Quando o apresentaram, o outro perguntou: Você por acaso é filho do Xavier… Sou sim, mas não é por acaso! respondeu ele.
Tinha razão em protestar, o Xavier. Não é fácil ser filho de alguém por acaso… mesmo que o sentido não seja pejorativo, quanto o Xavier quis interpretar. O mais frequente dos acasos é o do encontro fugaz ou o percalço na aplicação dum método anticoncepcional. Destas gestações por acidente, resulta às vezes o abandono pelo pai, da mãe e do filho.
Julgo que nas sociedades matriarcais, não haveria este problema, porquanto quando a mulher casava era o homem que ia para o clã da mulher e o principal educador masculino era o tio materno. Depois desses tempos antigos, creio que sempre houve mães abandonadas e sempre a sociedade as rejeitou conjuntamente com os filhos.
Quando uma vez há muitos anos, assisti a uma reunião num liceu, onde o Senhor Reitor tinha combinado com o Senhor Ministro, com uns senhores doutores e engenheiros e alguns aristocratas sortidos – pais de alunos – fazer uma Associação para dar livrinhos aos meninos bem comportados, um homem sensível propôs que a Associação protegesse e auxiliasse as viúvas e outras mães sem marido. A proposta foi metida a ridículo pelo Senhor Reitor e por toda a seita e deu lugar a muita galhofa.
As urbes modernas constantemente em expansão incontrolada, são favoráveis à criação de grupos marginais, isto é, aos que são constituídos por pessoas que se não integram nos grandes grupos ideológicos. Esses grupos tomam hoje a dimensão dum Terceiro Mundo complementar dos que detêm o poder e dos que são cilindrados pela maquinaria publicitária e pelas ferramentas da sociedade de consumo. Há os que se comprimem, arregimentam e automatizam nas florestas de cimento e nas cinturas industriais e os chamados inadaptados que são afinal os que se adaptam ao caos das urbanizações mais ou menos clandestinas, toleradas por serem favoráveis à constituição de reservas de mão-de-obra barata. Há ainda nas grandes cidades do mundo de hoje, os bandos nómadas que mais parecem, por vezes, uma amálgama de fugitivos de si próprios sem uma verdadeira organização grupal e há ainda as comunidades de jovens que parecem apontar para o reencontro em rituais iniciativas das velhas culturas. Nestes microgrupos ou neste Terceiro Mundo, há factores culturais enriquecedores e há factores anti culturais empobrecedores.
O problema de que agora nos ocupamos é o da causa de certas dificuldades de iniciação escolar que parecem ligadas a agrupamentos sem cultura não integrada e sem tradição cultural homogénea; deles provêm muitas das crianças que fracassam na escola primária. As crianças não entendem uma escola que não tem nada a ver com a sua realidade social; a escola não entende e rejeita essas crianças que falam outra língua. Famílias frustes provenientes desses meios, não preparam – na relação familiar – as crianças para receber na escola os instrumentos de cultura que ela fornece e impõe.
Acontece que os pais normal mas inconscientemente, revivem os impulsos ternos ou hostis que vivenciam na criança que foram e que neles persiste; agem às vezes a favor, outras contra, a educação que receberam, ou aquela que é dada aos filhos na escola.
Acontece ainda que, a forma como os elementos de um grupo familiar se relacionam, mesmo quando enquadrados na cultura comunitária se constitui em microculturas que todos nós conhecemos: cada família tem os seus hábitos, interesses particulares, atitudes e linguagem própria, que podem levar o outro grupo a ser sentido como estranho, incómodo, inquietante ou mesmo ameaçador. As pessoas duma família podem não admitir darem-se com as pessoas duma outra família, mas admitem dar-se com elas, num terreno neutro, na Rua, no Café ou no ambiente inspirador e envolvente do Templo ou da Academia Recreativa. Há muitas casas onde as pessoas podem ir bater à porta; há menos casas onde elas podem entrar; há apenas algumas onde podem ir comer; raríssimas aquelas onde podem ir dormir e tomar banho na tina.
A escola primária é – ou deve ser- o ambiente familiar, onde todas as crianças de todas as famílias se possam sentir bem acolhidas, qualquer que seja o seu cheiro, forma, encadernação ou linguagem. O clima da escola é oficialmente suposto ser acolhedor, mas pode acontecer que ele seja sentido pelas crianças como hostil ou rejeitante. Não depende só da escola que a criança se sinta envolvida, depende também dos pais que podem saber suavemente introduzir a criança no ambiente escolar, ou que agressivamente a empurrem para dentro daquela casa de estranhos; às vezes os pais fazem-no com ternura apoiante, outras com fatalismo ou passividade cívica; frequentemente entregam-na como penhor duma promoção familiar e acontece até, que as suas intenções sejam manifesta ou latentemente punitivas!
Usa dizer-se, como eu tenho estado a dizer, que os pais: são, fazem, dão… mas o drama da criança é que os pais às vezes não são, não fazem, não dão – aquilo que à criança daria jeito para fazer com outros – adultos e crianças – intercâmbio cultural. Um sistema de trocas não é coisa fácil de organizar numa pessoa em devir, como o não é ao nível dos adultos, das instituições e dos países.
As crianças vão à escola para serem educadas, diz a administração. Ou será para serem arregimentadas? As crianças vão à escola para se fazerem homens, dizem os pais. Ou será para se promoverem socialmente? As crianças vão à escola para aprender, dizem os professores. Ou será para serem ensinadas?
Na verdade, as crianças deveriam ir à escola para encontrarem a alegria e para aprenderem a fazer algo de satisfatório da tristeza da separação e da angústia provocada por certas situações; a adquirirem sabedoria através dos modelos humanos que se lhes oferecem; a aprender a lutar com adversários (maneirinhos) e a utilizarem os instrumentos de cultura postos à sua disposição.
A alegria e a tristeza aprendem-se na relação com a mãe, mas quando os ritmos ou o equilíbrio entre as duas formas de estar, não são favoráveis a uma resolução mental, a criança aprende a esconder a tristeza com a falsa alegria da instabilidade, com comportamentos provocatórios ou com doenças várias. Se a aprendizagem da relação afectiva com a mãe e a da resolução mental da depressão, se não faz adequadamente antes da escola, a criança não pode aceitar o que lá se ensina porque apenas vê nela, uma tralha informe de instrumentos que a torturam e que não servem as suas necessidades afectivas. Ela quer ser amada e encontrar a quietação num ambiente tranquilizador e fornecem-lhe casas e matérias desafectadas como as letras e os algarismos, as canetas e os papéis.
A função maternal que é de protecção e de envolvimento, durante o primeiro ou os dois primeiros anos é interferida a dada altura (não muito precisa) pela função paternal, função separadora da simbiose primária. É nessa altura que a mãe passa a ser vista pela criança não apenas como a pessoa que a envolve e lhe dá tudo, mas também como o objecto de amor do pai. Da competição que daí resulta nasce a inteligência abstracta e o saber registável sob a forma de Trabalhos, Obras ou Escritos.
A maior parte das crianças com dificuldade de iniciação à aprendizagem escolar, são crianças em que a função maternal (a de dádiva envolvente) se não exerceu de forma favorável à interferência do pai, no exercício da função paternal, isto é, da função de terceiro elemento da estrutura familiar (e psíquica). Quando falha o exercício da função paternal a aprendizagem do que é exterior à relação afectiva entre a criança e a mãe, não é por ela aceitável e às vezes não é possível porque não faz sentido.
A criança, para aprender na escola, necessita ser portadora de imagens interiorizadas e de amigos, de mãe e de pai, que possam ser reunidos ou sintetizados depois de imaginariamente terem sido separados ou analisados. Só falta acrescentar, para que tudo se torne mais claro que, em meu entender, a mãe pode exercer sobre o filho uma função paternal como o pai uma função maternal complementar das respectivas funções essenciais.
Razão tinha o outro que era inteligente (quer dizer, tinha humor) para dizer: eu sou filho do Xavier, mas não é por acaso.
[1] SANTOS, João. Ensaios sobre Educação – I: A Criança Quem É? 2. ed. Lisboa: Livros Horizonte, pp.40-43, 1991.
Ouvi o Dr. João dos Santos dar uma gargalhada e… deu a reunião por acabada… *
O Dr. João dos Santos que fora meu professor de psicologia no Curso da Escola João de Deus, sabia bem que eu não tinha qualquer formação especializada em qualquer deficiência. No entanto, não deixei de lho lembrar.
Com aquela maneira simples de grande mestre, respondeu-me: «qualquer aluno deficiente é, antes de mais, uma criança e nós cá estamos para a ensinar, o que também estamos a aprender; quer aprender?” Eu só lhe pude garantir o meu desejo de aprender, aprender sempre, porque preparada para o trabalho que me oferecia, sabia bem como eu não estava. Ele garantiu-me, não só os seus permanentes ensinamentos, como o contacto com pessoas com quem eu muito iria aprender.
Era-me impossível não entrar no projecto daqueles mestres sonhadores e assim iniciei a minha docência na classe de ensino primário para amblíopes.
Na verdade, nunca duvidaram da minha imperiosa vontade de superar dificuldades, e melhorar atitudes. Foi assim que entendi a mensagem que João dos Santos me enviou aquando de uma situação de conflito que muito me surpreendeu e doeu, por ser entre mim e colegas de trabalho em quem confiava e de quem esperava mais compreensão. Escreveu-me nessa altura João dos Santos:
“Recebi hoje a sua carta de 2. Espero encontrar no meu regresso o seu relatório. De qualquer forma, do balanço das suas faltas ou defeitos e das suas qualidade e aptidões, eu acredito desde já que o balanço lhe é favorável. Cumprimentos do ex-professor e amigo.” 26/X/66,
Este entender de mim que o Dr. João dos Santos tinha desde que fora meu professor na Escola de Educação senti-o não só então, mas em várias circunstâncias ao longo dos anos. Sempre com poucas ou nenhumas palavras de parte a parte.
Significativo foi, por exemplo, o que se passou numa das habituais reuniões de estudo com a equipa da escola e a presença daquele mestre. Cada professora e educadora falava do que queria: do trabalho, dos seus alunos, das dificuldades, dos sucessos. O Dr. João dos Santos ouvia, pedia a opinião dos presentes sobre o que tivesse sido apresentado e, quando entendia, falava então à sua maneira.
Eu trabalhava naquele ano com uma 1ª classe, tendo como era já prática corrente na escola, crianças cegas, amblíopes e sem deficiência visual.
Acontecia também que, nesse mesmo ano de 1974/1975, eu frequentava um curso de aperfeiçoamento da Especialização em Deficiência Visual.
Na dita reunião, algumas colegas já tinham falado das dificuldades de aprendizagem dos seus alunos e eu senti necessidade de pôr ali em comum uma constatação que, para mim, vinha sendo muito evidente. Por motivo do citado curso, eu faltava várias horas Junto dos meus pequenos alunos. Tinha sempre o cuidado de lhes dizer quando ia faltar e porquê: que estava também eu a aprender mais coisas com professores que sabiam mais do que eu, deixava o trabalho da classe mais ou menos organizado e os dias decorreriam normalmente.
Lembro-me que quase tremia de emoção ao contar que efectivamente os meus alunos não apresentavam quebras no seu ritmo de aprendizagem, o que se tornava mais evidente pela sua aprendizagem na leitura, própria para uma 1ª classe, claro.
O que me levava a verificar que os meus alunos iam aprendendo porque realmente queriam aprender, iam aprendendo mais uns com os outros, mergulhados no mesmo ambiente estimulante criado no grupo do que, estando presente, eu lhes pudesse ensinar.
Ouvi o Dr. João dos Santos dar uma gargalhada e eu, aflita, atrevi-me ainda a afirmar: “é verdade, se eu falto e eles aprendem, é porque não sou ‘ou quem os ensina.” O olhar do mestre tranquilizou-me, deu a reunião por acabada, sem que a maioria dos presentes tivesse entendido bem porquê.
Sabes Deus o que ainda hoje me custa relatar estas coisas, tal a força da verdade pedagógica e não só, nelas contidas.
Com um abraço de
Isabel Pereira
21 de Maio de 2018
COMO ENCONTRAR O FUTURO EM JOÃO DOS SANTOS
Palestra proferida pela Dra. Maria José Vidigal [1]
Associação PsiRelacional
Lisboa, 12 de Janeiro de 2018.
RESUMO A autora refere que teve o privilégio de conhecer e de trabalhar com João dos Santos, o que lhe permite dar a conhecer o psiquiatra, o médico, o pedagogo que introduziu em Portugal a modernidade na maneira de observar, de estar com a criança, e que ainda mantém actualidade.
Se desde muito cedo (anos 40 do século XX) esteve ligado aos problemas da educação, também lutou pela necessidade dos serviços de saúde materno-infantis estabelecerem medidas preventivas ao nível da saúde mental infantil. Considerava que a saúde mental não é um campo estritamente médico e que era um assunto demasiado sério para ser entregue só aos psiquiatras, necessitando da contribuição de sociólogos, urbanistas, filósofos, educadores, urbanistas.
Para João dos Santos, a prevenção e a investigação são as actividades nobres da saúde mental infantil.
Em alternativa, para ouvir a gravação em vídeo desta palestra clique nesta ligação (duração: aproximadamente 47 minutos).
O Olhar de João dos Santos Sob os Laços Familiares, Infância e Educação
XXIV Colóquio AFIRSE – Lisboa, Fevereiro de 2017
Patrícia Helena Carvalho Holanda, Linha História e Educação Comparada da Universidade Federal do Ceará
RESUMO
O trabalho é um recorte de uma investigação desenvolvida no âmbito do estágio sênior pós-doutoral na Faculdade de Motricidade Humana – UL, apoiada pela CAPES, que tem por intuito compreender como as instituições escolares lidaram no passado com a família, enquanto instituição educadora a elas associada, e como estão lidando hoje com as novas configurações familiares, refletidas nas subjetividades dos seus atores, e diante de um conjunto de reformas educacionais, em especial, das políticas de inclusão social, tentadas, na última década, no Brasil e em Portugal. Além do enfoque histórico, utiliza uma abordagem psicossocial, desenvolvida em Portugal, na segunda metade do século XX, relacionada com a obra de João dos Santos, que, de acordo com alguns registros biográficos, pertence à segunda geração de psicanalistas ligados a Freud (1856-1939). No exílio em Paris, durante o regime salazarista, terá convivido com psicanalistas franceses importantes e se aproximado dos estudos de Piaget (1896-1980) e Wallon (1879-1963). Ele é considerado hoje um dos introdutores da Psicanálise e um dos fundadores do Grupo de Estudos Português de Psicanálise. Baseado na Teoria Psicanalítica e em suas investigações no campo da Psicologia Genética, elegeu como sua preocupação central compreender o funcionamento mental da criança, a origem de suas perturbações, bem como a revelação dos sintomas e seus significados. O objetivo deste trabalho é de apresentar as ideias centrais de Santos, com a finalidade de entender sua contribuição para o entendimento do conceito moderno de infância, no âmbito da família e escola, associada com a problemática posta por ARIÈS (1978), no campo da história social. O estudo parte de escritos e estudos bibliográficos sobre Santos, como é o caso da tese de doutorado de Branco (2010). A leitura da obra de Santos explicita o lugar que ele destina à Psicanálise, ao defender que esse referencial teórico não deve ficar restrito, apenas ao consultório dos analistas e a coloca a serviço da educação, na escola, inclusive na sala de aula, em prol de uma compreensão mais abrangente do desenvolvimento infantil, à medida que concebeu ensinamentos originais inovadores de formação de pais e professores e apresenta um referencial que oferece um enfoque interdisciplinar, associado com a Psiquiatria e a Psicanálise, que abre também possibilidade nova de estudos no campo da psicopedagogia.
Clique nesta ligação para aceder a este artigo publicado no XXIV Colóquio do AFIRSE em Lisboa, Fevereiro de 2017
Clique na seguinte ligação, para assistir à gravação em VÍDEO da palestra “Ideias Psicopedagógicas do referencial santiano” proferida pela Professora Patrícia Holanda no XV Congresso de História da Educação do Ceará. A gravação da palestra é seguida dum momento musical e dos lançamentos dos livros “Pedagogia Terapêutica” e “Ensaios sobre Educação – I. A criança quem é?”. Para assistir à gravação clique nesta ligação.
Juiz Conselheiro Armando Leandro XXI Jornadas da Prática Profissional que decorreram na Escola Superior de Educação de Santarém, 8 e 9 de Novembro de 2013, subordinadas ao tema ” O Segredo do Homem é a Própria Infância”- Pensar em Educação com João dos Santos.
Maria Eugénia Carvalho e Branco XXI Jornadas da Prática Profissional que decorreram na Escola Superior de Educação de Santarém, 8 e 9 de Novembro de 2013, subordinadas ao tema ” O Segredo do Homem é a Própria Infância”- Pensar em Educação com João dos Santos.
Maria Teresa Sá
XXI Jornadas da Prática Profissional que decorreram na Escola Superior de Educação de Santarém, 8 e 9 de Novembro de 2013, subordinadas ao tema ” O Segredo do Homem é a Própria Infância”- Pensar em Educação com João dos Santos.
Emílio Eduardo Guerra Salgueiro, psiquiatra e psicanalista
XXI Jornadas da Prática Profissional que decorreram na Escola Superior de Educação de Santarém, 8 e 9 de Novembro de 2013, subordinadas ao tema ” O Segredo do Homem é a Própria Infância”- Pensar em Educação com João dos Santos.
Marta Uva, Maria João Cardona, Silvia Madeira, Armando Leandro XXI Jornadas da Prática Profissional que decorreram na Escola Superior de Educação de Santarém, 8 e 9 de Novembro de 2013, subordinadas ao tema ” O Segredo do Homem é a Própria Infância”- Pensar em Educação com João dos Santos.
Fernanda Ramos e Clara Castilho XXI Jornadas da Prática Profissional que decorreram na Escola Superior de Educação de Santarém, 8 e 9 de Novembro de 2013, subordinadas ao tema ” O Segredo do Homem é a Própria Infância”- Pensar em Educação com João dos Santos.
Susana Colaço, Teresa Cláudia Tavares, Helena Luís e Gracinda Hamido XXI Jornadas da Prática Profissional que decorreram na Escola Superior de Educação de Santarém, 8 e 9 de Novembro de 2013, subordinadas ao tema ” O Segredo do Homem é a Própria Infância”- Pensar em Educação com João dos Santos.
Ana da Silva, Teresa Garcia, Marta Tagarro, Professor António Vagner Diniz e Margarida Togtema XXI Jornadas da Prática Profissional que decorreram na Escola Superior de Educação de Santarém, 8 e 9 de Novembro de 2013, subordinadas ao tema ” O Segredo do Homem é a Própria Infância”- Pensar em Educação com João dos Santos.
Professora Doutora Patrícia Helena Carvalho Holanda, da Linha de Pesquisa História da Educação Comparada, do Eixo de Pesquisa: Família, Sexualidade, Educação, da Universidade Federal do Ceará
Professor Doutor Pedro Parrot Morato, da Faculdade de Motricidade Humana, Universidade de Lisboa
O eBook intitulado Diálogos com João dos Santos pelo Jardim das Amoreiras apresenta um conjunto de estudos realizados no âmbito do curso Introdução ao Pensamento de João dos Santos: estudo sobre a Pedagogia Terapêutica e foi lançado no dia 23 de Setembro de 2017 no XVI Congresso de História da Educação do Ceará em Icó.
Coloque aqui os seus dados para inclusão na lista de divulgação ou para receber outras informações
Cecília Menano, João dos Santos e Maria Emília Brederode Santos em conversa
Clique na seguinte ligação para para visualizar este vídeo do Instituto de Tecnologia Educativa – RTP (1975) A Escolinha de Arte de Cecília Menano – com Cecília Menano, João dos Santos e Maria Emília Brederode Santos, que foi muito generosamente disponibilizado pelo Dr Daniel Sasportes (19 minutos). [Clique nesta ligação]
DEIXEM AS CRIANÇAS ROUBAR
“As creches feitas à pressa, o pessoal escolhido ao acaso para jardins infantis e escolas… os programas e os regulamentos feitos sobre o joelho… são violência, geram violência.”
Clique na seguinte ligação para ouvir a gravação desta conversa da rádio com João dos Santos (31 minutos). [Clique nesta ligação]
O Olhar de João dos Santos Sob os Laços Familiares, Infância e Educação
XXIV Colóquio AFIRSE - Lisboa, Fevereiro de 2017
Patrícia Helena Carvalho Holanda, Linha História e Educação Comparada da Universidade Federal do Ceará
RESUMO
O trabalho é um recorte de uma investigação desenvolvida no âmbito do estágio sênior pós-doutoral na Faculdade de Motricidade Humana - UL, apoiada pela CAPES, que tem por intuito compreender como as instituições escolares lidaram no passado com a família, enquanto instituição educadora a elas associada, e como estão lidando hoje com as novas configurações familiares, refletidas nas subjetividades dos seus atores, e diante de um conjunto de reformas educacionais, em especial, das políticas de inclusão social, tentadas, na última década, no Brasil e em Portugal. Além do enfoque histórico, utiliza uma abordagem psicossocial, desenvolvida em Portugal, na segunda metade do século XX, relacionada com a obra de João dos Santos, que, de acordo com alguns registros biográficos, pertence à segunda geração de psicanalistas ligados a Freud (1856-1939). No exílio em Paris, durante o regime salazarista, terá convivido com psicanalistas franceses importantes e se aproximado dos estudos de Piaget (1896-1980) e Wallon (1879-1963). Ele é considerado hoje um dos introdutores da Psicanálise e um dos fundadores do Grupo de Estudos Português de Psicanálise. Baseado na Teoria Psicanalítica e em suas investigações no campo da Psicologia Genética, elegeu como sua preocupação central compreender o funcionamento mental da criança, a origem de suas perturbações, bem como a revelação dos sintomas e seus significados. O objetivo deste trabalho é de apresentar as ideias centrais de Santos, com a finalidade de entender sua contribuição para o entendimento do conceito moderno de infância, no âmbito da família e escola, associada com a problemática posta por ARIÈS (1978), no campo da história social. O estudo parte de escritos e estudos bibliográficos sobre Santos, como é o caso da tese de doutorado de Branco (2010). A leitura da obra de Santos explicita o lugar que ele destina à Psicanálise, ao defender que esse referencial teórico não deve ficar restrito, apenas ao consultório dos analistas e a coloca a serviço da educação, na escola, inclusive na sala de aula, em prol de uma compreensão mais abrangente do desenvolvimento infantil, à medida que concebeu ensinamentos originais inovadores de formação de pais e professores e apresenta um referencial que oferece um enfoque interdisciplinar, associado com a Psiquiatria e a Psicanálise, que abre também possibilidade nova de estudos no campo da psicopedagogia.
Clique nesta ligação para aceder a este artigo publicado no XXIV Colóquio do AFIRSE em Lisboa, Fevereiro de 2017
Juiz Conselheiro Armando Leandro XXI Jornadas da Prática Profissional que decorreram na Escola Superior de Educação de Santarém, 8 e 9 de Novembro de 2013, subordinadas ao tema " O Segredo do Homem é a Própria Infância"- Pensar em Educação com João dos Santos.
OUVIR
Dr João Sousa Monteiro, Psicanalista
Lisboa, 29 de Agosto, de 2016
Dedico esta curta história a João dos Santos, o meu
primeiro grande Mestre na difícil arte de ouvir, e na
descoberta da interminável preciosidade do silêncio.
Um dia, num intervalo das gravações de um dos programas de Rádio que tive o privilégio de fazer com João dos Santos, dei um pequeno passeio pelas ruas contíguas aos estúdios.
Estava uma tarde de Primavera tranquila e cheia da luz doirada e doce de Lisboa.
Subia uma pequena rua onde as árvores confirmavam a doçura daquela tarde.
Naquele momento, ninguém passava na rua.
Assim, sossegadamente, gozava uns minutos de pausa no trabalho de montagem de mais um programa que seria transmitido naquela noite.
Foi nessa altura que um homem, vindo do lado de cima, virava agora a esquina, e começava a descer aquela mesma rua, e pelo mesmo passeio em que eu a subia.
Assumi, tacitamente, que aquele homem e eu iríamos passar um pelo outro, naturalmente, e cada um de nós seguiria o seu caminho, como acontece tantas vezes, em cada hora que passa, numa cidade onde há ruas e pessoas que as percorrem e se cruzam.
Não foi, porém, isto o que naquele momento daquela tarde tranquila aconteceu. [Ler texto completo]
Este “Anexo 11” da tese de doutoramento da Professora Doutora Maria João Craveiro Lopes, “Pioneiras da Educação pela Arte”, Universidade de Évora, Março de 2015, foi generosamente disponibilizado pela autora.
Resenha dos Médicos Psiquiatras em Portugal do Século XIII ao Século XX
Dra. Maria José Vidigal
Novembro de 2014
A história da Psiquiatria tem um longo passado e as mais recuadas referências às doenças mentais remontam aos Egípcios, Mesopotâmicos, Gregos, Romanos e Hindus.
Em Portugal, o Papa português João XXI (1215-1277) nascido em Lisboa, mais conhecido por Pedro Hispano, escreveu textos de interesse psicológico e psiquiátrico. Foi famoso como médico, filósofo, professor e matemático. Miguel Ângelo, quando adoeceu gravemente dos olhos, enquanto pintava a Capela Sistina, tratou-se com um remédio de Pedro Hispano. Uma das suas obras em que são referidas várias doenças e respectivas curas, com cerca de uma centena de edições, é traduzida em doze línguas.
Outra figura de destaque é Garcia da Orta que nasceu em 1501, em Castelo de Vide, de pais judeus espanhóis. Estudou Medicina, Filosofia e Artes nas Universidades de Salamanca e Alcalá de Henares. Regressou a Castelo de Vide e depois mudou-se para Lisboa e foi médico de D.João III. Em 1534 embarcou para a Índia e estabeleceu-se como médico em Goa, onde ganhou grande prestígio. Foi amigo de Luís de Camões. Só após a sua morte, a Inquisição moveu uma guerra feroz à sua família. Essa perseguição culminou em 1508 com a exumação dos seus restos mortais e depois queimados. [Ler texto completo]
Saber e sabedoria: a arte de educar
Dra. Sílvia Madeira
Novembro de 2013
Esta é uma frase que pode parecer um tudo ou nada enganadora: se ninguém ensina ninguém, farão falta educadores e professores? O Dr. João dos Santos, autor da frase toda a vida se rodeou destes profissionais, por isso, não tenho dúvida que acreditava no seu papel fundamental. Discordava certamente do papel tradicional que se esperava deles: ensinar.
Defendia que “cada um aprende com o que lhe é fornecido pelo ambiente natural e humano”. De onde se deverá depreender que este deverá fornecer o alimento, as pistas, as ocasiões e necessidades para aprender e para nos tornarmos inteligentes. E a liberdade para o fazermos.
Gosto, aliás, muito do nome deste painel: “Uma educação para a liberdade, democracia e amor”. O uso do termo democracia é aqui redundante, ou melhor, conclusivo, pois que é gerada pela liberdade e pelo amor. O amor ou afecto é, portanto, o primeiro alimento e necessidade da criança. E os pais, primeiros educadores e humanizadores, são os alicerces deste chão onde a capacidade de entender e acreditar em si própria e nos outros a criança se permitirá crescer em confiança. [Ler texto completo]
Por uma Psicologia da Cognição e do Afeto, a Favor da Infância e da Subjetividade
Professora Doutora Patrícia Helena Carvalho Holanda
Professora Doutora Maria Juraci Maia Cavalcante
“Ao completar o seu centenário, sua obra é alvo de estudos e comemorações em Portugal, sabendo-se que a sua teoria retrata o pensamento de um grande humanista, que teve formação em Medicina e especialização em Psiquiatria e Psicanálise. Estas aproximações lhe permitiram realizar pesquisas sobre a criança, numa perspectiva inovadora, que foi muito além do enfoque então dominante da Patologia. Ao assumir tal posição, João dos Santos nos coloca diante de uma visão integrada de desenvolvimento da criança, que envolve a educação na família, na escola e na comunidade.
A sua obra traz uma reflexão sobre a teoria psicanalítica, articulada com sua prática profissional, desmistificando que o lugar da Psicanálise se restrinja apenas ao consultório dos analistas e a coloca na escola, inclusive na sala de aula, a serviço da educação e de uma maior compreensão do desenvolvimento infantil. Concebeu ensinamentos originais sobre a necessidade de articulação dessa ação educativa, que envolve a formação de pais e professores.” [Continuar a ler]
Era um Homem Moderno e intemporal, membro honorário da massa crítica do património português
Dra. Isabel Gouveia
14 de Fevereiro de 2014
Curso Livre João dos Santos no século XXI: saúde, educação, cultura e no âmbito da comemoração do centenário de João dos Santos (1913-1987), figura ímpar da vida portuguesa no século XX, com intervenção em vários domínios como a medicina, a psiquiatria, a psicanálise e a educação, entre outros.
Dias, ou melhor, fins de dia, final de semana, enfim, sextas-feiras à tardinha…
Fins de tardes coloridas, luminosas em torno de algumas ideias:
“O Mestre” e a sua obra, ou melhor
João do Santos, as suas sementes e o terreno que o seu arado lavrou.
Dias diferentes, momentos de um percurso cheio de estações, de espaços diferentes, da Lisboa que também lhe pertence.
Educação – Pedagogia – Saúde – Saúde mental – Psicologia – Psiquiatria – Psicanálise
Difícil destrinçar a pessoa da sua obra, curioso verificar que os que com ele trabalharam pouco falaram de João dos Santos, e mais do trabalho que fazem na sua senda. Os amigos trouxeram-no presente. [Ler texto completo]
Uma Psicanálise do Encontro Educativo
Dra. Maria Teresa Casanova Sá
8 de Novembro de 2013
Professora na ESES, de educadores e professores, sou psicóloga e psicanalista e fui aluna de João dos Santos. O diálogo que me foi construindo como profissional, assente numa dupla filiação em Psicanálise e Educação, devo-o certamente a João dos Santos e aos momentos em que nas salas da Universidade, ainda na Pinheiro Chagas, nos encontrávamos com ele, uns com os outros e com a Psicologia. Nesses encontros João dos Santos fazia entrar sem cerimónia o mundo grande, a complexidade e o enigma, a cultura e a educação, a escola e a infância, a pedagogia e a terapia, a psicanálise e a importância de nos questionarmos a nós próprios.
É uma curiosa e feliz coincidência que o ano de nascimento de João dos Santos (1913) seja o ano em que Sigmund Freud publicava o seu trabalho “O interesse da Psicanálise”, apontando nesse magnífico texto o denominador comum entre a Psicanálise e a Educação ... [Ler texto completo]
CONFIAR E APRENDER
Dra. Maria Emília Brederode Santos
Membro do Conselho Nacional de Educação
Fevereiro de 2014
Recordo o Dr. João dos Santos acima de tudo como alguém em quem se podia confiar e com quem se estava sempre a aprender.
Em momentos de dúvida, perante solicitações pouco claras ou de origem desconhecida, pedia-se opinião ao Dr. João dos Santos e ele estava sempre disponível (como, no meio de tantos afazeres, não sei!) para apreciar o pedido e dar, generosamente, a sua opinião. Fazia-o de forma fundamentada, clarificando o que eram informações objectivas e o que era o seu próprio sentir. E, por isso, qualquer conversa com ele acabava por se tornar numa ocasião de aprendizagem assente na emoção e na reflexão.
As próprias sessões de apreciação de pacientes eram abertas e concebidas como sessões formativas para todos os intervenientes. Recordo-me de ter sido levada [1] a algumas dessas sessões e de nelas ter aprendido o que não se aprendia nas instituições académicas – como no seguinte diálogo ... [Ler texto completo]
A Saúde Mental começa na criança
Dra. Maria da Graça Barahona Fernandes
Psicóloga clínica aposentada
31 de Dezembro de 2013
Ocorreram-me de imediato estas afirmações. Será que poderiam ser, entre outras, uma forma de legado de João Santos às futuras gerações?
A Saúde Mental começa na infância. Sem Saúde Mental não há Saúde. Compete à Comunidade que cuida de Crianças Promover a Saúde, Prevenir a doença e intervir o mais precocemente possível – na díade mãe – bebé. Nas minhas recordações são estes alguns dos temas de reflexão e de acção, doadas desde sempre por João dos Santos a todos, muitos, que o conheceram. Por isso, queria agradecer-lhe comovidamente, estas minhas memórias fundadoras do que fui, do que sou e do que espero ainda ser. Conheci João dos Santos ainda criança muito pequena por via da amizade e consideração que meu pai, professor de Psiquiatria, manifestou ao então jovem recém-licenciado em medicina que se formou e trabalhou na Clínica Psiquiátrica Universitária do Hospital Júlio de Matos (anos 42 a 46). Paralelamente foi encarregue pelo Director do Hospital, António Flores, da organização dos dois Pavilhões Infantis. [Ler texto completo]
Cada pessoa guarda um segredo. O segredo do homem é a própria infância.
Professora Manuela Cruz e a equipa do Jardim Infantil Pestalozzi
6 de Setembro de 2013
O Jardim Infantil Pestalozzi (uma escola de ensino pré-escolar e 1º ciclo do ensino básico) foi fundada em 1955 por Lucinda Atalaia, pedagoga e professora com uma prática determinada por ideias avançadas de personalidades da época que se destacavam pelo saber científico relativo à criança e por uma filosofia humanista de educar. Hoje, a instituição continua a manter presente o pensamento de ideólogos que ela elegeu: João dos Santos, Rui Grácio, Maria Amália Borges e Agostinho da Silva.
“Cada pessoa guarda um segredo. O segredo do homem é a própria infância.” diz João dos Santos com a autoridade da sua sólida e profunda formação e a poética narrativa com que comunica.
A confirmar e a ampliar esta ideia, escritores e artistas dão especial relevo à memória da criança que foram, às vivências da sua própria infância e à infância dos outros.
Matilde Rosa Araújo, poetisa e escritora, grande amiga da Lucinda, visita estimada e próxima dos meninos do Pestalozzi, cuja obra continua hoje a ser lida e bem conhecida por eles (meninos) anota na sua coletânea de textos “A infância lembrada”:
“Entender a profundidade e utilidade [...] da infância deve estar presente em todos que a ela se dediquem.” [Ler texto completo]
Os Nós e os Laços
Dra. Isabel Beirão e a equipa do Colégio Eduardo Claparède
6 de Setembro de 2013
“A base de toda a educação é a livre experiência”
Este ano em que se comemora o centenário do nascimento do Dr João dos Santos, o Colégio Claparède celebra também os seus 60 anos. O Colégio foi fundado pelo Dr. João dos Santos, pela minha avó, Rosa Bemfeito e pelo meu tio, Afonso Gouveia.
Foi-nos pedido que partilhássemos a nossa experiência de que, como ainda hoje, os ensinamentos do Dr. João dos Santos estão presentes na nossa intervenção diária no Colégio Claparède.
O título que escolhemos “Os Nós e os Laços”, procura reflectir que a base da nossa intervenção assenta principalmente, na relação e na afectividade, tal como nos ensinou.
Procuramos criar nós e laços de relacionamento que perdurem para a vida, laços que ajudam a estruturar os nossos alunos.
Os conteúdos das frases de João dos Santos, que irão acompanhar a minha apresentação, fazem parte da filosofia da nossa instituição e integram o nosso projecto pedagógico. [Ler texto completo]
Sou um pediatra com sorte – não me formei apenas nos hospitais!
António Brito Avô
Novembro de 2013
Sou um pediatra com sorte – não me formei apenas nos hospitais!
No final dos anos setenta, ainda no início de carreira, a vida profissional arrastou-me quase sem dar por isso para o Centro de Medicina Pedagógica de Lisboa, onde desenvolvi a actividade de saúde escolar paralelamente à pediatria. Aí fiquei até à sua extinção por Decreto em 1993.
Foi lá que conheci o Dr. João dos Santos.
Ele participava, com alguma regularidade, nas reuniões semanais de formação do Centro, onde nos brindava com a sua experiência e sabedoria, aceitando discutir connosco as estratégias de intervenção nos muitos casos de crianças que acompanhávamos nas escolas e no Centro. [Ler texto completo]
A EDUCAÇÃO E A SAÚDE SÃO TAREFAS DE TODOS OS CIDADÃOS
Clara Castilho
6 de Setembro de 2013
Faz sentido o Centro Doutor João dos Santos- Casa da Praia estar aqui hoje neste encontro e é de direito. Porque foi o último serviço do Centro de Saúde Mental Infantil de Lisboa, que João dos Santos criou em 1975. E porque, no seu último dia de vida acabou a obra “Um psicanalista na escola – a Casa da Praia”.
Na história desta CASA, existem dois períodos:
- o primeiro entre 1975 e 1992, como serviço especializado do Centro de Saúde Mental Infantil e Juvenil de Lisboa, extinto em Julho deste último ano, com a reestruturação dos Centros de Saúde Mental;
- o segundo desde 1992, assegurado pelo CENTRO DE PEDAGOGIA TERAPÊUTICA – Associação sem fins lucrativos, constituída com o propósito de dar continuidade à obra e divulgação de ideias de João dos Santos. Foi esta Associação, formada por discípulos e amigos do Mestre, que possibilitou a continuidade da “Casa da Praia” - como Instituição Particular de Solidariedade Social (I.P.S.S.) em 1993, com a designação de CENTRO DOUTOR JOÃO DOS SANTOS – CASA DA PRAIA. [Ler texto completo]
João dos Santos e a Moderna Psiquiatria da Infância
Maria José Vidigal
7 de Setembro de 2013
João dos Santos foi o criador da moderna saúde mental infantil em Portugal e o grande impulsionador na viragem da psiquiatria infantil.
Mas mais: devolveu-nos um novo olhar sobre o desenvolvimento da criança e sobre a educação na família, na escola e na comunidade, criando concepções originais para a formação de pais e professores.
Lutou pela criação de serviços de saúde mental que continham as sementes da prática e dos princípios científicos que preparavam o futuro.
Criou uma obra que ainda hoje ajuda a compreender as causas mais profundas do sofrimento psíquico da criança, do adolescente e do jovem.
Mas o seu interesse também se estendia em chamar a atenção para a responsabilidade de cada um na vida púbica e tinha uma relação muito viva com a arte e os artistas.
João dos Santos tinha uma particularidade, que irritava profundamente sobretudo os médicos — não dava bibliografia. Mas, como dizia uma outra psiquiatra já falecida (Margarida Mendo): “Ele não dizia leia isto ou aquilo… mas ao pé dele ficava-se mais inteligente e o que ele nos ensinava não vinha nos livros!“ [Ler texto completo]
PERCURSOS IDENTITÁRIOS
Augusto Carreira
6 de Setembro de 2013
Antes de entrar propriamente no âmbito das minhas reflexões sobre o que nos trás aqui hoje, queria dizer-vos que foi para mim um motivo de grande satisfação e uma honra, poder participar nesta comemoração, e aqui e ali na sua organização, enquanto representante da APPIA. A contribuição que a nossa Associação possa ter dado para estas comemorações, ficará sempre muito aquém do LEGADO que recebemos de João dos Santos.
O Colóquio que se inicia hoje e todas as iniciativas ligadas à comemoração do Centenário decorre de uma realidade, creio eu partilhada por todos aqueles, que de forma entusiástica a ela se associaram: O Legado científico e humano de João dos Santos impõe-se-nos como tema de reflexão actual, incontornável, e ao mesmo tempo como fonte de inspiração permanente. [Ler texto completo]
O movimento como forma de expressão e reestruturação do psiquismo em Saúde Mental Infantil
Ana Rodrigues
6 de Setembro de 2013
Agradecimentos
Hoje é dia de Festa. “festa, é… grupo de trabalho, a vivência colectiva de uma ideia…”(in. Casa da Praia. O psicanalista na Escola, p. 19). Hoje é dia de comemoração e partilha. Da pessoa, das ideias, dos ensinamentos. A Festa era, para João dos Santos um tempo e um espaço de vivência emocional positiva. Hoje seria um dia importante.
Pessoalmente é dia de privilégio. Não conheci, como a maioria, o Dr. João dos Santos. O que dele me ficou, foi-me ensinado pelos que o conheceram e de forma tão intensa que há alturas em que acredito ter-me cruzado com ele nos corredores ou no ginásio da Casa da Praia. [Ler texto completo]
João dos Santos Companheiro, Amigo e Mestre
Orlando Fialho
6 de Setembro de 2013
O encontro com João dos Santos, a partir dos anos sessenta constituiu uma experiência única na minha vida.
Eu vinha de uma Faculdade de Medicina onde os nossos Mestres eram muito distantes e austeros. O aluno estava sempre muito distante dos seus professores.
Com João dos Santos, através da minha formação em Pedopsiquiatria no Centro de Saúde Mental Infantil, por ele criado; assim como no decurso da formação analítica encontrei um Homem diferente.
Sem nunca perder a sua qualidade de Mestre, João dos Santos permitiu-se e permitiu-me viver com ele, experiências que só se podem viver com um grande amigo. [Ler texto completo]
Devo ao Dr João dos Santos a vida profissional feliz que vivi
Maria Isabel Vieira Pereira
20 de Setembro de 2013
Devo ao Dr João dos Santos a vida profissional feliz que vivi.
Encontrei-o pela primeira vez entre os professores que leccionavam na única escola da época que preparava profissionais para o ensino Pré-Escolar e Ensino Primário pelo método de João de Deus. Era pois a escola de João de Deus e estávamos nos primeiros anos de 50.
O Dr. João dos Santos percebeu, sem que lho dissesse, que eu queria ser feliz a viver junto dos que me permitiam reviver as horas felizes da minha própria infância. [Ler texto completo]
Só a Fantasia Concede Mestria
Jaime Milheiro
Porto, 7 de Setembro de 2013
Para além de uma certa troca de capacidades técnicas, científicas ou académicas, hierarquicamente instituídas e formalmente trocadas entre os chamados professores e os chamados alunos, como será possível rentabilizar esse binómio e sem artifícios convertê-lo num patamar mais elevado: no patamar de mestres e discípulos?
I
Para o aluno, em qualquer tipo de ensino e em qualquer tipo de atmosfera social, mestres são aqueles que dignificam os encontros em que comprometem e por essa via alcançam, de forma permanente e notória, representações seguras na mente de quem através deles se eleva. [Ler texto completo]
UM PENSADOR EMOCIONADO
José Adriano Barata-Moura
7 de Setembro de 2013
§ 1. Penitenciação.
O dom da ubiquidade é, ao que parece, um subtil atributo divino. Faz com que deus esteja em toda a parte, desde logo, porque, literalmente: não é coisa nenhuma. O asserto é acertado. Ainda que a especulação teológica, para a contento o resolver, trate de lhe confeccionar um agasalho nas convenientes roupagens do mistério.
Pela minha parte, devolvido às modéstias do prosaico – que, no momento em que me estais a ver, deverão colocar-me à distância de uns milhares de quilómetros –, só me restam as ajudas do bombom da obliquidade, para, com o socorro desta mediação tecnológica, vos proporcionar, desde a solitária gravação antecipada em estúdio, um simulacro de presença. [Ver vídeo da conferência ou ler texto completo]
A CULTURA DA CRIANÇA
Daniel Sampaio
Setembro 2013
Comemora-se este ano o centenário de João dos Santos, psiquiatra, psicanalista e pedagogo (1913-1987). Foi o grande mestre da psiquiatria da infância e adolescência, tendo influenciado muitos técnicos de saúde e de educação, através da sua inteligência, saber e criatividade. Tive o privilégio de participar num seminário de observação de crianças e jovens que João dos Santos dirigiu, durante vários anos, no Serviço de Psiquiatria do Hospital de Santa Maria.
Aí aprendi a importância de saber ouvir a gente nova e os seus pais, antes de decidir projectos terapêuticos ou intervenções educativas intempestivas. Compreendi também que a relação com a criança e o adolescente é o caminho que nos conduzirá ao seu mundo interior, por isso o terapeuta tem de se “dar a conhecer” como pessoa, antes de determinar o que fazer com quem está à nossa frente. [Ler texto completo]
A irrecuperabilidade da deficiência não faz sentido
Pedro Parrot Morato
Setembro de 2013
Agradecendo aos filhos de João dos Santos, Paula e Luis, o convite para participar nesta publicação de testemunhos dedicada a comemorar o centenário do nascimento de João dos Santos, aceitei com orgulho mas por dever também de não poder rejeitar a oportunidade de me rever com ele, João dos Santos, relendo-o, “ouvindo-o” dizer-nos aquilo que pensava acerca da infância com deficiência, das suas famílias e das respectivas dificuldades.
Trabalhei na Casa da Praia no direto com João dos Santos dois anos no princípio dos anos 80, depois e até sempre, provavelmente, o que penso e o que sinto sobre a infância e o que faço como Professor de Psicopedagogia não consegue desancorar da referência humana, ética, técnica e científica de João dos Santos e que me acompanha até hoje. [Ler texto completo]
Com João dos Santos no fascismo, caminhos para a democracia e construção do futuro
Manuela Cruz
Agosto de 2013
É bom viver muitos anos e conseguir guardar dentro de nós “a vida que nos sopraram aqueles que tinham a sabedoria”. Se esse viver já está maculado por perdas insuperáveis é como que uma bênção “saborear o mel da vida mesmo quando a adversidade nos atinge”. Mensagens que João dos Santos nos deixou e se ligam a outras tão profundas que ajudam o nosso sentir e pensar: “{…} às vezes as pessoas partem. Isso não quer dizer que devemos ficar tristes. Partir é partir”, diz Ondjaki.
João dos Santos morreu há anos, vinte e seis precisamente, mas continua entre nós. Cada vez é mais oportuna e necessária a aplicação do seu pensamento na saúde, na educação em geral, na pedopsiquiatria em especial. [Ler texto completo]
Há pessoas cuja vida continua a existir para além da sua ausência física
José Gameiro
Agosto de 2013
Há pessoas cuja vida continua a existir para além da sua ausência física. E nem sempre são da nossa família ou nossos amigos. João dos Santos é uma delas.
Marcou várias gerações de técnicos da saúde mental e de várias outras áreas, a educação, a justiça, a pediatria. E continua a marcar as gerações actuais pela transmissão dos seus escritos e dos testemunhos dos que com Ele conviveram.
Este ano faz 100 anos que nasceu.
Esta crónica é a minha homenagem a um colega psiquiatra, com quem nunca trabalhei, mas de quem aprendi muito.
João dos Santos foi um dos primeiros psicanalistas em Portugal, fez a sua formação em Paris, nos tempos difíceis do pós-guerra.
Mas foi sobretudo o fundador da moderna psiquiatria infantil entre nós. [Ler texto completo]
O LAGO E A CASCATA
Mário de Carvalho
4 de Junho de 2013
Quando uma instituição sabe honrar os que engrandeceram o país fica ela própria mais honrada e engrandecida. Neste sentido, apraz-me saudar A CML e a Empresa pública CTT por estes momentos em que João dos Santos é evocado. Não posso dizer que é lembrado, porque ele não foi esquecido.
Há certas figuras cuja obra ressoa, através dos tempos e das contingências, vibrando em fundo, como um fresco madrigal numa floresta. A presença de João dos Santos, o que escreveu, o que reflectiu, o que ensinou, a sua inteligência inovadora, o seu sentido da descoberta deixaram uma impressão funda nos que lidaram profissionalmente com ele. A sua humanidade e afabilidade, a serenidade e distinção do trato pessoal deixaram uma memória aprazível e benigna em todos. [Ler texto completo]
No centenário de João dos Santos: como se cria um mestre
Sérgio Niza
Junho de 2013
Não há mestres sem que os discípulos os tenham instituído e nomeado. Ser mestre depende da emergência de um discípulo que o idealize, identifique e mantenha como seu mestre.
Oferecer-se como mestre não satisfaz a condição de ser aceite como tal. Essa surpreendente dádiva do discípulo que declara o mestre e reconhecendo-o o cria, acontece porque o cria para si.
Tal acontecimento não decorre de uma certificação institucional. Os mestres não se formam em instituições concebidas para o efeito. [Ler texto completo]
Uma forma mágica de pensar
Maria Isabel Vaz Pereira
Junho de 2013
João dos Santos tem de ser invocado através do que foi e nos ensinou a ser.
Vinte e seis anos passados sobre a sua morte, a sua lembrança continua bem viva em todos os que, como eu, tiveram o privilégio de o conhecer e de aprender com ele – partilhando dúvidas e certezas.
Vou tentar falar dele e da sua relação com o Colégio Eduardo Claparède de que foi um dos fundadores. Nesses anos 50, jovem adolescente olhava com certo receio aquele senhor tão admirado por minha mãe e outros colaboradores e que, aqui para nós, me intimidava com o seu olhar tão vivo e profundo.
Nessa década de 50, fui indirectamente testemunha da grande actividade que se desenvolveu à volta dele e de um grupo de pessoas entusiastas e determinadas como minha mãe Rosa Bemfeito, Margarida Mendo, Maria Amália Borges, Maria Luísa Torres Pires, Arminda Grilo. [Ler texto completo]
Mestre que marcou muitos Mestres
João Costa
18 Junho de 2013
Era o ano de 1978 quando ingressei no então Centro de Saúde Mental Infantil de Lisboa, instituição fundada e dirigida por João dos Santos, mais precisamente, na Clínica Infantil (um dos serviços do referido Centro) situada no Hospital psiquiátrico Júlio de Matos, hoje denominado “Parque de Saúde de Lisboa”.
A Clínica Infantil era dirigida pela Dra. Margarida Mendo. Foi ela que me apresentou o Dr. João dos Santos. Recordo-me desse momento, era muito novo, tenho a impressão que se ouviam as pernas tremerem nesse momento, bem como o batimento do coração acelerado. Olhou para mim, sorriu, apertou-me a mão e disse: – Então podemo-nos tratar por tu porque eu também sou Professor de Educação Física. Sorri, acho que pasmei e devo ter proferido alguns vocábulos parecidos com palavras. Claro que não tive a coragem de usar tal tratamento, não tive a ousadia, mas ele tratava-me desse modo e eu sentia um certo orgulho nisso, sentia-me talvez mais próximo, mais familiar. [Ler texto completo]
João dos Santos: Amizade e Gratidão
Maria Luís Borges de Castro
Junho de 2013
Quando a família de João dos Santos me pediu o meu testemunho sobre esta excecional Pessoa, Amigo e Profissional, a primeira coisa que imediatamente pensei foi: eu nunca lhe agradeci!!!
Realmente, a minha vida profissional foi modelada em função de um dia o ter conhecido. Passo a exemplificar:
Acabada de entrar no Serviço de Psiquiatria do Hospital de Santa Maria e integrada na Equipa do Hospital de Dia, chefiada pelo João França de Sousa, foi-me por este proposto, de participar de um seminário dirigido por João dos Santos, que se realizava semanalmente na chamada consulta de neuroses, e que consistia na observação e discussão clínica a partir das entrevistas por si realizadas a pessoas, que acorriam à consulta de Psiquiatria. Uma das condições para a minha integração neste trabalho de observação era já estar, pelo menos há 1 ano, em análise pessoal. [Ler texto completo]
Homenagem a João dos Santos 2013
Maria Fernanda Gonçalves Alexandre
Junho 2013
Estávamos nos princípios dos anos setenta quando regressei de Paris, trazendo comigo a esperança e o entusiasmo de trabalhar em Portugal duma forma mais profunda e criativa, sentimentos que naturalmente foram ampliados pela experiência inesquecível da revolução de Abril e foi neste momento particular da minha vida que tive o grande privilégio de conhecer João dos Santos. Numa primeira fase seguia com atenção e curiosidade as suas conferências feitas na Saúde Escolar – onde então trabalhava – que tinham a particularidade de serem muito claras e nos tocarem internamente, devido à sua capacidade de metaforizar através de histórias simples e passageiras a complexidade dos afectos e a profundidade da teoria analítica. [Ler texto completo]
João dos Santos e a Saúde Mental Infantil
M. Manuela de Mendonça
3 de Maio de2001
Vou falar-vos de um médico, ou melhor, de uma figura polivalente da medicina portuguesa que viveu entre 1913 e 1987 – João dos Santos. Talvez não muito conhecido em Coimbra, ele fará parte, sem dúvida, da História da Psiquiatria portuguesa, se mais não for, pela valiosa contribuição que deu ao conhecimento da vida mental infantil. O seu objecto de estudo foi esse – a mente humana, muito particularmente no período da infãncia. À maneira do artista, nela soube encontrar novos ângulos de visão e de interpretação. Introduziu e desenvolveu, no nosso país, novas metodologias de observação da criança, de compreensão, de análise psicopatológica, de tratamento e, essencialmente, de prevenção. [Ler texto completo]
Memórias de João dos Santos. Breves notas impressionistas.
Isabel Margarida Pereira
10 de Junho de 2013
Durante a infância e adolescência, de quando em vez, a prepósito de crianças minhas contemporâneas que tinham atravessado alguma fase mais atribulada, ouvia referir o nome de um médico em Lisboa que sabia conversar com as crianças e que, de um modo quase “mágico”, conseguia inverter o rumo de um destino traçado.
Já nos finais da adolescência conheci alguém que consultara João dos Santos e que me transmitiu desse Homem uma imagem a um tempo, benévola e surpreendente. [Ler texto completo]
Dr. João dos Santos
Ana Maria Bénard da Costa
Maio de 2013
Conheci o Dr. João dos Santos quando, em 1962, dei os primeiros passos no caminho que iria conduzir-me ao longo de toda a minha vida profissional. Isso aconteceu numa casa antiga do Jardim Constantino para onde se tinha mudado o Centro Infantil Helen Keller. [Ler texto completo]
Do cuidar, educando: revisitando João dos Santos
Justino Magalhães
Maio de 2013
1. Sempre que regresso à obra de João dos Santos, faço-o com um mesmo constrangimento: como sistematizar o racional complexo e multifacetado da obra escrita de João dos Santos?
A obra de João dos Santos é inseparável da vida, que nele é enlace e acção. Nesta obra, a vida é razão de ser da pessoa humana e é o enigma para a pedagogia terapêutica. O sujeito é relação entre educação e vida. [Ler texto completo]
Centenário de João dos Santos
Celeste Malpique
20 de Maio de 2013
Tenho aqui à minha frente a sua fotografia, em camisa branca, de braços cruzados, com um sorriso aberto, talvez a sua mais bela imagem!
É uma imagem sorridente, irónica, sedutora que guardo na minha memória. Uma personalidade que marcou a minha carreira profissional e que eu procurei activamente com curiosidade e admiração. [Ler texto completo]
Amar a criança ainda antes de ela ser criança
Glória Maria Marreiros
Maio de 2013
Foi na primeira metade dos anos 50 do Séc. passado que a Drª Maria Amália Borges teve a feliz ideia de me apresentar ao Dr. João dos Santos. Acabara recentemente de terminar o curso de parteira na Faculdade de Medicina de Coimbra e estava em Lisboa a trabalhar na Maternidade Alfredo da Costa. Desabafara a minha desilusão em relação a algumas práticas do foro da Saúde Mental aplicadas a crianças e adolescentes no Hospital Psiquiátrico Sobral Cid onde estagiara como aluna de enfermagem psiquiátrica, carreira que não quis seguir. [Ler texto completo]
Homenagem a João dos Santos
Jaime Milheiro
Ex-Presidente da Sociedade Portuguesa de Psicanálise
15 de Maio de 2013
Tenho muito gosto em colaborar nesta Homenagem. É uma honra para mim, além de um dever. João dos Santos foi a Pessoa com quem mais aprendi na carreira profissional, sem programações que o previssem e sem deliberações que o encaminhassem. [Ler texto completo]
…” A força da(s) Palavra(s)”
Augusto Carreira
Pedopsiquiatra
Presidente da Associação Portuguesa de Psiquiatria da Infância e Adolescência
4 de Maio de 2013
Ao ler os depoimentos dos ilustres colegas que vão sendo publicados nesta página, sinto que todos eles transmitem uma experiência única e irrepetível: o gozo de partilhar com João dos Santo o seu saber, o seu entusiasmo e sobretudo o seu prazer de viver. [Ler texto completo]
www.joaodossantos.net
MANUELA RAMALHO EANES
Maio de 2013
Porque temos de ter memória e é sempre bom recordar, evoco uma tarde de sol, com canto de pássaros em árvores centenárias e um homem de olhar bondoso e de gestos simples que me trazia um manuscrito de um projeto novo, projeto sonhado por muitos que sempre entenderam que “é na infância que qualquer povo deve fazer a sua aposta de futuro, de desenvolvimento e de identidade cultural”. [Ler texto completo]
João dos Santos: O milagre do mundo a acontecer…
Teresa Vasconcelos
Professora Coordenadora Principal (aposentada)
Abril de 2013
Os adultos podem desprezar, detestar, amar ou venerar a criança, mas a nenhum adulto a criança pode ser indiferente.
Não se pode ser indiferente nem à própria infância, nem à
infância dos outros. O segredo do homem é a própria infância. [Ler texto completo]
João dos Santos: O Professor da Simplicidade e o Professor da Eficiência
João Justo
Maio de 2013
No que respeita ao nível universitário, uma das consequências imediatas da mudança de regime ocorrida em Portugal nos meados dos anos setenta do século passado foi a criação do Curso de Psicologia na Universidade de Lisboa. Esta iniciativa, que em 1975 foi baptizada de “Ano Experimental” ou “Curso Experimental”, contou com a colaboração de prestigiados elementos das Faculdades de Letras, Medicina e Ciências que... [Ler texto completo]
Seminário João dos Santos: Na consulta de Psiquiatria do Hospital de Santa Maria
João França de Sousa
22 Abril de 2013
Nos anos sessenta o Dr. João dos Santos propôs ao Prof. Barahona Fernandes, então director do serviço de Psiquiatria do H.S.M, a realização de um seminário semanal de observação e reflexão clínica a partir das entrevistas por si realizadas a pessoas que, na sua maioria, acorriam à consulta de Psiquiatria. [Ler texto completo]
O que aprendi com João dos Santos
Maria João Ataíde
Abril de 2013
Conheci João dos Santos em Maio de 1970 quando, a convite da recém-criada estrutura sindical dos educadores de infância (da qual eu fazia parte), ele orientou o I Curso sobre a Educação Estética da Criança para educadores, em colaboração com Maria Manuela Valsassina Heitor. [Ler texto completo]
No centenário de João dos Santos
Maria José Gonçalves
Psicanalista ( SPP ), Pedopsiquiatra
Abril de 2013
O meu contacto com João dos Santos aconteceu no final de 1973, quando comecei a trabalhar no Centro de Saúde Mental Infantil, a meca de todos os que se interessavam pela saúde mental das crianças. Mas muito antes, ele já tinha exercido sobre a minha vida uma influência duradoura. [Ler texto completo]
… O Jardim das Amoreiras era o jardim de Lisboa de que João dos Santos mais gostava
Emílio Eduardo Guerra Salgueiro
Fevereiro de 2008
Talvez pelas árvores, de grande porte e muita sombra, mostrando nos troncos, rugosos e longos, o tempo que tinham precisado para crescerem; talvez pelos pardais, pelos pombos e pelos cães, em voos, aterragens e correrias, metidos nas vidas deles e pouco interessados nas pessoas, esgravatando e encontrando comida, largando alegremente os seu dejectos ou, simplesmente, fazendo alarde do seu prazer em estarem vivos e activos; [Ler texto completo]
Na Celebração do centenário do Dr. João dos Santos
Maria Guida de Freitas Faria
Presidente do Conselho de Administração da Fundação LIGA
Março de 2013
… “Há uma pré-história da Liga Portuguesa dos Deficientes Motores que resulta do meu contato com instituições do género existentes em França, mas principalmente em Paris, onde eu trabalhava. Depois há o Colégio Claparède que é o enquadramento onde as pessoas podiam e podem trabalhar e ser aceites em atividades desta natureza, de solidariedade. Começam depois a surgir ideias, bastantes originais no nosso país. [Ler texto completo]
Homenagem a João dos Santos
João Gomes-Pedro
Março de 2013
João dos Santos confiou-me a guarda pediátrica dos seus filhos, dos seus netos e, por intermédio deles, dos seus bisnetos.
Associadamente à confiança, João dos Santos ofereceu-me a lição que foi a sua vida.
Descobrir a Criança foi, também, o desafio que João dos Santos me legou. [Ler texto completo]
João dos Santos – o pedagogo – médico
David Rodrigues
Professor universitário
Presidente da Pró – Inclusão – Associação Nacional de Docentes de Educação Especial
Fevereiro de 2013
O costume consagrou o termo “médico – pedagógico” quando nos pretendemos referir a algo que tem implicações tanto ao nível da perturbação das funções do corpo (incluindo o comportamento) como ao seu enquadramento educacional. [Ler texto completo]
O que aprendi com João dos Santos que não vem nos livros …
Maria José Vidigal
Setembro de 2012
A noção de psiquiatria infantil foi-se instalando progressivamente, se bem que a sua história não seja de todo comparável à da psiquiatria geral, que vem desde tempos remotos.
Mais recente ainda é a ideia de saúde mental infantil, o que quer dizer, que pode haver uma educação protectora do desenvolvimento psico-afectivo da criança. [Ler texto completo]
Clique numa das seguintes ligações para ouvir a gravação da conversa da rádio com João dos Santos…
INSUCESSO ESCOLAR
A criança não faz outra coisa desde que abre os olhos, ao nascer, se não tentar aprender. (30 minutos).
DEIXEM AS CRIANÇAS ROUBAR
As creches feitas à pressa, o pessoal escolhido ao acaso para jardins infantis e escolas… os programas e os regulamentos feitos sobre o joelho… são violência, geram violência (31 minutos).
O MENINO QUE SABIA O QUE ERA O SUPEREGO
O investimento libidinal nos pais, transforma-se em identificação, possibilitando uma renúncia à satisfação dos seus desejos (25 minutos).
FAZER FESTINHAS NO PAPEL COM O PINCEL
Os primeiros desenhos e pinturas das crianças são uma projecção do seu corpo sobre a superfície plástica (30 minutos).
Cecília Menano, João dos Santos e Maria Emília Brederode Santos em conversa
Clique na seguinte ligação para para visualizar este vídeo do Instituto de Tecnologia Educativa – RTP (1975) A Escolinha de Arte de Cecília Menano – com Cecília Menano, João dos Santos e Maria Emília Brederode Santos, que foi muito generosamente disponibilizado pelo Dr Daniel Sasportes (19 minutos). [Clique nesta ligação]
Photomaton
O filme “PHOTOMATON-Retratos de João dos Santos”, realizado por Tiago Pereira e Sofia Ponte é uma produção da Fundação Calouste Gulbenkian e da RTP2 e é colocado neste site com a muito generosa autorização da Fundação Calouste Gulbenkian.
Crianças Autistas by Ernesto de Sousa
Clique na seguinte imagem para aceder ao filme
"Crianças Autistas" by Ernesto de Sousa"
e depois carregue no botão "Play".
(este filme não tem som!)
Crianças Autistas
Realização de Ernesto de Sousa a partir de uma ideia de João dos Santos, 1967
Operador de câmara: Costa e Silva
Filme disponibilizado pelo Centro de Estudos Multidisciplinares (CEMES) www.ernestodesousa.com
Programa IFCE no Ar, Radio Universitária
Entrevista sobre o andamento do curso à distância “Introdução ao Pensamento de João dos Santos”
Entrevista gravada com a coordenadora do curso “Introdução ao Pensamento de João dos Santos”, Professora Patrícia Holanda da Linha de História da Educação Comparada da UFC (Universidade Federal do Ceará), com o Doutor Luís Grijó dos Santos (filho de João dos Santos), e a coordenadora pedagógica do curso Professora Ana Cláudia Uchôa Araújo da Directoria da Educação à Distancia do IFCE (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará). A entrevista foi realizada pelo jornalista Hugo Bispo do Programa IFCE no Ar em 3 de Novembro de 2016.