno, o Centro Infantil Helen Keller, a Liga Portuguesa de Deficientes Motores, a Associação Portuguesa de Surdos, a Liga Portuguesa contra a Epilepsia. Colaborou na criação do Centro de Saúde Mental Infantil de Lisboa de que foi o seu primeiro director. Aí existiram desde o início, equipas de serviço ambulatório no Dispensário Central e no Dispensário do Hospital Dona Estefânia, além da equipa das clínicas infantis do Hospital Júlio de Matos. Mais tarde foram criados outros serviços como o Laboratório de Electroencefalografia, Laboratório de Bioquímica, a Escola dos Cedros – serviço de adolescentes, a Casa da Praia – Externato de Pedagogia Experimental e a Unidade de Primeira Infância (UPI).

    João dos Santos foi o inspirador da criação do Instituto de Apoio à Criança (IAC).

    Foi Professor na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação e na Escola Nacional de Saúde Pública.

    Em 1984 foi agraciado pelo Presidente da República, General António Ramalho Eanes, com o grau de Comendador da Ordem de Benemerência.

    Em 1985, a Faculdade de Motricidade Humana atribuiu a João dos Santos o título de Doutor Honoris Causa.

    As comemorações deste centenário visam divulgar o pensamento de João dos Santos, ainda hoje tão inovador, com o objectivo de se fazer uma reflexão que indo ao passado, passe pelo presente e se projecte no futuro. Este percurso no tempo e nos lugares, passando pelas várias áreas da sua prática e saber, vai certamente permitir tecer sentidos entre elas e incentivar novas ideias e novas práticas para o futuro.

    Actividades de comemoração do centenário estão a ser organizadas juntamente com a família de João dos Santos, várias personalidades das áreas da saúde, da educação e da cultura e instituições que estiveram a ele ligadas: Associação Portuguesa de Psiquiatria da Infância e da Adolescência, Casa da Praia – Centro Doutor João dos Santos, Departamento de Pedopsiquiatria do Hospital Dona Estefânia, Faculdade de Motricidade Humana, Faculdade de Psicologia, Instituto de Educação, Jardim Infantil Pestalozzi – Fundação Lucinda Atalaya, Sociedade Portuguesa de Psicanálise e outras.

    Várias iniciativas estão já em preparação como a publicação da obra inédita de João dos Santos, reedição de livros já esgotados e encontros a realizar em Setembro.

    Paula Santos Lobo e Luís Grijó dos Santos

     

    Joao dos Santos – capa da nota biográficaClique aqui para fazer o download desta brochura biográfica em formato PDF

     
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  • João dos Santos

    1913 - 1987

    O livro “Prevenir a doença e promover a saúde” de João dos Santos (Ed. Póstuma) foi publicado pela editora Coisas de Ler no dia 4 de Junho de 2013. [Bibliografia]