
Ana Vieira de Almeida
Foi com grande tristeza que soubemos da morte da amiga Ana Vieira de Almeida que faleceu hoje, dia 8 de Janeiro de 2021, em Lisboa. Recordamos o tempo que com ela pudemos conviver e aprender. Estamos certos que será sempre lembrada pela sua inteligência, dedicação e humanidade. Como pedagoga marcou com saber, inovação e originalidade a sua época e influenciou gerações de alunos e profissionais. Deixamos os nossos mais sinceros pêsames aos familiares e amigos. Paula Santos Lobo e Luís Grijó dos Santos
Tana querida O nosso 1º Encontro foi na década de 40 de século passado na Terra onde nascemos e, decorridos mais 50 anos, deu-se o 2º. Magicamente sentimos que eramos as mesmas porque esse tempo tinha encurtado. Agora partiste, o Sol desapareceu e a escuridão da noite cobriu as nossas cabeças. Fiquei sem chão e sem as rosas brancas que me enviavas todos os anos, num dia certo, as mesmas que, quando entraste na carruagem, na Caála, ofereceste à minha Mãe. Adeus, minha querida, então o próximo encontro será amanhã…
Maria José 8 de Janeiro de 2021
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Ana, querida amiga e colega
Tana, para Jorge e Margarida, teus antigos alunos, filhos meus e do Manuel Silva (já falecido e teu amigo também), que te recordam com ternura pelo trato calmo e doce que tinhas com todas as crianças.
“Era uma vez um peixinho vermelho…” contavas e encantavas os meninos!
Foste uma educadora nata, pessoa especial, pedagoga esclarecida, aberta às ideias novas, nunca fundamentalista; deixaste uma obra que deve ser conhecida e continuada.
Partilhei contigo os ideais políticos da nossa geração aprisionada, os princípios de uma educação activa e criativa, sonhávamos, promissoras de um homem novo. Caminhámos juntas em grupo de trabalho de formação pedagógica, na busca de sermos mais capazes na tarefa de ensinar e educar.
Citando João dos Santos, nosso estimado Mestre:
“Que os homens que guardam da sua infância a experiência inédita, que interiorizam o movimento, o sentir, o amor, que construiram um mundo seu, o abram aos outros, que o abram às crianças. Para que haja AMOR, para que haja diálogo.”
Tu foste uma dessas pessoas.
Partiste, deixaste em nós uma grande saudade. Para ti, como se fossem flores, este belíssimo poema de Sophia:
“Quando o meu corpo apodrecer e eu For morta Continuará o jardim, o céu e o mar, E como hoje igualmente hão-de bailar Quatro estações à minha porta (…)
Haverá longos poentes sobre o mar Outros amarão as coisas que eu amei
Será o mesmo brilho, a mesma festa Será o mesmo jardim à minha porta. E os cabelos doirados da floresta, Como se eu não estivesse morta.”
(Sophia de Mello Breyner Andersen)
Com saudade e um fraterno abraço de condolências a toda a tua família
Manuela Cruz seus filhos Jorge e Margarida Silva Lisboa, 9 de Janeiro de 2021
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